quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Lei do agrotóxico deve instituir rastreamento de embalagens

Publicado por Cenário MT em 20/12/12, este artigo comenta sobre rastreabilidade de embalagens vazias de agrotóxicos. Crescente em mercados desenvolvidos, como União Europeia e Estados Unidos, a rastreabilidade de agrotóxicos também deve fazer parte da metodologia de produção das propriedades brasileiras. Seguiu na tarde de terça-feira (18) para apreciação do plenário do Senado o Projeto de Lei da Câmara (PLC) n º 55/07, que dispõe, entre outros assuntos, sobre a destinação final de resíduos e embalagens de agrotóxicos utilizados na produção de alimentos. Durante apreciação da Comissão de Agricultura (CRA), o senador Blairo Maggi falou sobre a importância em modernizar a produção de alimentos no Brasil. O rastreamento das embalagens utilizadas, por exemplo, é uma medida simples, que guarda relação entre a preservação ambiental e a produtividade. O parlamentar assegura que o Brasil já é o país que mais recolhe embalagem no mundo inteiro. “Só o estado de Mato Grosso recolhe mais embalagens que toda a França. Um total de 97% das propriedades mato-grossenses já atua com o modelo proposto. Na prática, cabe a cada funcionário se responsabilizar pelo destino final do lixo produzido durante o cultivo”, ilustrou Maggi. O sistema consiste em rastrear, por meio de código de barras ou microchip, cada embalagem que será utilizada no cultivo. Compete, assim, a cada um ‘dar baixa’ no lixo produzido. De acordo com o senador, além de preservar o meio ambiente, o rastreamento evita que se acumule o que no futuro poderá se transformar em lixo tóxico. Está, portanto, diretamente ligado à produtividade das propriedades e qualidade dos alimentos. “O lixo tóxico destrói vegetais e prejudica a qualidade dos alimentos produzidos. Também existe o risco no consumo quando o há no cultivo quantidade de resíduos acima do permitido”, ressaltou. Certificado de qualidade Para garantir a qualidade da produção agrícola brasileira, os produtos comercializados dentro e fora do país já apresentam, segundo Maggi, descrição dos procedimentos adotados durante a produção. “Durante as negociações, os compradores de nossas commodities tomam conhecimento do certificado de origem dos grãos. As propriedades de onde vieram, por onde e por quem foram transportados, inclusive navios por onde passaram. É uma forma de garantir a produção responsável de alimentos”, esclareceu.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Câmara Setorial debate uso de defensivos para os Minor Crops

Notícia veiculada pelo Agrolink apresenta debate para uso de defensivo para as culturas com menor representatividade em termos de área cultivada. Os representantes da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Hortaliças aguardam a apreciação e regularização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) do uso de defensivos agrícolas para as hortaliças, como pimentão, pepino e morango, consideradas Minor crops. Eles estiveram reunidos nessa quinta-feira (6), em Brasília. O presidente da Câmara Setorial e presidente da Confederação Brasileira das Associações e Sindicatos em Entrepostos de Abastecimento, Waldir de Lemos, afirmou que 'o produtor brasileiro está precisando de uma solução urgente para os Minor crops no combate às pragas e doenças'. Carlos Schmidt, presidente do Instituto Brasileiro de Horticultura (Ibrahort), que congrega toda a cadeia produtiva brasileira, apresentou as principais ações para 2013. Entre as medidas estão a disseminação das boas práticas agrícolas e a minimização do uso intensivo dos defensivos agrícolas nas hortaliças, de forma que o alimento chegue mais saudável possível para o consumidor nas cidades, além de estimular o associativismo. Schmidt disse também que é intenção do Ibrahort fazer o levantamento do perfil socioeconômico dos olerícolas, saber quem produz, onde produz, o que produz e onde ele comercializa sua produção. Outro assunto debatido durante a reunião da Câmara Setorial foi a exigência da padronização das embalagens usadas nas centrais de abastecimento. 'Há uma grande deficiência entre os minis e pequenos agricultores para a utilização de embalagens higienizadas e rotuladas que permitem a rastreabilidade das hortaliças', diz o presidente da Cadeia Produtiva, Waldir de Lemos.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

DEFENSIVOS: Restrições à pulverização aérea das lavouras preocupam os produtores

Matéria produzida pelo jornal Valor Econômico, traz à tona a preocupação dos agricultores com as restrições a aplicação aéra de defensivos. A um mês do início da entrada em vigor das restrições parciais à pulverização aérea nas lavouras brasileiras, sojicultores alertam que o prejuízo pode chegar a um valor de R$ 3 bilhões somente nesta temporada 2012/13 em razão de um possível ataque de lagartos e percevejos e o decorrente incremento das perdas na produção. Restrições - As restrições foram estabelecidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) com a justificativa de que o uso de algumas substâncias são prejudiciais a insetos polinizadores, em especial às abelhas. Apesar da pressão do setor produtivo, a autarquia informou ao Valor que não pretende rever a medida, pelo menos não por sua iniciativa. Princípios químicos - As restrições impostas implicam a proibição de aplicação aérea dos quatro princípios químicos mais usados pelos sojicultores hoje para o combate a pragas. Além disso, só será permitida a pulverização com aviões na lavoura de soja até fevereiro em todo o país - para o Centro-Oeste o prazo é janeiro -, sendo somente uma aplicação durante todo o ciclo da planta. Passados os prazos, os produtos somente poderão ser usados em aplicações terrestres. Solicitação formal - A única possibilidade de a proibição não entrar em vigor em janeiro é o Ministério da Agricultura solicitar formalmente um adiamento. "Até o momento nada chegou para nós. Quem tem que pedir uma prorrogação é o ministério. Foram eles que decidiram o prazo para suspensão, as culturas, as datas e todos os detalhes", disse Márcio Freitas, coordenador-geral de Avaliação e Controle de Substâncias Químicas do Ibama. Discussões - Segundo José Carlos Vaz, secretário-executivo do ministério, há discussões em curso com o Ibama para a realização de "ajustes" no calendário de aplicações de defensivos. "Estamos na expectativa de conseguir um tratamento que equilibre as expectativas do Ibama e dos produtores. Na semana que vem devemos realizar diversas reuniões para discutir o assunto", afirmou Vaz. Perdas em valor - Levantamento feito pela Associação dos Produtores de Soja (AprosojaBrasil) e pela Embrapa Soja prevê que as perdas em valor da produção até 2020 poderão alcançar R$ 14 bilhões. O setor produtivo já estimava prejuízos na ordem de 4 milhões de toneladas de soja em 2012/13, com um impacto de R$ 3 bilhões, que seria provocado por perdas sem "a utilização correta dos defensivos". Impacto - O presidente da Aprosoja Brasil, Glauber Silveira, afirmou que o estudo mostra o impacto da proibição "no pior cenário possível". "Imagine um ataque de pragas em fevereiro e com muita chuva? Ninguém conseguirá fazer a aplicação terrestre. Além disso, quem só tem aviões, como fará?", questiona. Para ele, a proibição veio em cima da hora, quando os produtos já estavam comprados e a indústria não possui capacidade para produzir substitutos. Condições - Publicada no Diário Oficial da União (DOU) em 19 de julho, a medida cautelar do Ibama colocou uma séria de condições para a aplicação aérea de defensivos e proibiu o uso dos ingredientes ativos Imidacloprido, Fipronil, Tiametoxan e Clotianidina. Segundo dados do Ibama, os quatro princípios ativos correspondem a 10% do consumo brasileiro de defensivos, ou quase 7 mil toneladas de um total de 74 mil toneladas em 2011. Cálculo inadequado - Apesar de a quantidade das substâncias corresponder a somente uma fração da total usada, produtores explicam que esse cálculo não é adequado. "A quantidade usada de inseticidas é muito menor do que a de outros agrotóxicos como, por exemplo, o glifosato. Enquanto no glifosato são aplicados quatro litros por hectare, inseticidas são algo em torno de meio litro", exemplificou Silveira. Caráter temporário - Por pressão do setor produtivo, foi publicada em 3 de outubro no DOU, um ato conjunto do Ministério da Agricultura e do Ibama autorizando, em caráter temporário, o uso de produtos agrotóxicos que contenham Imidacloprido, Tiametoxan e Clotianidina para arroz, cana-de-açúcar, soja e trigo até o dia 30 de junho de 2013, obedecendo a períodos específicos de aplicação por região e por cultura. Além disso, antes da aplicação, os produtores deverão notificar os apicultores localizados em um raio de 6 quilômetros com antecedência mínima de dois dias. Cronograma - Das quatro culturas autorizadas, apenas a soja deverá seguir um cronograma de aplicação. No Centro-Oeste brasileiro a pulverização aérea foi autorizada entre 20 de novembro e 1º de janeiro de 2013. No Norte, de 1º janeiro a 20 de fevereiro. No Sul, de 1º de dezembro de 2012 a 15 de janeiro de 2013. No caso específico da soja, a aplicação deverá ser restrita a uma única pulverização aérea durante todo o ciclo da cultura para o controle de pragas agrícolas, em especial, os percevejos. Nas áreas de produção de sementes de soja, foram permitidas duas aplicações. Canaviais - No caso de canaviais, a aplicação fica restrita a uma única vez, 30 dias antes da colheita, para o controle de cigarrinha- da- raiz, quando não for possível a entrada de equipamentos terrestres. Discordância - O setor produtivo discorda da proibição e alega que o ato conjunto publicado no dia 3 de outubro não resolve o problema. "Além de abrir a possibilidade de uma única pulverização em toda a safra, a metade do recomendado na bula dos produtos é incapaz de resolver um caso mais grave de infestação, e a única janela estabelecida de pulverização, que se concentra entre novembro e janeiro, não contempla um país de dimensões continentais como o Brasil", afirmou Glauber Silveira. Impraticável - A Embrapa Soja produziu um documento em que mostra que os períodos definidos no ato conjunto para a proibição são impraticáveis. O documento, datado do dia 9 de novembro e assinado pelo chefe geral da Embrapa Soja, Alexandre José Cattelan, e pelo pesquisador da unidade, Décio Luiz Gazzoni, diz que a regra é prejudicial ao país e o prejuízo chegaria a "dezenas de bilhões de dólares". Janela - Ainda de acordo com o documento, a janela de plantio muda entre as regiões, o que torna impossível definir uma data de proibição para todo o país. "Em Mato Grosso, a semeadura começou em setembro, enquanto outras localidades do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, fazem a semeadura em dezembro. Além disso, parte do território brasileiro situa-se no Hemisfério Norte, como Amapá e Roraima. Nesses Estados, a semeadura é feita no que seriam os meses de inverno restante do país". No fim, o estudo sugere que o ideal seria definir quando a floração ocorre e proibir a aplicação apenas nesses períodos. Substituição - Segundo o coordenador-geral de Avaliação e Controle de Substâncias Químicas do Ibama, o setor produtivo reclama sem razão. "A restrição não é contra a pulverização aérea e sim contra quatro produtos que causam morte de animais polinizadores. A solução para o setor produtivo é começar a busca por substâncias substitutas", explicou Márcio Freitas. Na semana passada, o órgão publicou um comunicado às empresas fabricantes para que sejam entregues estudos sobre os produtos. "Vamos reavaliar esses produtos e já pedimos às empresas fabricantes que entreguem novos estudos para decidirmos se vamos liberar seu uso ou não", disse. Restrição maior - As pesquisas que estão sendo feitas pelo Ibama podem levar a uma restrição maior do que a atual, pois estudos feitos pelo órgão indicam que os princípios ativos são prejudiciais. "O estudo que estamos fazendo pode indicar a proibição além do uso aéreo. Apesar de sermos sensíveis aos produtores, as perdas de produção são problema do Ministério da Agricultura. Nossa responsabilidade é com o meio ambiente", garantiu Freitas. (Valor Econômico)

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Ferrugem será mais agressiva nesta safra

Notícia veiculada pelo site Agrolink, chama atenção para a severidade no ataque da Ferrugem da Soja na safra de verão. Quatro focos de ferrugem da soja já foram detectados em Mato Grosso e um em Santa Catarina. Este diagnóstico é preocupante quando se trata da disseminação do fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da principal doença da sojicultura. A saída para quem quer ter controle da doença e não amargar prejuízos é monitorar diariamente a lavoura e região. Segundo Ivan Pedro, pesquisador da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, Fundação MT, a ferrugem poderá se espalhar mais cedo nesta safra e de forma mais agressiva. “As condições climáticas da entressafra propiciaram o surgimento do patógeno em plantas tiguera (“ponte verde”) em diferentes regiões do estado. E o que é pior, nestas foram encontradas pústulas viáveis do fungo, o que torna mais preocupante o cenário”. As principais regiões mato-grossense que merecem atenção especial de toda classe produtora são: Médio Norte, Parecis, Sul e Vale do Araguaia. Para estas, o pesquisador recomenda, além do monitoramento efetivo da lavoura e da região, o acompanhamento da evolução da doença, planejamento correto das aplicações (“timing”), aplicações preventivas (no florescimento da cultura) e com intervalos mais curtos entre si principalmente nas cultivares de ciclo médio e tardio, controle químico através de fungicidas, uso das doses recomendadas e tecnologia de aplicação adequada. Em função das lavouras já estarem instaladas em praticamente todo estado, a principal medida de controle e manejo da doença que deve ser adotada neste momento a fim de minimizar perdas no campo e garantir a produtividade é o controle químico por meio de fungicidas registrados para a cultura. “Neste, deve-se optar pela utilização de combinações de triazóis com estrobilurinas em todas as aplicações no sentido de se alcançar melhor eficácia e performance de controle”, destaca o pesquisador. O alerta sobre a ocorrência da ferrugem da soja foi dado por Ivan Pedro e Fabiano Siqueri, em dez cidades de MT onde foi realizado a primeira etapa do Fundação MT em Campo: É Hora de Cuidar. “Levamos para o produtor recomendações que podem auxiliar na condução da lavoura de soja. Ferrugem é um tema que nos preocupa muito e sabemos o estrago que ela pode causar quando o controle foge das mãos do produtor. Ainda há tempo de proteger a lavoura deste terrível fungo”, destaca Siqueri. Além da ferrugem, os pesquisadores da Fundação MT apresentaram informações sobre manejo de Antracnose (Colletotrichum truncatum) e Mancha Alvo (Corynespora cassiicola), doenças que têm causado sérios danos em algumas regiões produtoras de soja e muitas vezes confundem os produtores com relação à identificação e práticas adequadas de manejo. A primeira etapa do Fundação MT em Campo: É Hora de Cuidar ocorreu de 19 a 23 de novembro. A segunda será realizada de 03 a 06 de dezembro em duas cidades de Goiás e seis de Mato Grosso. Agrolink com informações de assessoria

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Atualização Receita Agrowin - Outubro/2012

Está disponível a nova versão do Sistema de Receituário Agronômico referente ao mês de outubro de 2012. As principais mudanças efetuadas estão descritas a seguir:

PRODUTOS INCLUÍDOS NO SISTEMA:

Acetamiprid CCAB 200 SP: Inseticida sistêmico à base de Acetamiprido 20%. Recomendado para o controle de Aphis gossypii em algodão, Bemisia tabaci raça B e Empoasca kraemeri em feijão e Bemisia tabaci raça B, Frankliniella schultzei, Myzus persicae e Thrips palmi em tomate.

Actend: Herbicida sistêmico à base de Trifloxissulfurom-sódico 75%. Recomendado para o controle de diversas espécies de plantas infestantes nas culturas de algodão e cana-de-açúcar.

Ágata: Acaricida e fungicida à base de Fluazinam 39,84%. Recomendado para o controle de Panonychus ulmi em maçã e de diversas doenças nas culturas de batata, cana-de-açúcar, feijão, girassol, maçã, morango, pêssego, soja e tomate.

Altima: Acaricida e fungicida à base de Fluazinam 39,84%. Recomendado para o controle de Panonychus ulmi em maçã e de diversas doenças nas culturas de batata, cana-de-açúcar, feijão, girassol, maçã, morango, pêssego, soja e tomate.

Cignus: Acaricida e fungicida à base de Fluazinam 39,84%. Recomendado para o controle de Panonychus ulmi em maçã e de diversas doenças nas culturas de batata, cana-de-açúcar, feijão, girassol, maçã, morango, pêssego, soja e tomate.

Kleios: Herbicida sistêmico à base de Trifloxissulfurom-sódico 75%. Recomendado para o controle de diversas espécies de plantas infestantes nas culturas de algodão e cana-de-açúcar.

Kromo 250 WG: Herbicida à base de Clorimurom-etílico 25%. Recomendado para o controle de Bidens pilosa e Ipomoea grandifolia em soja.

ProdutorBR: Fungicida sistêmico à base de Tebuconazol 20%. Recomendado para o controle de diversas doenças nas culturas de café, citros, feijão, milho e soja.

SingularBR: Inseticida e cupinicida à base de Fipronil 60%. Recomendado para o controle de diversas pragas nas culturas de algodão, batata, cana-de-açúcar, milho e soja.

Sumiguard 500 WP: Fungicida sistêmico à base de Procimidona 50%. Recomendado para o controle de diversas doenças nas culturas de alface, alho, batata, cebola, cenoura, morango e soja.


PRODUTOS ALTERADOS NO SISTEMA:

Baculovírus Nitral: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação.

Carbendazim CCAB 500 SC: Conferido via nova bula. Alterada classificação toxicológica para I – Extremamente tóxica e frases de recomendação.

Danimen 300 EC: Conferido via nova bula. Extensão de uso para as culturas de algodão, café, mamão, repolho e soja. Alteradas frases de recomendação.

Dipel WP: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação.

Flumyzin 500: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação.

Malathion 1000 EC Cheminova: Conferido via nova bula. Extensão de uso para a cultura de soja. Alteradas frases de recomendação.

Meothrin 300: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação.


PRODUTOS RETIRADOS DO SISTEMA

Curacron 500: Retirado do sistema por ter o registro suspenso.

Polytrin 400/40 EC: Retirado do sistema a pedido do fabricante.


segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Autorizado uso temporário de defensivos para controle de pragas


05/10
Carlos Mota

Medida libera utilização por 24 meses de agrotóxicos para culturas de manga, uva, acerola e goiaba

Para controlar o crescimento gradual das pragas conhecidas como mosca-das-frutas (Ceratitis capitata e Anastrepha spp), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) autorizou o uso por 24 meses de defensivos à base de Espinosade para as culturas da manga, uva, acerola e goiaba. A medida foi definida pelo Ato nº 49, publicado nesta quinta-feira, 4 de outubro, no Diário Oficial da União (DOU).

A necessidade de medidas emergenciais se baseia em parecer técnico da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), para que leve a redução dos níveis populacionais dessas pragas na região do Vale do São Francisco. As ações envolvem controle cultural e monitoramento.

As empresas interessadas em comercializar os agroquímicos deverão requerer o registro para uso emergencial do produto junto aos órgãos competentes, acompanhado de modelo de rótulo e bula e de comprovante de cadastro nos Estados, no Distrito Federal e na Coordenação de Agrotóxicos e Afins do Mapa.

Também deve ser apresentado termo de compromisso para geração e apresentação dos estudos necessários à realização do registro definitivo. A licença será cancelada caso seja constatado problemas de ordem agronômica, toxicológica ou ambiental.

Leia o ato na íntegra no link http://www.in.gov.br/visualiza/index.jsp?data=04/10/2012&jornal=1&pagina=5&totalArquivos=120

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Governo libera aplicação aérea, mas condiciona uso de agrotóxicos

Foram fixadas condições para uso de quatro agrotóxicos no controle de pragas agrícolas Decisão publicada na edição desta quarta-feira (3) no Diário da União autorizou em caráter excepcional e temporário a aplicação, por aeronaves agrícolas, de produtos agrotóxicos que contenham os ingredientes ativos Imidacloprido, Fipronil, Tiametoxan e Clotianidina. O ato de número 1 é assinado pela Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis e (Ibama). De acordo com a medida, a utilização dos produtos é válida para as culturas de arroz, cana-de-açúcar, soja e trigo até o dia 30 de junho de 2013. Mas o governo fixou condições para aplicação aérea dos quatro agrotóxicos no controle de pragas agrícolas. Entre elas, que as aplicações ocorreram em alturas inferiores a 4 metros. Para a soja uma única aplicação será permitida durante todo o ciclo de pragas em especial os percevejos (Piezodorus, guildinii, Euschistus heros, Nezara viridula). Já para as áreas de produção de sementes de soja ficam duas aplicações permitidas para o controle agrícola em especial os percevejos.

Período: O ato estabelece que na região Centro-Oeste (Mato Grosso e Goiás), a pulverização só poderá ocorrer entre os dias 20 de novembro de 2012 a 1º de janeiro de 2013. No Norte, de 1º de janeiro de 2013 a 20 de fevereiro de 2013. No Sul, de 1º de dezembro de 2012 a 15 de janeiro de 2013. O governo definiu ainda que a pulverização para a cultura de cana-de-açúcar fica restrita a uma única aplicação aérea durante todo o ciclo da cultura, a ser realizada 30 dias antes da colheita, quando houver a impossibilidade de entrada de equipamentos terrestres, para controle da cigarrinha da raiz (M. fimbriolata). Antes de realizarem as aplicações, no entanto, produtores rurais deverão notificar os apicultores localizados em um raio de 6 km das propriedades onde os produtos serão aplicados, com antecedência de 48 horas. Em caso de mortandade de polinizadores ou a colapso de colmeias ocorridos em decorrência da aplicação por aeronaves dos produtos, especifica o ato, deverá ser notificada às autoridades. Mapa ou Ibama podem revogar a autorização provisória, estabelece ainda a publicação.

Antigo impasse: Em julho deste ano o Ibama, mediante Comunicado, restringiu o uso de produtos comerciais que contivessem um dos quatro princípios ativos (Imidacloprido, Tiametoxan, Fipronil e Clotianidina). À época, justificou que sua utilização poderia ser prejudicial às comeias de abelhas. Para o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho em Mato Grosso (Aprosoja), Carlos Fávaro, no estado ainda não se registraram prejuízos às colmeias mediante pulverização aérea, mesmo em quem costuma criar abelhas em meio à produção de soja. "Vamos mostrar, por meio de pesquisas, que não existem danos aos insetos", justificou. Na unidade federada boa parte dos produtores recorre a aplicação por via área em função dos diferentes terrenos onde a soja é cultivada, como destaca o gerente-técnico e institucional da Aprosoja, Nery Ribas. Segundo ele, ainda faltam estudos científicos para justificar a proibição do uso dos agrotóxicos. "Nas polinizadoras e colmeias não há estudos detalhados no Brasil que possam fundamentar essa proibição. Temos, por exemplo, produtores que são apicultores e tem suas 300 caixas no meio da lavoura de soja e produzem toneladas de mel", pontuou o representante. Mesmo com a liberação condicionada, o setor já considerada ser possível minimizar os eventuais riscos econômicos que poderiam ser gerados sobre a safra de soja, cuja semeadura foi aberta mês passado. O estado vai plantar 7,8 milhões de hectares. "Conduziremos as aplicações como foi recomendado, mas ainda pode trazer uma série de impacto", alertou. O setor estimava prejuízos na ordem de 4,2 milhões de toneladas de soja na safra 2012/13 e uma perda de R$ 5,92 bilhões que poderiam ser geradas em função do ataque de pragas e doenças pelo não uso de produtos para o combate. Agrodebate - colaborou pela Basf Leandro J. Nascimento

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Novo decreto altera normas sobre aplicações de defensivos no MT

Portal do Agronegócio publica matéria sobre alteração de normas de aplicação de defensivos no estado do Mato Grosso. Na última quinta-feira, dia 13 de setembro, o Governo do Estado do Mato Grosso publicou no Diário Oficial o Decreto 1.362 que substitui o Decreto 2.283, de novembro de 2009. Esta normativa dispõe sobre o uso, a produção, o comércio, o armazenamento, o transporte, a aplicação, o destino final de embalagens vazias e resíduos, e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins no estado. Principais alterações: - Não é mais obrigatória a construção de pátio de descontaminação para os pulverizadores terrestres; - Não é mais obrigatório o preenchimento das Guias de Aplicação. Ainda assim, recomendamos que os produtores continuem a fazer um controle sobre as aplicações; - Alteração das distâncias mínimas para a aplicação terrestre de agrotóxicos e afins para 90 (noventa) metros de povoações, cidades, vilas bairros, e mananciais de captação de água, moradia isolada agrupamento de animais e nascentes ainda que intermitentes. No decreto anterior, as medidas variavam de 300 a 150m. As entidades do setor produtivo acompanharam vários debates em torno deste tema. A legislação anterior era praticamente inaplicável. Entendemos que o novo decreto traz mais tranquilidade aos produtores rurais de Mato Grosso.

Iharabras avança na busca de fungicida para combater a vassoura-de-bruxa

Matéria veiculada no Jornal Valor Econômico aborda perspectiva para o controle químico da Vassoura-de-Bruxa. A obtenção de um fungicida eficiente que combata a doença da vassoura-de-bruxa na cultura do cacau está mais perto de se tornar realidade. Pesquisadores da Unicamp, em parceria com a empresa de defensivos Ihara, avaliam moléculas químicas capazes de driblar o fungo. Assim que se verificar a viabilidade do produto e que todos os testes sejam feitos, ele deverá ser produzido comercialmente. A vassoura-de-bruxa é uma das principais causas da baixa performance dos cacaueiros na Bahia, maior produtor nacional da amêndoa (vide contexto). Por isso, já foram investidos cerca de US$ 10 milhões em pesquisas sobre o fungo Moniliophthora perniciosa que provoca a doença. Desde março deste ano, foram testados vários fungicidas. Um deles - estrobirulina - não teve efeito na chamada fase 'biotrófica', quando o fungo infecta as plantas. Mas depois da descoberta da eficácia de uma molécula denominada 'Sham' capaz de inibir a atuação do fungo nas suas duas fases, a Unicamp testa agora moléculas com características estáveis enviadas pela Ihara para serem aplicadas no lugar do Sham. Esta molécula inibiu em 100% a atuação do fungo, além de outros fungos tropicais, mas por ser uma droga usada em laboratório não é estável para ir a campo. A patente dessa experiência já foi requerida. As pesquisas sobre o fungo começaram em 2000, quando foi formada uma rede de pesquisadores coordenada pelo professor do Laboratório de Genômica e Expressão da Unicamp, Gonçalo Guimarães Pereira. Em 2005 foi descoberto o mecanismo fundamental da doença e, em 2007, feito o primeiro de uma série de sequenciamentos do DNA do fungo. Esse organismo não só ataca os frutos, mas também impede que a planta os produza. Ele é complexo e nenhum fungicida existente é efetivo no seu controle. Quando entra na planta, não aparecem sintomas. A planta reconhece que foi infectada e tenta se defender mandando inibidores para a respiração do fungo, o que provocaria a morte dele. Mas o fungo gera uma via alternativa e consegue sobreviver. Assim, a planta fica intoxicada, envia nutrientes para o fungo em uma tentativa de trazê-los de volta durante seu combate ao agente. Se colocado no mercado, este seria o primeiro fungicida desenvolvido no Brasil, conforme Rodrigo Naime Salvador, gerente de engenharia de produto da Ihara. Ele diz que normalmente os produtos são criados em outros países e adaptados às regiões tropicais, embora este precise ainda ser 'misturado' a uma outra substância já existente no mercado. O risco de não se chegar a um produto eficiente ou esbarrar em problemas como o alto custo do produto ainda existe, mas é pequeno, ressalta Salvador. Os testes de campo ainda não foram realizados, mas até o fim do ano deve se estabelecer a pesquisa da interação das moléculas. Será necessária também uma bateria de testes nas áreas ambiental e toxicológica para chegar ao produto final. Depois de aprovado pelos órgãos competentes, o produto vai ao mercado. Mas todo esse processo pode levar de seis a oito anos, alerta Salvador. Somente o registro pode demandar quatro anos, embora possa se pedir regime de urgência, o que reduziria esta fase de quatro para um ano e meio. Contexto Mais de vinte anos depois de entrar na Bahia, o fungo da vassoura-de-bruxa ainda é considerado uma das principais causas de baixa produtividade da cultura. Todos os cacaueiros do Estado estão infectados pelo mal, embora não pareçam doentes. 'A planta gasta energia demasiada para se manter saudável e tenta atacar o fungo, o que provoca a perda de produção', diz o professor da Unicamp, Gonçalo Pereira. Com o tempo, as plantas adquiriram certa resistência e hoje registram perdas na produtividade entre 20 e 30 arrobas por hectare, ao contrário da queda brusca inicial que derrubou a produtividade para zero, ante as 100 arrobas por hectare, segundo Pereira. O fungo só ataca ramos em crescimento, que depois secam e ficam parecidos com os galhos de uma vassoura. Apesar de ser endêmico na Amazônia, sua entrada na Bahia foi um dos principais motivos para a decadência da cultura no país.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Governo estuda proposta para racionalizar uso de agrotóxicos

Matéria publicada no blog Agrodebate levanta a questão da falta de agroquímicos no país, qua poderá levar a medidas de racionalização. Por Vivian Lessa Em MT, revendas reclamam que está faltando o produto A falta de agrotóxicos nas indústrias pode promover a racionalização do uso do produto no Brasil. O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho recebeu, na última quinta-feira (13) em Porto Alegre, o documento do presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Sul (Crea-RS) contendo sugestões para a utilização do produto no país. "Sabemos das dificuldades de fiscalização que existem hoje. Estamos tentando mudar critérios. Pela proporção continental do Brasil e a diversidade de climas e culturas, esse processo precisa ser regionalizado", acredita Mendes. O material repassado ao ministro pede a criação de um programa de monitoramento de resíduos agrotóxicos, evidenciando que o trabalho já realizado pelo Ministério da Agricultura e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem um número de amostras ainda a crescer para atender a produção agrícola nacional, descreve o documento. Em Mato Grosso, as revendas já estão com dificuldades de encomendar o produto. A informação é do representante do Conselho Estadual das Associações de Revendas de Produtos Agropecuários de Mato Grosso (Cearpa), Roberto Mota. Segundo ele, a indisponibilidade do produto está atrasando a entrega para os consumidores. Segundo dados da Anvisa, o Brasil é hoje responsável por 19% do consumo de químicos no mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. Foram utilizadas 900 mil toneladas de defensivos agrícolas em 2011 no País. Mendes Ribeiro prometeu analisar o pedido e fazer parcerias com órgãos regionais para atender a situação atual.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Áreas de refúgio para milho Bt

Artigo publicado pelos pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo Simone M. Mendes, Daniela C. Resende, Paulo A. Viana e José M. Waquil originalmente no Portal Dia de Campo.


"A partir da safra de 2008, quando houve a liberação para plantio comercial do milho geneticamente modificado (GM), os produtores de milho do país puderam experimentar a importância da biotecnologia em suas lavouras, ou seja, puderam plantar sementes de milho que expressam proteínas Bt, que têm ação contra as principais pragas da cultura, como a lagarta-do-cartucho-do-milho (Spodoptera frugiperda), a broca-do-colmo (Diatraea saccharalis) e a lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea). A "novidade" foi bem aceita; prova disso são as estatísticas de safra, que apontam para aumento constante da utilização do milho Bt. No entanto, para manter a eficácia dele, é essencial que o produtor não deixe de semear a área de refúgio, pois é ela que permitirá fazer o manejo da resistência.

O que é, então, área de refúgio e manejo da resistência de insetos? A área de refúgio é a semeadura de um percentual da lavoura de milho Bt utilizando milho não Bt, ou convencional, de igual porte e ciclo, de preferência os respectivos isogênicos do milho Bt. O plantio da área de refúgio faz parte da estratégia de manejo de resistência de insetos-praga, isto é, a adoção de práticas que evitem a seleção de lagartas capazes de causar danos expressivos no milho Bt. Nas lavouras em que se utiliza a tecnologia Bt, ou seja, plantadas com cultivares resistentes às lagartas, é necessário utilizar as seguintes estratégias: a) expressão de alta dose da toxina Bt no híbrido transgênico; e b) utilização da área de refúgio.

Como regido pelos princípios da genética de populações, os genes que produzem vantagem adaptativa às espécies no ambiente tendem a aumentar de frequência na população. A expansão da área cultivada com o milho Bt produz uma vantagem comparativa às lagartas que, por acaso, possuam o gene de resistência às proteínas do Bt, já que apenas estas são capazes de se desenvolver normalmente ao se alimentarem desse milho, tornando-se adultos aptos para reprodução, gerando descendentes semelhantes a eles. Se nenhuma estratégia para o manejo da resistência for adotada, a seleção persistente destes indivíduos resistentes será fatal, pois, se são os únicos a se reproduzirem, estes se tornarão cada vez mais numerosos na população de insetos na lavoura. A seleção dessa nova raça de lagartas resistentes torna a tecnologia Bt ineficiente. Assim, o objetivo da área de refúgio é produzir insetos suscetíveis à toxina Bt, que se tornarão adultos para acasalarem com os eventuais indivíduos resistentes produzidos no milho Bt, o que gerará indivíduos (heterozigotos) susceptíveis à alta dose da proteína, reduzindo a velocidade de seleção de uma raça de insetos resistentes.

Não havendo estímulos à migração, a tendência das mariposas emergidas numa determinada área é permanecer no local. Havendo quebra da resistência do milho Bt às lagartas, o produtor que não utilizar a área de refúgio será o primeiro a sofrer com os prejuízos devido ao uso inadequado da tecnologia. Portanto, é importante que o produtor, além da área de refúgio, faça rotação do seu híbrido, utilizando diferentes eventos na sua área, e, principalmente nas glebas onde já se observou algum dano das lagartas, que ele utilize híbridos de milho expressando mais de uma proteína Bt, evitando o uso do mesmo evento Bt utilizado no ano anterior. É importante alertar os produtores que, ao observarem danos acima dos preconizados pela tecnologia, eles devem utilizar outros métodos de controle (a exemplo do método químico) para evitar a sobrevivência daquela população de insetos na sua área.

O percentual da área da lavoura que deve ser semeado com milho não Bt varia de cinco a dez por cento do total da lavoura, dependendo do tipo de evento transgênico utilizado, por exemplo, se ele expressa uma ou mais proteínas Bt. Para fazer da forma correta, é necessário seguir a recomendação das empresas detentoras dos eventos. Além disso, a área de refúgio deve ser semeada com cultivares de iguais porte e ciclo aos do milho Bt e não deve estar a mais de 800 metros de distância das plantas transgênicas. Isto é muito importante, pois o sincronismo entre o desenvolvimento das plantas Bt com as não Bt permite o surgimento de mariposas (adultos das lagartas) emergidas na área de milho Bt simultaneamente com as emergidas na área de refúgio, o que aumenta as chances de acasalamento entre estes adultos, uma vez que estas mariposas, normalmente, não dispersam por mais de 800 metros. O refúgio estruturado deve ser desenhado de acordo com a área cultivada com o milho Bt. Para glebas com dimensões acima de 800 metros de comprimento, cultivadas com o Bt, serão necessárias faixas de refúgio internas nas respectivas glebas, semeadas simultaneamente.

No Brasil, pouca informação tem sido levantada sobre a adoção de área de refúgio entre os produtores, se esta área realmente tem sido implantada e se está sendo utilizada de forma correta. Para avaliar a adoção da área de refúgio, realizou-se uma pesquisa usando-se um questionário aplicado durante o XI Seminário Nacional de Milho Safrinha, na cidade de Lucas do Rio Verde, MT, e via internet na página da Embrapa Milho e Sorgo.

Responderam à pesquisa, realizada pela Embrapa, cerca de 200 pessoas, dentre profissionais da assistência técnica, extensionistas, profissionais ligados ao agronegócio e, principalmente, produtores rurais que plantam milho. Uma análise preliminar dos dados referentes a esta pesquisa indica que, apesar da predisposição dos produtores em fazer o plantio da área de refúgio, ainda existem muitas dúvidas sobre o modo como esta deve ser feita. Muitos produtores desconhecem, por exemplo, a distância a que a área de refúgio deve estar da área plantada com milho Bt. Além disso, muitos produtores ainda confundem os conceitos de área de refúgio e área de coexistência.

A questão do manejo da resistência de insetos foi também discutida durante o Workshop sobre o Milho Transgênico no Brasil, realizado em março de 2012 na Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas, MG. No painel sobre esse tema, participaram das discussões diferentes profissionais do agronegócio, incluindo as empresas detentoras dos eventos transgênicos, professores universitários, profissionais de assistência técnica, pesquisadores, dentre outros atores envolvidos com o tema, e eles chegaram a conclusões semelhantes.

Assim, as seguintes ações integradas devem ser utilizadas para aumentar a adoção e o uso correto da área de refúgio por parte dos produtores: a) medidas educacionais em todos os canais de distribuição de revenda de sementes; e b) incentivos aos revendedores das sementes de milho transformadas com genes de proteínas Bt, para que conscientizem os consumidores da importância de adotar a área de refúgio.

O principal risco associado à não adoção da área de refúgio é a rápida seleção de indivíduos ou raças das pragas-alvo resistentes às toxinas do Bt. O produtor que está disposto a pagar mais pela tecnologia Bt sabe dos benefícios para o seu sistema de produção. Portanto, ele deve estar consciente de que, para usufruir desse benefício por mais tempo, é necessário utilizar esta tecnologia de maneira consciente, o que implica sua adoção e seu uso de maneira correta, semeando a área de refúgio. Finalmente, reiterando a advertência, deve-se alertar que os primeiros produtores a perderem os benefícios da tecnologia serão aqueles que a usarem de maneira inadequada."

Os eventos aprovados de milho, bem como das demais culturas, pode ser visualizado na página do Conselho de Informações sobre Biotecnologia - CIB.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Controle biológico de doenças de plantas

A Embrapa Meio Ambiente acaba de disponibilizar uma publicação intitulada "Produtos comerciais à base de agentes de biocontrole de doenças de plantas". Possui 135 produtos comerciais que utilizam agentes biológicos (fungos, bactérias, etc.) que podem ser utilizados para o controle de doenças, porém a maior parte ainda não está disponível no Brasil. Mesmo assim esse levantamento é interessante para imaginarmos que no futuro teremos outras alternativas viáveis para o controle de doenças.

A publicação poderá ser baixada gratuitamente do site da Embrapa Meio Ambiente.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Mais uma regulamentação para aplicação aérea em debate

Notícia publicada originalmente no site do Ministério da Agricultura.

A proposta que obriga empresas de aviação agrícola a enviar aos órgãos responsáveis pela agricultura e pela proteção do meio ambiente da União e de Estados e do Distrito Federal cópias das receitas agronômicas utilizadas na compra e na aplicação de agrotóxicos será analisada pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara. A matéria também tramitará pelas Comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Constituição; e de Justiça e de Cidadania.

Trata-se do Projeto de Lei nº 3.615/2012, de autoria do deputado Padre João (PT-MG) que propõe acréscimo de dispositivo à Lei 7.802/89 (Lei dos Agrotóxicos) e visa obrigar empresas de aviação agrícola a enviar cópias de prescrições de agrotóxicos e relatórios anuais aos órgãos competentes. A proposta foi elaborada a partir das discussões da Subcomissão Especial sobre o uso de agrotóxicos e suas consequências à saúde, instituída em 2011 pela Comissão de Seguridade Social e Família.

Segundo o chefe da Divisão de Mecanização e Aviação Agrícola, do Departamento de Infraestrutura, Logística e Parcerias Institucionais (Diel/SDC) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a atividade da aviação agrícola foi instituída através do Decreto-Lei 917/1969 e regulamentada pelo Decreto nº 86.765/1981. O Mapa é o responsável pela fiscalização da atividade no país. Esta fiscalização é realizada por fiscais federais agropecuários lotados nas Superintendências Federais de Agricultura e coordenada pela Diel.

Minor Crops

Notícia publicada no site do Ministério da Agricultura sobre medidas para agilizar a liberação de agrotóxicos para as culturas com suporte fitossanitário insuficiente - Minor Crops

A Câmara Setorial da Fruticultura buscará criar estratégias para esclarecer a população quanto ao uso de agrotóxicos no campo e agilizar a regularização de defensivos específicos para “minor crops” – culturas para as quais falta ou há número reduzido de defensivos registrados. A discussão ocorreu nesta terça-feira, 4 de setembro, no auditório térreo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Segundo o coordenador de Agrotóxicos e Afins do ministério, Luis Eduardo Rangel, o Mapa e os estados fazem mais de 45 mil ações de fiscalização por ano para garantir que todos os agrotóxicos utilizados não afetem a produção. “A meta é não haver intoxicações, por isso temos uma fiscalização rígida. O que queremos é nos aproximar cada vez mais de uma produção agrícola sustentável”, afirmou.
Rangel destacou ainda a necessidade de acelerar o processo de regularização do uso dos defensivos agrícolas para produção de determinadas culturas. Para isso, é necessário estabelecer uma estratégia emergencial desenvolvendo estudos de resíduos para as culturas que apresentaram problemas nos programas de monitoramento. Além disso, é necessário que haja um projeto de longo prazo para resolver o problema no Brasil que resulte na criação de um fundo para financiar estas atividades.

Uma das propostas trazida pelo setor produtivo foi a criação da Agência Nacional dos Agroquímicos, centralizando o processo de análise e fiscalização que atualmente passa por três instituições, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Mapa. O objetivo seria viabilizar o registro de agrotóxicos para culturas com baixo suporte fitossanitário – em sua maioria hortaliças e frutas –, de acordo com diretrizes internacionais estabelecidas e reconhecidas no âmbito da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e do Codex Alimentarius. O Governo, no entanto, pretende melhorar o sistema atual, pois identifica possibilidades de avanços nas relações entre os ministérios.

De acordo com Carlos Prado, presidente da Câmara da Fruticultura, além da agilidade na regularização desses produtos é necessário que o consumidor esteja esclarecido quanto à segurança dos alimentos que os utilizam. “É preciso tirar da cabeça do consumidor que estamos consumindo venenos”, disse ele.

A nota pode ser visualizada no site do MAPA.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Atualização Receita Agrowin - Agosto / 2012

Está disponível a nova versão do Sistema de Receituário Agronômico referente ao mês de agosto de 2012. As principais mudanças efetuadas estão descritas a seguir:


PRODUTOS INCLUÍDOS NO SISTEMA:

- Crucial: Herbicida sistêmico à base de Glifosato 54%. Recomendado para o controle de diversas espécies de plantas infestantes nas culturas de algodão, arroz, arroz irrigado, café, cana de açúcar, citros, eucalipto, feijão, maçã, milho, pastagens, pinus, soja convencional, soja geneticamente modificada, trigo e uva.

- Degesch-Magphos: Inseticida fumigante à base de Fosfeto de magnésio 66%. Recomendado para o controle de diversas espécies de pragas em pós colheita de arroz, café, farinha de trigo, feijão, folhas de fumo, milho e trigo.

- Flupro: Antibrotante à base de Flumetralina 14,4%. Recomendado para inibir o crescimento de botões axiais em fumo.

- Fipronil Nortox 800 WG: Inseticida e cupinicida à base de Fipronil 80%. Recomendado para o controle de diversas pragas para as culturas de algodão, batata, cana de açúcar, milho e soja.

- Horos: Fungicida sistêmico à base de Tebuconazol 20% e Picoxistrobina 12%. Recomendado para o controle de Cercospora kikuchii, Phakopsora pachyrhizi e Septoria glycines em soja.

- Imidacloprid Nortox: Inseticida sistêmico à base de Imidacloprido 60%. Recomendado para o controle de diversas pragas para as culturas de algodão, arroz, arroz irrigado, batata, cana de açúcar, citros, feijão, fumo, milho, soja, tomate e trigo.

- Much 600 FS: Inseticida sistêmico à base de Imidacloprido 60%. Recomendado para o controle de diversas pragas para as culturas de algodão, amendoim, arroz, aveia, cevada, feijão, milho, soja e trigo.


PRODUTOS ALTERADOS NO SISTEMA:

- Agree: Conferido via nova bula. Extensão para algodão, batata, maçã, soja e uva. Alterada Classificação Toxicológica para II – Altamente tóxico e frases de recomendação.

- Astro: Alterada Classificação Toxicológica para I – Extremamente tóxico.

- Cercobin 700 WP: Alterada Classificação Toxicológica para I – Extremamente tóxico.

- Galigan 240 F: Conferido via nova bula. Alterada Classificação Toxicológica para I – Extremamente tóxico e frases de recomendação.

- Gliato: Conferido via nova bula. Extensão de uso para eucalipto e pinus. Alteradas frases de recomendação.

- Glifosato Atanor 48: Conferido via nova bula. Extensão de uso para eucalipto, pinus e uva e para as plantas infestantes Eleusine indica, Ipomoea quamoclit e Sida cordifolia. Alteradas frases de recomendação.

- Glifosato Nortox: Alterada Classificação Toxicológica para III – Medianamente tóxico.

- Imidacloprid 600 FS: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação.

- Kraft 36 EC: Conferido via nova bula. Extensão de uso para café e soja. Alteradas frases de recomendação.

- Norton: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação.

- Omite 720 EC: Conferido via nova bula. Extensão de uso para. Alteradas frases de recomendação

- Panther 120 EC: Conferido via nova bula. Extensão de uso para Lolium multiflorum e Zea mays em soja. Alteradas frases de recomendação.

- Pri-mordial: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação.

- Propiconazole Nortox: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação.

- Saluzi 600 FS: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação.

- Score: Conferido via nova bula. Extensão de uso para girassol e Lasiodiplodia theobromae em manga. Reduzidos intervalos de segurança para citros, morango e tomate. Alteradas frases de recomendação.

- Smartfresh: Conferido via nova bula. Alteradas doses e frases de recomendação.

- Terrazole 350 WP: Conferido via nova bula. Extensão de uso para fumo. Alteradas frases de recomendação.

- Vitavax Thiran 200 SC: Conferido via nova bula. Extensão de uso para batata e pastagem. Alteradas frases de recomendação.

- Zaphir: Conferido via nova bula. Extensão de uso para arroz irrigado. Alteradas frases de recomendação.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Registro de Defensivos Agrícolas

Em artigo publicado na Revista Agroanalysis, Peter Ahlgrimm analisa o registro de defensivos agrícolas. Considerada peça-chave para proteção vegetal, a regulamentação possui a função de assegurar investimentos para novas soluções tecnológicas, de reponsabilidade compartilhada, para o mercado e o produtor. Hoje, o ambiente de cooperação é grande entre as autoridades regulatórias. Por exemplo, os Estados Unidos e a União Europeia disponibilizam seus normativos para serem adequados e utilizados pelas entidades. Para a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), da qual o Brasil faz parte, até 2014, na sua maior parte, as avaliações dos países serão feitas através de estudo-padrão. Haverá um grande envolvimento de cientistas de modo a facilitar e dar maior rapidez no acesso às inovações pelos agricultores. A variedade de mercados exige produtos adequados em termos de cumprimento dos testes de campo, como, por exemplo, o destino ambiental dos resíduos e a segurança toxicológica do homem. Em função da diversidade de regulamentações e da complexidade dos fatores influentes na questão da registrabilidade dos produtos no mundo, a CropLife International decidiu desenvolver os princípios de regulamentação, com o objetivo de se ter uma regulamentação a nível global mais harmonizada. Princípios da Regulamentação: 1- Standard de dados científicos comuns e reconhecidos; 2- Qualidade e transparência dos processos regulatórios; 3- Harmonização internacional; 4- Avaliação baseada em fatos e não em suposições; 5- Envolvimento dos elos desde a o produtor e a distribuição; 6- Sistema de monitoramento da Conformidade; 7- Processos de atendimento proativo; 8- Impactos decorrentes das mudanças nas legislações. Com a promulgação da Lei nº 7.802, em 11 de julho de 1989, regulamentada pelo Decreto nº 4.074, de 4 de janeiro de 2002, o Brasil deu passo sólido no sentido de alinhar-se às exigências de qualidade para produtos agrícolas reclamadas em âmbito doméstico e internacional. No entanto, existem ainda variáveis para serem melhoradas e ajustadas. Existem três ministérios envolvidos: da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), do Meio Ambiente (MMA), e da Saúde (MS). Embora o Mapa seja o registrante do defensivo agrícola, os três ministérios possuem praticamente o mesmo poder. Com visões distintas entre eles. os processos de regulamentação ficam lerdos e atrasados, com repetição de trabalhos sem necessidade. Não existe a tomada de decisões prioritárias. Além desse desalinhamento, outro problema consiste no fato de o sistema não estar informatizado para possibilitar maior visibilidade e transparência ao processo. Para cumprir a sua responsabilidade, cada órgão busca obter os dados necessários, que nem sempre são os mesmos. Isso acarreta multiplicação dos trabalhos entre os três ministérios registrantes. Quando tratamos de defensivos agrícolas, não faz sentido entrar em estudo da parte humana e ambiental se não tiver a finalidade de atender à demanda da agricultura. Muitas vezes, a mitigação de risco está relacionada com as condições locais. É o caso do uso de certos produtos em setores com características específicas, como um local de difícil treinamento para evitar perigo para os aplicadores. Não se pode comparar a lavoura de soja cultivada e tratada no Cerrado com uma pequena horticultura. São condições diferentes. Na verdade, a legislação atual, de 1989, precisa passar por um processo de atualização para acompanhar o ritmo das mudanças nos Estados Unidos, na Europa e em outros países do mundo. Existe uma enorme deficiência com relação a recursos humanos, técnicos e financeiros para atender a essa demanda. Os Estados Unidos, cujo mercado de defensivos vegetais possui magnitude próxima ao do Brasil, contam com quadro de pessoas dez vezes superior ao nacional. Com a participação cada vez mais ativa das Organizações Não Governamentais (ONGs) nas decisões e discussões sobre sustentabilidade, as exigências sobre proteção das plantas ficarão cada vez mais rigorosas. Aumentarão os desafios regulatórios para atender às demandas da sociedade. É enorme a responsabilidade das áreas privadas e governamentais. De acordo com as suas competências, elas devem operar em parceria para atender e aumentar em qualidade e quantidade a produção de alimentos, fibras e energia.

 *Por Peter Ahlgrimm, diretor de Relações Institucionais da Bayer CropScience e membro do Conselho Diretor da Andef Fonte: Revista Agroanalysis - edição de agosto/2012

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Aplicação aérea de Imidacloprido, Tiametoxam, Clotianidina e Fipronil PROIBIDA

A aplicação aérea dos agrotóxicos a base dos ingredientes ativos Imidacloprido, Tiametoxam, Clotianidina e Fipronil contina proibida em todo o País, conforme publicado no site do Ibama. Houveram muitas notícias em diversos meios de comunicação falando o contrário, baseados principalmente em um comunicado feito pela Aprosoja. O que realmente ocorreu foi que o Senador Cidinho Santos (PR/MT) entrou em contato com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman, explicou para ela sobre essa proibição e o problema econômico que poderá causar à produção de soja na próxima safra. Segue transcrição do site do próprio senador sobre esse assunto: “Mas, a ministra Gleisi Hoffmann, no telefonema que me fez agora a pouco, me pediu que tranquilizasse os produtores que já adquiriram esses produtos; ela solicitou ao Ministério da Agricultura uma justificativa sobre o uso desses remédios para esta safra. A boa nova é que o Ibama irá, de acordo com a ministra, retirar essa portaria publicada pelo Instituto, para que seja possível utilizá-los durante este ano, sem prejudicar quem já fez a aquisição, permanecendo essa restrição para as safras posteriores”. A notícia completa poderá ser lida no site do senador Cidinho Santos.

Ou seja, a notícia correta é que a aplicação aérea desses ingredientes ativos está sendo reavaliada, mas ainda não está liberada.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Aplicação de agrotóxicos por via área é suspensa e agricultures temem prejuízos

Artigo veiculado 02/08 pelo Agrodebate, com créditos a Vívian Lessa A proibição na aplicação de agrotóxicos em qualquer tipo de cultura, por via aérea, deve prejudicar o plantio da soja. A Portaria do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que impede provisoriamente o uso de defensivos como Imidacloprido, Tiametoxam, Clotianidina e Fipronil, foi publicada recentemente no Diário Oficial da União (DOU). De acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), Glauber Silveira, a proibição do uso de 30 produtos está causando prejuízos ao setor. Conforme ele, há locais nas lavouras onde não é possível fazer a aplicação do defensivo por via terrestre. "Mas a medida impede o uso de aviões". O assunto foi pauta do encontro entre representantes do setor e o ministro de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Mendes Ribeiro realizado nessa quarta-feira (1º de agosto). Outra reivindicação do setor é a liberação de pesquisas no combate às doenças no campo, como a ferrugem asiática. A resistência de pragas que atacam a soja causa preocupação entre os produtores. Para o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Carlos Fávaro, o Brasil precisa avançar nas pesquisas se quiser garantir o aumento sucessivo na produção. "Desde 2008 não há liberação de novas moléculas de produtos químicos. Estamos ficando para trás, já que os Estados Unidos, por exemplo, estão há três anos com produtos mais eficientes que os nossos". Portaria - Foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) nesta quinta-feira (19-07) um comunicado do Ibama que dá início formal ao processo de reavaliação de agrotóxicos associados a efeitos nocivos às abelhas. Quatro ingredientes ativos que compõem esses agrotóxicos serão reavaliados: Imidacloprido, Tiametoxam, Clotianidina e Fipronil. O uso de inseticidas que contem esses ingredientes ativos por meio de aplicação aérea tem sido associado a morte de abelhas em diferentes regiões do país, o que motivou a proibição. Esta iniciativa do Ibama segue diretrizes de políticas públicas do Ministério do Meio Ambiente (MMA) voltadas para a proteção de polinizadores. As diretrizes do MMA acompanham a preocupação mundial sobre a manutenção de populações de polinizadores naturais, como as abelhas. Ao final do processo de reavaliação, o Ibama poderá manter a decisão de suspensão da aplicação por aviões destes produtos, ou revê-la. Caso o resultado dos estudos indiquem, o instituto poderá adotar outras medidas de restrição ou controle destas substâncias. Veja aqui a norma publicada no DOU http://www.in.gov.br/visualiza/index.jsp?data=19/07/2012&jornal=3&pagina=112&totalArquivos=196

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Ibama reavalia uso de quatro tipos de agrotóxicos e suas relações com o desaparecimento de abelhas

Mesmo na ausência de levantamentos oficiais, alguns registros sobre a redução do número de abelhas em várias partes do país, em decorrência de quatro tipos de agrotóxico, levaram o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a restringir o uso de importantes inseticidas na agropecuária brasileira, principalmente para as culturas de algodão, soja e trigo.

Além de reduzir as formas de aplicação desses produtos, que não podem ser mais disseminados via aérea, o órgão ambiental iniciou o processo de reavaliação das substâncias imidacloprido, tiametoxam, clotianidina e fipronil. Esses ingredientes ativos foram apontados em estudos e pesquisas realizadas nos últimos dois anos pelo Ibama como nocivos às abelhas.

Segundo o engenheiro Márcio Rodrigues de Freitas, coordenador-geral de Avaliação e Controle de Substâncias Químicas do Ibama, a decisão não foi baseada apenas na preocupação com a prática apícola, mas, principalmente, com os impactos sobre a produção agrícola e o meio ambiente.

Estudo da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), publicado em 2004, mostrou que as abelhas são responsáveis por pelo menos 73% da polinização das culturas e plantas. "Algumas culturas, como a do café, poderiam ter perdas de até 60% na ausência de agentes polinizadores", explicou o engenheiro.

A primeira substância a passar pelo processo de reavaliação será o imidacloprido, que responde por cerca de 60% do total comercializado dos quatro ingredientes sob monitoramento. A medida afeta, neste primeiro momento, quase 60 empresas que usam a substância em suas fórmulas. Dados divulgados pelo Ibama revelam que, em 2010, praticamente 2 mil toneladas do ingrediente foram comercializadas no país.

A reavaliação é consequência das pesquisas que mostraram a relação entre o uso desses agrotóxicos e a mortandade das abelhas. De acordo com Freitas, nos casos de mortandade identificados, o agente causal era uma das substâncias que estão sendo reavaliadas. Além disso, em 80% das ocorrências, havia sido feita a aplicação aérea.

O engenheiro explicou que a reavaliação deve durar, pelo menos, 120 dias, e vai apontar o nível de nocividade e onde está o problema. "É o processo de reavaliação que vai dizer quais medidas precisaremos adotar para reduzir riscos. Podemos chegar à conclusão de que precisa banir o produto totalmente, para algumas culturas ou apenas as formas de aplicação ou a época em que é aplicado e até a dose usada", acrescentou.

Mesmo com as restrições de uso, já em vigor, tais como a proibição da aplicação aérea e o uso das substâncias durante a florada, os produtos continuam no mercado. Juntos, os agrotóxicos sob a mira do Ibama respondem por cerca de 10% do mercado de inseticidas no país. Mas existem culturas e pragas que dependem exclusivamente dessas fórmulas, como o caso do trigo, que não tem substituto para a aplicação aérea.

No dia 25 de julho de 2012, o órgão ambiental já sentiu as primeiras pressões por parte de fabricantes e produtores que alertaram os técnicos sobre os impactos econômicos que a medida pode causar, tanto do ponto de vista da produção quanto de contratos já firmados com empresas que fazem a aplicação aérea.

Freitas disse que as reações da indústria são naturais e, em tom tranquilizador, explicou que o trabalho de reavaliação é feito em conjunto com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) - órgãos que também são responsáveis pela autorização e registro de agrotóxicos no país.

"Por isso vamos levar em consideração todas as variáveis que dizem respeito à saúde pública e ao impacto econômico sobre o agronegócio, sobre substitutos e ver se há resistência de pragas a esses substitutos e seus custos", explicou o engenheiro.

No Brasil, a relação entre o uso dessas substâncias nas lavouras e o desaparecimento de abelhas começou a ser identificada há pouco mais de quatro anos. O diagnóstico foi feito em outros continentes, mas, até hoje, nenhum país proibiu totalmente o uso dos produtos, mesmo com alguns mantendo restrições rígidas.

Na Europa, de forma geral, não é permitida a aplicação aérea desses produtos. Na Alemanha, esse tipo de aplicação só pode ser feito com autorização especial. Nos Estados Unidos a aplicação é permitida, mas com restrição na época de floração. Os norte-americanos também estão reavaliando os agrotóxicos compostos por uma das quatro substâncias.

FONTE:  Agência Brasil Carolina Gonçalves - Repórter e Lana Cristina - Edição

Bulas de agrotóxicos terão faixa toxicológica colorida


30/07
Fabricantes devem adaptar normativa aos produtos em até 150 dias.

A Instrução Normativa nº 14, publicada no Diário Oficial da União da sexta-feira (27-07) pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estabelece que as bulas dos agrotóxicos deverão conter faixa toxicológica colorida até o final de dezembro.

O coordenador de Agrotóxicos e Afins, Luís Eduardo Rangel, explica que existia uma má interpretação do Decreto 4.074 de 2002. Além disso, a Portaria nº 93/1994 foi revogada. “Do ponto de vista jurídico, isso criava um conflito. Então, para resolver a situação, nós tivemos que revogar a portaria de 94 e dar um prazo para os fabricantes poderem se regularizar. Do ponto de vista de impacto, é mínimo. Isso não vai mudar nada na composição dos agrotóxicos. A mudança não oferece risco nenhum”, afirma.

O rótulo externo dos produtos sempre precisou ter a faixa toxicológica colorida. Agora, a mesma cor da caixa deve estar estampada na bula. “Na percepção, já que a cor é um dado importante para classificar o produto, também deverá constar junto às instruções de uso”, complementa o coordenador da área de agrotóxicos. A partir de hoje, as empresas detentoras de registro terão o prazo de 150 dias para adaptar as embalagens.

Em 23 de abril de 2012, o Mapa publicou o Ato nº 11 com a mesma finalidade. Luis Rangel explica que a Instrução Normativa tornou-se necessária porque tem força maior do que o Ato. “Como havia um conflito na legislação, era preciso uma norma forte. Se a norma antiga foi assinada pelo secretário, a assessoria jurídica concluiu que o ato não teria como resolver o problema”, conclui.

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Mapa incentiva uso e registro de Agrotóxicos Biológicos

A meta do Ministério é que até 2015, 10% do total de defensivos produzidos no país sejam biológicos O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) incentiva cada vez mais o produtor rural a utilizar os agrotóxicos biológicos e os feromônios no combate às pragas nas lavouras. Esse tipo de defensivos são menos agressivos à saúde humana que os químicos tradicionais. Atualmente, existem 1.537 marcas de pesticidas no mercado. Em 2011, havia somente 41 marcas enquanto neste ano já são comercializadas 72, o que representa um crescimento de 75%. A meta até 2015 é que 10% do total de defensivos produzidos sejam biológicos.

De acordo com o coordenador de Agrotóxicos e Afins do Ministério da Agricultura, Luis Eduardo Rangel, o registro de produtos biológicos é prioridade do Governo Federal. “Esse incentivo promovido pelo Ministério da Agricultura busca ampliar o uso de praguicidas desse tipo e reduzir o prazo para avaliação dos pedidos de certificação. Se o produto for eficaz e menos tóxico, o agricultor passará a adotá-lo”, explica. Além disso, por meio de uma decisão publicada no Diário Oficial da União no ano passado, o Mapa desobrigou os defensivos à base de inimigos naturais de estampar caveiras em suas embalagens (desenho de um crânio humano sobre dois ossos em “x”).

A produção de alimentos orgânicos também contribui para o aumento do mercado de pesticidas biológicos. Para estimular ainda mais o setor, o Ministério da Agricultura estabeleceu a venda livre (sem receita agronômica) destes produtos fitossanitários para a agricultura orgânica, desde 2010. “Os princípios e exigências da agricultura orgânica permitiram uma liberalidade maior para recomendação dos produtos de menor impacto toxicológico”, enfatiza.

Segundo Luis Rangel, o Brasil tem participado com frequência como membro convidado do Fórum da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que tem como objetivo discutir os procedimentos de registros desses produtos. “O Brasil tem um dos melhores modelos reguladores de defensivos biológicos do mundo”, afirma.

Saiba mais

Feromônios – Os feromônios são substâncias químicas, captadas por animais de uma mesma espécie (intraespecífica), permitem o reconhecimento mútuo e sexual dos indivíduos. Os feromônios excretados são capazes de suscitar reações específicas de tipo fisiológico comportamental em outros membros que estejam num determinado raio do espaço físico ocupado pelo excretor.

Agentes biológicos – São organismos vivos, de ocorrência natural ou obtidos por manipulação genética, introduzidos no ambiente para o controle de uma população ou atividades biológicas de outro organismo considerado nocivo.

Para registrar um agrotóxico biológico, o ministério oferece facilidades e aprova a legalização em menos tempo que um agroquímico. Enquanto o processo de registro convencional pode levar até cinco anos, o de um agente biológico tramita sob prioridade e pode ser finalizado em até 60 dias.

A lista dos agrotóxicos registrados está disponível no endereço eletrônico www.agricultura.gov.br, link serviços – agrotóxicos/Sistema Agrofit. Os interessados em registrar produtos biológicos devem enviar e-mail para agrofit@agricultura.gov.br.

Vera Stumm
Min. da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Embrapa comemora bons resultados de testes de campo com feromônios no controle de percevejos-praga da soja:

Matéria publicada sobre controle de percevejos da soja através de feromônios, destacam a evolução em pesquisa realizade pelo Pesquisador Miguel Borges da Embrapa. Créditos: Embrapa Testes de campo realizados pela Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT) em Rondonópolis (MT), no período de janeiro a março de 2012, mostraram que a utilização de armadilhas à base de feromônios sexuais em lavouras de soja é uma boa estratégia para monitorar e controlar as populações de percevejos que atacam essa cultura, especialmente o percevejo marrom. A iniciativa é resultado do projeto Rede Nacional de Ecologia Química (Repensa), liderado pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, que reúne outras unidades da Embrapa, instituições brasileiras e internacionais com o objetivo de estudar a comunicação química entre seres-vivos (insetos, plantas e animais pecuários) e utilizar esses conhecimentos em prol do controle biológico de pragas agrícolas. A organização do Projeto em rede permite o compartilhamento de conhecimentos e equipamentos entre grupos com diferentes especialidades, maximizando o potencial de cada grupo e permitindo o alcance de resultados de forma mais dinâmica e precisa. Graças à essa união de saberes, foram realizados os testes de campo no Mato Grosso. Nesses ensaios, armadilhas à base de feromônios desenvolvidas pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia em parceria com a ISCA Tecnologias foram testadas pela Fundação MT na Fazenda Guarita na localidade de Rondonópolis com bons resultados. Segundo a pesquisadora da Fundação MT, Lúcia Vivan, os testes de campo foram conduzidos em duas áreas de 25 hectares cada, sendo uma com as armadilhas à base de feromônios (oito armadilhas com distância de 200 metros entre elas) e a outra com a metodologia de amostragem chamada de "pano de batida". O monitoramento realizado com as armadilhas de feromônios detectou população de percevejo marrom mais precoce e em maior número do que as amostragens realizadas com "pano de batida". Isso é um bom resultado para o monitoramento e controle dessa praga, explica Vivan. "Quanto antes detectarmos as populações de percevejos, mais cedo podemos iniciar o controle". Os resultados obtidos pelos testes de campo mostraram que o controle mais precoce propiciado pela utilização de feromônios impacta diretamente a produtividade nas lavouras de soja, já que o percevejo marrom é uma das piores pragas dessa cultura no Brasil. O inseto se alimenta diretamente nos grãos, causando sérios prejuízos no rendimento e na qualidade das sementes, como baixo vigor e menor teor de óleo. Segundo a pesquisadora, a área com as armadilhas apresentou maior produtividade e menor quantidade de sementes danificadas. Ela explica que em 2013, outros testes serão feitos em novas áreas no estado do Mato Grosso. Embrapa investe em pesquisas com feromônios desde a década de 90 O Laboratório de Semioquímicos da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, liderado pelo pesquisador Miguel Borges (foto acima), desenvolve estudos com os semioquímicos (feromônios e cairomônios) das diferentes espécies de percevejos da soja desde 1990 para controle e monitoramento de percevejos que atuam como pragas na cultura da soja no Brasil. Os feromônios são os mais importantes elementos da comunicação entre os insetos. São substâncias químicas de cheiro peculiar, presentes em cada espécie, que atuam como meios de comunicação. Na natureza, os feromônios são responsáveis pela atração de indivíduos da mesma espécie para acasalamento, demarcação de território e outros tipos de comportamento. Os cientistas reproduzem, em laboratório, as condições observadas na natureza para monitorar o comportamento dos insetos-praga e interromper a sua reprodução. A soja é uma das principais culturas agrícolas do Brasil, com uma produção de 68 milhões de toneladas, envolvendo 16 estados e uma área superior a 23 milhões de hectares. O percevejo da soja é uma das pragas mais nocivas a essa cultura de norte a sul do Brasil e também em outros países, como Argentina e Estados Unidos. Hoje a tecnologia existente para monitoramento e identificação da presença de percevejos nas lavouras de soja é a técnica do pano de batida, que além de exigir mão-de-obra qualificada, demanda tempo dos técnicos envolvidos no monitoramento e, por isso, não é muito utilizada pelos produtores, especialmente em plantios extensivos. As armadilhas desenvolvidas a partir de feromônios facilitam o monitoramento dos percevejos nas lavouras de soja, pois as capturas são especificas à praga-alvo, exigindo somente que o produtor conte o número de insetos. "O que se espera no futuro é que o produtor espalhe as armadilhas na área cultivada e faça inspeções semanais em busca de percevejos. Sempre que o número de insetos alcançar uma quantidade pré-determinada, a aplicação de inseticida será recomendada, de forma a aumentar a efetividade do controle e, o mais importante: diminuir o número de aplicações de pesticidas, o que protege o bolso do agricultor e o meio ambiente", afirma o pesquisador Miguel Borges, que também é coordenador da Rede. Segundo ele, a Embrapa e a ISCA Tecnologias vão investir em novos testes de campo na próxima safra da soja, visando não apenas ao monitoramento, como também ao controle da população de percevejos com a utilização de feromônios nas diferentes regiões produtoras. "O processo consistirá em concentrar a população de percevejos em uma determinada área, denominada área ou cultura armadilha, na qual serão aplicadas medidas de controle", explica Borges. Rede Repensa vai resultar em banco de semioquímicos à disposição da pesquisa agropecuária brasileira O objetivo final da Rede Repensa, de acordo com o pesquisador, é organizar um banco de semioquímicos, proteínas e genes envolvidos na comunicação química de plantas, animais e insetos, para tornar mais eficiente o processo de desenvolvimento de tecnologias baseadas nessas moléculas. Por isso, as pesquisas estão sendo realizadas em nível básico -- para compreender os mecanismos naturais de interação inseto-inseto, inseto-planta e inseto-mamífero -- e em nível aplicado, como o teste de campo de Rondonópolis, entre outras ações em conjunto entre as instituições envolvidas. Segundo o pesquisador, os semioquímicos ocupam hoje cerca de 30% do mercado de biopesticidas no mundo, perdendo apenas para os inseticidas bacterianos e os botânicos. No Brasil, o mercado de semioquímicos está em franca expansão, com mais de 15 produtos registrados e outros em fase de registro. "Com esse Projeto, esperamos contribuir para a sustentabilidade da agricultura no Brasil", finaliza Borges. Participam da Rede as seguintes unidades da Embrapa - Pecuária Sul; Arroz e Feijão; Pecuária Sudeste; Amazônia Ocidental e Clima Temperado -- as universidades: Estadual de Mato Grosso (Unemat); de Brasília (UnB); Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Federal de Lavras (UFLA); Federal de São Carlos (UFSCar); Federal de Goiás (UFG), além de instituições brasileiras - Fundação MT; Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) na Bahia; Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e Empresa Matogrossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) - e internacionais: USDA/ARS-Chemicals, Affecting Insect Behavior Laboratory e Rothamsted Research-Chemical Biological Group. FONTE Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Fernanda Diniz - Jornalista Telefones: (61) 3448-4769 e 3340-3672

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Paraná vai sediar encontro nacional sobre agrotóxicos

O Paraná vai sediar, pela primeira vez, o 10º Encontro de Fiscalização e Seminário sobre Agrotóxicos (Enfisa), que vai reunir representantes de 27 estados brasileiros das áreas de Agricultura, Saúde, Meio Ambiente, além de representantes do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea). O encontro vai acontecer entre os dias 18 e 21 de junho, em Curitiba. Os representantes da comissão organizadora reuniram-se nesta quarta-feira (30) com o presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Inácio Kroetz, para acertar os preparativos do evento. O Enfisa é realizado uma vez por ano com o objetivo de harmonizar as legislações e os procedimentos referentes à fiscalização de agrotóxicos de todos os estados do Brasil. O evento se realiza por meio de uma parceria entre os setores público e privado. A cada ano o trabalho vai se aprimorando, com a participação efetiva dos fiscais agropecuários e dos profissionais das indústrias de agrotóxicos. Para Luís Eduardo Pacifici Rangel, coordenador-geral do Departamento de Fiscalização de Insumos Agrícolas do Ministério da Agricultura, o Paraná foi escolhido devido à liderança que exerce na área de acompanhamento do uso de agrotóxicos. “O Paraná é um dos estados agrícolas mais importantes do País, então, nada melhor que o décimo encontro nacional aconteça aqui, justamente no ano de criação da Adapar”, disse Luis Rangel. “É uma forma de valorizar o trabalho dos técnicos da Adapar, uma vez que o Estado é modelo e de forma eficiente cumpre seu papel e serve de inspiração para outros Estados”, afirmou. No final do encontro será apresentada uma série de metas a cumprir até o próximo encontro, em 2013. Segundo Rangel, são metas de fiscalização, de avaliação da qualidade dos insumos e de revenda dos agrotóxicos, a necessidade de envolvimento de outros setores no sistema, entre outras. Os trabalhos serão divididos em três componentes: curso sobre agrotóxicos, aberto à comunidade para atualização profissional; seminário sobre agrotóxicos, também aberto à comunidade; e encontro de fiscalização, voltado para representantes dos órgãos estaduais, federais e Creas. O setor privado poderá participar de todas as etapas do evento, incluindo o encontro de fiscalização, sendo representado por instituições ligadas ao setor. Agência Estadual de Notícias - Paraná

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Pesquisa da Unicamp desvenda ponto fraco da vassoura-de-bruxa

A estratégia usada pela praga vassoura-de-bruxa - principal doença que afeta a produção de cacau no país - para resistir ao ataque da planta hospedeira e aos mais potentes fungicidas do mercado foi desvendada por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A descoberta, publicada na revista New Phytologist, abre caminho para o desenvolvimento de novas drogas capazes de combater a doença de forma efetiva.

Causada pelo fungo Moniliophthora perniciosa, a vassoura-de-bruxa tem esse nome porque deixa os ramos do cacaueiro secos como uma vassoura velha. As áreas afetadas não conseguem realizar fotossíntese e, para piorar, liberam substâncias tóxicas que diminuem a produção de frutos. Os poucos frutos produzidos se tornam inviáveis para a fabricação de chocolate.

"Na fase inicial da infecção, a planta tenta deter a ação do invasor liberando grandes quantidades de óxido nítrico (NO), substância capaz de bloquear a cadeia respiratória do fungo. Mas descobrimos que a vassoura-de-bruxa possui um mecanismo alternativo de respiração que lhe permite resistir a esse ataque", explicou Gonçalo Amarante Guimarães Pereira, coordenador do Laboratório de Genômica e Expressão da Unicamp, onde a pesquisa foi conduzida.

Ironicamente, a própria planta acaba sofrendo os efeitos tóxicos do NO. Os galhos infectados morrem e viram banquete para a M. perniciosa. "O fungo tem uma fase biotrófica, na qual vive dentro da planta ainda viva, e outra necrotrófica, em que se alimenta do tecido morto", disse Pereira.

A equipe coordenada pelo pesquisador descobriu que, durante a fase biotrófica, quando está sob o ataque da planta, a vassoura-de-bruxa produz uma enzima chamada oxidase alternativa. Essa proteína lhe permite gerar uma quantidade mínima de energia e garante sua sobrevivência.

"Nesse período o fungo praticamente não cresce, pois a energia disponível é pequena, mas ele consegue resistir ao ataque", disse Pereira.

Quando a planta finalmente dá a batalha por vencida, envia sinais para as células do galho infectado se suicidarem - processo conhecido como apoptose. Como o óxido nítrico deixa de ser liberado, o fungo desliga o mecanismo alternativo de respiração e entra na fase necrotrófica, passando a devorar vorazmente o tecido morto.

Em duas frentes

Os cientistas tiveram então a ideia de testar uma combinação de princípios ativos - azoxistrobina e ácido salicil-hidroxâmico - capazes de inibir simultaneamente os dois mecanismos respiratórios da praga.

"Observamos que quando a respiração principal é bloqueada pela azoxistrobina e a respiração alternativa se mantém, o fungo permanece na fase biotrófica. Mas, quando combinamos essa droga com um inibidor da oxidase alternativa, o fungo cessa completamente seu crescimento", contou Pereira.

Embora tenha se mostrado promissora nos testes de laboratório, essa combinação de moléculas não pode ser usada como um fungicida comercial. "A fórmula é altamente instável e se degrada com facilidade. E isso inviabiliza o uso no campo", disse.

A equipe agora trabalha, em parceria com a fabricante de defensivos agrícolas Ihara, para achar uma molécula com ação semelhante e capaz de se manter estável por longos períodos de prateleira.

"Temos a oportunidade de criar um produto realmente eficaz para fungos tropicais. Hoje não existe fungicida assim em nenhum lugar do mundo. É algo de grande importância tecnológica", avaliou Pereira.

Testes promissoras como a ferrujem da soja e do café

Os pesquisadores estão testando a mesma combinação de moléculas capaz de bloquear a enzima oxidase alternativa contra outras espécies de fungos tropicais, como a ferrujem da soja e do café. "Os resultados em laboratório indicam que estamos na direção certa", disse.

Realizada com financiamento da Fapesp, a pesquisa faz parte do projeto de doutorado de Daniela Paula de Toledo Thomazella e Paulo Teixeira , e está sendo realizada no âmbito do Projeto Temático "Estudo integrado e comparativo de três doenças fúngicas do cacau -- vassoura-de-bruxa, monilíase e mal do facão -- visando à compreensão de mecanismos de patogenicidade para o desenvolvimento de estratégias de controle", coordenado por Pereira.

Os esforços brasileiros para elucidar o mecanismo de ação da doença que há mais de duas décadas afeta drasticamente a produção de cacau no Brasil começaram por volta do ano 2000, com o mapeamento do genoma da M. perniciosa.

Quando chegou ao sul da Bahia, em 1989, provavelmente vinda da região amazônica, a vassoura-de-bruxa fez com que a produção nacional caísse de aproximadamente 400 mil toneladas ao ano para pouco mais de 120 mil. O Brasil, antes um dos maiores exportadores de cacau, passou a importar sementes de países como a Indonésia, com qualidade inferior.

Atualmente, a doença está presente em todos os países produtores de cacau da América Central e do Sul.

FONTE

Agência Fapesp
Karina Toledo - Jornalista
Telefone: ( 55) 11 3838-4000
Fax: ( 55) 11 3838-4117
E-mail: agencia@fapesp.br

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Agricultor não tem acesso a 50% dos agrotóxicos registrados

Cerca de 50% de todos os agrotóxicos registrados no Brasil não são colocados à disposição dos agricultores. É o que apontam os dados divulgados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nesta quarta-feira (11/4), durante 2º Seminário Mercado de Agrotóxicos e Regulação, em Brasília (DF). Além disso, 24% das empresas de agrotóxicos instaladas no Brasil não produziram, nem comercializaram nenhum produto durante a última safra. “Além de apontar para uma estratégia de reserva de mercado, essa prática representa uma perda para os agricultores, que são privados de ter acesso aos produtos registrados”, afirma o diretor da Anvisa, Agenor Álvares.

Outro ponto destacado no estudo é que 53% das empresas de agrotóxicos instaladas no Brasil não possuem fábrica. “São empresas que atuam como verdadeiros escritórios de registro, sendo responsáveis pelo aumento do entulho burocrático, sem agregar nenhum benefício para a sociedade”, constata o diretor da Agência. Na avaliação do coordenador do Observatório da Indústria de Agrotóxicos, Victor Pelaez, o registro de um produto agrotóxico agrega valores intangíveis ao patrimônio das empresas. “O registro é a menor barreira para a entrada de produtos no mercado, tendo em vista que a estrutura deste mercado não muda”, ponderou Pelaez.

Na última safra, que envolve o segundo semestre de 2010 e o primeiro semestre de 2011, o mercado nacional de venda de agrotóxicos movimentou 936 mil toneladas de produtos. A produção gerou 833 mil toneladas de agrotóxicos e a importação foi de 246 mil toneladas de produtos. Os dados apontaram, ainda, que 90% da produção nacional de agrotóxicos foram de produtos formulados, ou seja, agrotóxicos prontos para serem utilizados na agricultura. Os outros 10% corresponderam a produtos técnicos, que são os ingredientes utilizados na formulação dos agrotóxicos. “Isso significa dizer que a grande maioria das indústrias de agrotóxicos instaladas no Brasil apenas envasam matéria prima vinda de outros países”, explica o diretor da Anvisa.

 De acordo com a pesquisa, existem uma concentração do mercado de agrotóxicos em determinadas categorias de produtos. Os herbicidas, por exemplo, representaram 45% do total de agrotóxicos comercializados. Os fungicidas foram 14% do mercado nacional, os inseticidas 12% e as demais categorias de agrotóxicos 29%. Quando comparadas às vendas por ingredientes ativos, o glifosato lidera o ranking, com uma fatia de 29% do mercado brasileiro de agrotóxicos. Já o óleo mineral possui 7% e o 2,4D e atrazina 5% cada. O estudo divulgado pela Anvisa analisou a movimentação de 96 empresas de agrotóxicos instaladas no Brasil, que juntas representam quase 100% do mercado nacional. Atualmente, existem 130 empresas de agrotóxicos no país.

No Brasil, as dez maiores empresas de agrotóxicos foram responsáveis por 75% do mercado de venda, na última safra. No que diz respeito à produção, esse índice cai para 65%. “Trata-se de um mercado extremamente polarizado e de difícil espaço para concorrência”, comenta Álvares. Outra tendência apontada na pesquisa é a de que o mercado brasileiro de agrotóxicos se estrutura de tal maneira que as dez maiores indústrias não competem entre si. “Mesmo no caso em que as patentes estão vencidas, tirando raras exceções, as empresas focam a produção em agrotóxicos com ingredientes ativos que não são comercializados pelas demais empresas, o que gera uma espécie de monopólio sobre os produtos”, diz o diretor da Agência. De acordo com a pesquisa da Anvisa, essa tendência de polarização do mercado também ocorre em escala global. As 13 maiores empresas de agrotóxicos detêm o controle de 83% do mercado mundial do setor. Segundo o coordenador do Observatório da Indústria de Agrotóxicos, esse mercado se configura como um oligopólio com elevado grau de concentração. “A própria estratégia oligopolistas estabelece cooperação entre as empresas que já estão no mercado e barreiras para as que estão de fora”, concluiu Pelaez.

Enquanto, nos últimos dez anos, o mercado mundial de agrotóxicos cresceu 93%, o mercado brasileiro cresceu 190%. Em 2008, o Brasil passou os Estados Unidos e assumiu o posto de maior mercado mundial de agrotóxicos. Em 2010, o mercado nacional movimentou cerca de U$ 7,3 bilhões e representou 19% do mercado global de agrotóxicos. Já os Estados Unidos foram responsáveis por 17% do mercado mundial, que girou em torno de U$ 51,2 bilhões.

Danilo Molina – Imprensa/Anvisa
http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/anvisa+portal/anvisa/sala+de+imprensa/menu+-+noticias+anos/2012+noticias/agricultor+nao+tem+acesso+a+50+dos+agrotoxicos+registrados

terça-feira, 20 de março de 2012

Agricultores têm até julho para devolver estoques de agrotóxicos proibidos

 Produtores rurais ou instituições paranaenses que em 2009 declararam ao governo a posse de BHC e/ou outros agrotóxicos proibidos por lei deverão agora fazer a devolução do produto. O prazo vai de março a julho, variando entre os 20 armazéns do Estado licenciados para receber temporariamente os agrotóxicos, que depois serão incinerados (ver calendário anexo). A ação visa retirar do campo os agrotóxicos obsoletos, em especial os organoclorados, cuja fabricação, comercialização e utilização estão proibidas por lei no Brasil.

O Paraná tem cerca de 2 mil agricultores e instituições cadastrados como detentores de estoques de BHC e outros agrotóxicos proibidos. Eles declararam a posse de mais de 600 toneladas de produtos, em diversas regiões do Estado, e foram amparados pela Lei Estadual n° 16.082/2009, que os isentou de quaisquer sanções cíveis, penais ou administrativas relacionadas à posse desses agrotóxicos.

Os procedimentos para devolução estão a cargo da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (por meio do Instituto das Águas, AguasParaná e Instituto Ambiental do Paraná) e da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, por meio da Emater. Entidades do setor privado – o Sistema Ocepar, o Sistema Faep e o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias – também se uniram à iniciativa, para viabilizar o cadastramento, recebimento, transporte e destinação dos produtos. Para o acondicionamento e transporte dos produtos aos armazéns temporários, a Emater e os sindicatos rurais entregarão aos produtores rurais kits de segurança personalizados contendo sacos de acondicionamento, equipamentos de proteção individual (EPI) completos, folhetos explicativos sobre os procedimentos da operação, incluindo os locais para a devolução.

O kit também inclui uma cópia da portaria do IAP para transporte do material, que deverá ser apresentada na devolução, juntamente com a via da autodeclaração feita em 2009 e os dados cadastrais do declarante (nome, endereço e documentos). Ao devolver o agrotóxico os produtores receberão uma certidão atestando a entrega e isentando-os de responsabilidade sobre os produtos. Emater, em conjunto com sindicatos, vai entregar os kits.


quinta-feira, 15 de março de 2012

MT terá formulário sobre aplicação de agrotóxicos

Nova obrigatoriedade para os produtores rurais no Mato Grosso sobre a aplicação de defensivos agrícolas.

Preencher 17 itens de um questionário sobre a forma de aplicação de defensivos agrícolas nas lavouras. Este é o novo “tema de casa” dos produtores mato-grossenses. A nova exigência foi intitulada pelo Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea), como Guia de Aplicação, que é uma cobrança antiga, mas que será colocada em prática somente neste ano.

Os agricultores terão que preencher os produtos utilizados no campo nos casos de pulverização terrestre com equipamentos tratorizados ou autopropelidos. O não cumprimento das normas pode resultar em notificação e até em multa.

Conforme o engenheiro agrônomo responsável pela unidade do Indea, em Sinop, Marcelo Magalhães Pioli, a aplicação de agrotóxico realizada de forma inadequada pode, por exemplo, ao invés de matar as ervas daninhas, atingir a plantação da fazenda vizinha. “Se a pessoa não tiver preparo, ou equipamentos apropriados na hora da aplicação de agrotóxicos, pode acabar atingindo lavouras de outras propriedades, e são vários fatores, como corrente de ar, má utilização de equipamentos, entre outros”.

Nestes casos, os produtores prejudicados devem procurar os fiscais do Indea para denunciar e especificar os prejuízos. A partir da denúncia, o Instituto abre um procedimento para investigar, e, se caso for comprovado, o autor é obrigado a ressarcir o prejudicado e ainda pagar uma multa que pode variar entre R$ 9,254 a R$ 46,270.

O gestor do núcleo técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Eduardo Godoi, explica que o produtor deve estar com a guia devidamente preenchida quando houver fiscalizações do Indea na propriedade. "Após a aplicação dos defensivos agrícolas, as guias deverão ser preenchidas, assinadas e arquivadas por um período de dois anos para que quando houver fiscalização do Indea o produtor tenha tudo em mãos e evite multas".

No questionário, o empresário rural deve informar a temperatura ambiente na hora da aplicação, direção e velocidade do vento, entre outros quesitos. Para não confundir, o Instituto e a Federação deverão realizar palestras orientativas em alguns sindicatos rurais do Estado sobre o assunto. "Os técnicos do Indea farão palestras informativas nos sindicatos explicando como este guia deve ser preenchido, como é o procedimento, as verificações e as fiscalizações e esclarecer as dúvidas dos produtores".

Publicado pelo site Agro Notícias MT. Só Notícias/Aline Dessbesell, de Sorriso

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Ministério aprova uso de biofungicida contra vassoura-de-bruxa

Material publicado no Boletim Diário FAEP reporta aprovação de produto para controle de importante doença na lavoura cacaueira.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) certificou o registro do biofungicida Tricovab, para combate no campo ao fungo da vassoura-de-bruxa. A certificação encerra processo iniciado há 10 anos pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) e inclui bula e rótulo definitivos. O biofungicida foi desenvolvido pela Ceplac a partir de técnicas que usam um fungo natural e antagônico ao fungo Moniliophtora perniciosa, causador da doença nos cacaueiros. A vassoura-de-bruxa devastou a lavoura baiana no final dos anos 80, fazendo a produção cair de 460 mil toneladas para menos de 120 mil toneladas na década seguinte.



O coordenador técnico-científico da Ceplac, Manfred Müller, acredita que a certificação é a última etapa do processo que demandou tempo e estudos do Comitê Técnico de Assessoramento. O comitê é composto pelo Ministério da Agricultura, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), órgãos responsáveis pela regulamentação de agrotóxicos e biofungicidas no País.



"Os pesquisadores da Ceplac se desdobraram na busca de solução natural com alto potencial de controle da vassoura-de-bruxa, sem riscos ao meio ambiente e aos produtores de cacau e colaboradores", avalia Müller.



O biofungicida Tricovab é obtido através da fermentação do fungo Trichoderma stromaticum em laboratório. Trata-se de um produto natural que não causa agressões ao meio ambiente. "Além disso, é comprovadamente eficaz quando diluído em água e pulverizado na plantação de cacau, já que inibe a reprodução do fungo da vassoura-de-bruxa em até 99% no solo e em quase 57% na copa das árvores do cacaueiro", explica o chefe do Cepec, Adonias de Castro Virgens Filho.

O Cepec será responsável pela divulgação da aplicação do produto nas propriedades rurais.



Praga histórica

A vassoura-de-bruxa é uma praga natural histórica da Região Amazônica, sendo considerada uma das mais ameaçadoras do cacaueiro. Quando não se adotam medidas de controle no aparecimento, a praga se espalha rapidamente através do vento e da água, comprometendo completamente a produção.

Atualmente, a doença constitui o maior problema fitopatológico do estado da Bahia e, talvez, do Brasil. A doença é originária da bacia amazônica e só foi detectada no sul da Bahia (microrregião de Ilhéus-Itabuna) em 1989. De 1991 para 2000 o Brasil teve sua produção anual reduzida de 320,5 mil toneladas para 191,1 mil toneladas, caindo a sua participação no mercado internacional de 14,8% para 4%.