segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Em Cambé, agricultores não aplicam agrotóxico nas lavouras de soja.

O programa é desenvolvido pelo Iapar, Embrapa, Itaipu, Ocepar, Faep, Fetaep e Instituto Emater e Secretaria de Agricultura do Paraná. O aparecimento de pragas e doenças na soja causa preocupação e gastos para os produtores. No entanto, em algumas propriedades que contam com a assistência dos técnicos do Instituto Emater as despesas com produtos químicos vêm sendo reduzida drasticamente. Com a adoção do Manejo Integrado de Pragas (MIP) e do Manejo Integrado de Doenças (MID), um grupo de produtores da microbacia Cafezal, em Cambé, até agora não usou uma gota de veneno nas lavouras. Nem mesmo a temida helicoverpa exigiu insumo químico nas cinco áreas monitoradas que totalizam cem hectares de soja. Enquanto isso, os vizinhos já fizeram três aplicações, o que aumentou seus custos de produção. Tanto o MIP quanto o MID são ações do programa Plante seu Futuro, programa do governo estadual que pretende levar aos produtores tecnologias que ajudem a reduzir os custos, melhorar a qualidade final da produção agropecuária paranaense, bem como do ambiente produtivo. O programa é desenvolvido pelo Iapar, Embrapa, Itaipu, Ocepar, Faep, Fetaep e Instituto Emater. No último dia 21, técnicos e produtores participaram de uma reunião para avaliar os trabalhos que vem sendo desenvolvidos na microbacia do Cafezal, de Cambé. O rio abastece Londrina e Cambé, por meio de um sistema de captação da Sanepar e exige cuidado das propriedades próximas, para evitar a contaminação das águas. Em média os agricultores fazem seis aplicações de agrotóxicos na cultura da soja no município de Cambé, a cada safra. Duas aplicações são feitas para combater as lagartas, duas para eliminar os percevejos e duas para evitar o aparecimento de doenças. Parte desse agrotóxico acaba nos rios da bacia, o que tem contribuído para aumentar a poluição do ambiente e eliminar os inimigos naturais que fazem o controle das pragas da soja. Técnicos da Emater, por meio do monitoramento semanal das lavouras, verificam a incidência de pragas e doenças, seu nível de dano econômico, porcentagem de desfolha e, em conjunto com o produtor, verificam se há ou não necessidade de aplicação de agrotóxicos. Na Bacia do Cafezal os técnicos monitoram semanalmente cinco áreas de agricultores familiares. As lavouras, que somam 100 hectares, foram implantadas em outubro e estão na fase vegetativa. Segundo os técnicos, até agora foram encontradas lagartas pequenas da família heliothinea, espécie helicoverpa, principalmente nas folhas mais novas em todas as lavouras a partir de dez dias de germinação. Apesar disso, a praga não está causando danos às lavouras. Os técnicos orientam os produtores a não fazer nenhuma aplicação por enquanto, e continuar monitorando as áreas. Para a surpresa de muitos técnicos as lagartas desapareceram vinte dias depois de registradas as primeiras ocorrências. Segundo os pesquisadores da Embrapa, a maioria dos insetos foi parasitada por inimigos naturais que fizeram o controle das pragas. “É isso o que estamos observando nas áreas monitoradas, com o sumiço das lagartas helicoverpas, à medida que as lavouras vão se desenvolvendo sem a aplicação de qualquer agrotóxico”, disse Alcides Bodnar, da unidade do Instituto Emater de Cambé. Segundo ele, quando o agricultor aplica o agrotóxico, não só elimina as lagartas como também todos os seus inimigos naturais. Na propriedade do agricultor Roberto Schulz, ao lado da Igreja de Bratislava, foi instalada uma armadilha luminosa para monitorar a entrada de mariposas das várias espécies de lagartas. Assim, seria possível fazer uma correlação com a possível infestação de lagartas. “Há duas safras instalamos também um coletor de esporos da ferrugem da soja para sabermos com exatidão quando os esporos estão presentes, para daí definirmos a melhor época de aplicação de fungicidas, evitando aplicações calendarizadas”, observou Bodnar. Nas cinco áreas acompanhadas pelos técnicos do Instituto Emater os produtores vão iniciar, nesta semana, o controle biológico com a soltura do Tricograma pretiosum, uma pequena vespa que parasita ovos de mariposas de lagartas que atacam a soja. Mais uma forma de evitar o uso de agrotóxicos nas lavouras e reduzir os custos de produção, aumentando a margem de lucro do produtor. Fonte: http://www.uagro.com.br/editorias/agricultura/soja/2013/11/29/em-cambe-agricultores-nao-aplicam-agrotoxico-nas-lavouras-de-soja.html

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Software auxilia no controle do uso de agrotóxicos

SOFTWARE DA EMBRAPA AUXILIA NO CONTROLE DO USO DE AGROTÓXICOS Um programa de computador desenvolvido pela Embrapa vai ajudar os agricultores a controlarem a quantidade ideal de agrotóxicos que deve ser aplicada à lavoura. É o sistema Gotas – versão 2.2, que auxilia a calibrar a deposição de substâncias químicas para que o uso seja mais eficiente, evitando danificar as culturas e prevenindo o desperdício. “O Gotas foi desenvolvido para auxiliar os agricultores a obterem os parâmetros adequados de deposição de agrotóxicos nos alvos desejados”, explica o pesquisador Aldemir Chaim da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), que idealizou o programa com apoio da Embrapa Informática Agropecuária (Campinas, SP). Entre as funcionalidades incorporadas nesta versão, destacam-se uma ferramenta para recortar determinada área da amostra selecionada; possibilidade de salvar o experimento em formato compatível para uso dos resultados em planilha de cálculo; recursos para salvar e recuperar o experimento inteiro, com todas as imagens das amostras analisadas; e uma ferramenta para eliminar as amostras indesejadas. Para alvo de amostragem, é recomendada a utilização de cartão comercial sensível à água, disponível no mercado. Esse cartão, com imagem digitalizada, é processado pelo programa que oferece vários parâmetros de deposição. Com isso, o agricultor poderá decidir sobre a melhor combinação de bicos de pulverização, consumo de calda, velocidade de aplicação etc., que deem o máximo de deposição no alvo desejado. A calibração de deposição de gotas de pulverização é importante tanto para a aplicação de produtos químicos como para produtos biológicos. A tecnologia é recomendada pela Embrapa como uma das ações para controle da Helicoverpa armigera, lagarta que tem surpreendido produtores e pesquisadores pelo seu poder de destruição, causando prejuízos, principalmente, às lavouras de milho, soja e algodão. O programa Gotas é de acesso gratuito e está disponível na Rede AgroLivre. Também foi produzido um manual de utilização, que orienta sobre as especificações técnicas necessárias para o funcionamento do software. Fonte: OCB

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Novo biopesticida contra Helicoverpa armigera chega ao Brasil

A Certis acaba de anunciar o lançamento de seu biopesticida Gemstar no Brasil, prometendo o controle da Helicoverpa armigera no algodão e na soja. Para a introdução da tecnologia no País, a empresa norte-americana trabalhou em colaboração com parceiros brasileiros e fará a distribuição através das empresas Bio Controle (de Indaituba/SP) e Ihara Indústrias Químicas (Sorocaba/SP). O ingrediente ativo do Gemstar é um nucleopolyhedrovirus natural que infecta as larvas. “Como o vírus é muito específico para esse tipo de hospedeiras, ele não atinge insetos benéficos, peixes, animais selvagens, animais ou seres humanos, e o seu uso não agride o meio ambiente. O Gemstar tem sido usado com sucesso por produtores em vários países ao redor do mundo para controlar a H. armigera em milho, sorgo, hortaliças e algodão”, afirma a Certis dos EUA. O mecanismo de ação é simples: as lagartas que atacarem uma cultura pulverizada com Gemstar são infectadas pela ingestão de partículas de vírus depositados sobre a planta. A larva para de comer, enquanto o vírus se multiplica rapidamente dentro dela, destruindo seus órgãos internos. Quando a Helicoverpa armigera se desintegra, libera bilhões de novas partículas virais que acabam sendo ingeridas por outras lagartas (da mesma geração ou de posteriores) na mesma área. “A população de Helicoverpa armigera no Brasil chegou a níveis sem precedentes na agricultura daquele País”, diz Mike Dimock, Ph.D. e diretor da Certis Research EUA. “A situação, no entanto, mostra como os biopesticidas tornaram-se ferramentas importantes no manejo de pragas na atualidade. O Gemstar emprega um novo modo de ação que é altamente eficaz no controle da lagarta H. armigera. O produto pode ser utilizado na agricultura orgânica e nos programas de manejo de resistência. Por ser isento de resíduos, os produtores brasileiros poderão exportar sua colheita tratada com Gemstar a praticamente qualquer lugar do mundo”, explica. Fonte: Agrolink

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

BHC: Um problema a menos no Paraná

Reportagem publicada em 7 de Agosto em A Gazeta do Povo destaca o recolhimento de agrotóxico proibido há mais de 30 anos. Mais de 1 milhão de quilos de um agrotóxico proibido, perigoso para a saúde humana e para o meio ambiente e que estava armazenado em mais de 2 mil propriedades rurais do Paraná, foram coletados e destruídos. A quantidade recolhida é bem maior que a estimativa, que apontava a existência de 665 mil quilos do produto conhecido como BHC estocados, muitas vezes inadequadamente, desde 1985, quando foi banido. Pioneiro - O programa de recolhimento adotado pelo Paraná é considerado pioneiro – já está sendo copiado por São Paulo e deve ser “exportado” para outros países. A iniciativa começou a ser executada em 2009, a partir da criação de uma lei e do cadastramento de agricultores que declararam ter produtos proibidos. A etapa do recolhimento demorou e só foi concluída em maio de 2013. No meio do processo de coleta, os organizadores souberam de casos de proprietários rurais que não se cadastraram e decidiram dar uma nova chance. O prazo para a autodeclaração começou em fevereiro de 2013 e termina no dia 15 de agosto. Nova fase - Nessa nova fase, 65 agricultores afirmaram ter mais 275 mil quilos de agrotóxicos – que devem começar a ser recolhidos até o final do ano. Depois da data-limite para o cadastramento, quem mantiver agrotóxicos proibidos na propriedade está sujeito à autuação por fiscais. Além de multa, o agricultor pode responder a processo por crime ambiental, se for considerado que houve má fé. Quem não aproveitar a oportunidade da estrutura pública oferecida para facilitar a coleta, ainda terá de arcar com os gastos para dar destinação correta ao produto. Equipamento de segurança - Quem se cadastra, recebe equipamentos de segurança para fazer o acondicionamento do agrotóxico e licença ambiental para transportá-lo até um ponto de coleta. Quando a quantidade é superior a dois mil quilos, uma empresa especializada vai buscar o produto na propriedade, conta o engenheiro agrônomo Udo Bublitz, responsável pelo programa no Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). O agrotóxico é levado para usinas autorizadas, em São Paulo, e incinerado. As cinzas inertes são depositadas num aterro químico. O investimento até agora foi de R$ 9 milhões. Cancerígeno - Rui Müller, coordenador estadual do programa de recolhimento, destaca que o BHC é cancerígeno e altamente persistente na natureza. Ele conta que várias análises apontaram a presença do produto em leito de rios. Do total de 1,2 milhão de quilos recolhidos, 85% eram de BHC e o restante de outros agrotóxicos proibidos. Auxílio - O Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev) auxilia no programa e paga a metade das despesas. Para João Cesar Rando, diretor-presidente da Inpev, a união de forças entre poder público e iniciativa privada é um diferencial do programa. Ele destaca, ainda, que atualmente existem produtos alternativos menos danosos e mais eficientes para uso agrícola. Três décadas entre proibição e recolhimento - Quase três décadas se passaram entre a proibição e o recolhimento do BHC. A demora causou danos. Muitas fazendas foram vendidas com veneno enterrado. Funcionários responsáveis por armazenar o produto – e que sabiam onde estava guardado – não mais trabalham nas propriedades. Apenas agricultores conscientes e precavidos puderam se adequar à lei sem causar riscos ao ambiente e à população. Alívio - Entre os agricultores que conseguiram se livrar do BHC está Sérgio Otaguiri, diretor da Cooperativa Integrada em Londrina. “Isso tudo é do tempo que o meu pai tocava a fazenda”, comenta sobre os aproximadamente 120 quilos de agrotóxico que tinha guardado em uma tulha. “Para nós foi um alívio porque não tinha o que fazer”, diz. Ele soube de histórias de produtores que, com medo de serem autuados pela posse do produto, enterraram o agrotóxico. Problema - Para o agricultor londrinense Ernesto Bremer, o problema era o agrotóxico Paration, também proibido. Ele vendeu o sítio e “herdou” o produto. Foi informado pela Emater que deveria levar os três tambores lacrados a um armazém. “Foi um alívio”, resume. Até uma senhora, que tinha uns poucos quilos para combater pulgas e cupins num apartamento em Curitiba, ligou para a Emater para pedir a remoção do produto. (Gazeta do Povo)

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Ervas daninhas desafiam poder da biotecnologia

O capim-arroz é particularmente devastador em arrozais, onde os prejuízos às vezes chegam a 100% Essa erva-daninha desenvolveu resistência a muitos herbicidas usados por agricultores para controlar ervas daninhas, e cada planta pode produzir até 1 milhão de sementes, que se alojam no solo esperando a chance de crescer. No fim das contas, o capim-arroz e as muitas outras ervas daninhas do mundo resultam em uma redução de 10% na produtividade das lavouras. Só nos EUA, causam um prejuízo estimado em US$ 33 bilhões por ano. Os herbicidas podem reduzir o dano, mas a resistência se desenvolve em poucos anos a partir da introdução de um novo defensivo químico. Agora, alguns cientistas argumentam que podemos encontrar formas mais eficazes de combater as ervas daninhas estudando sua evolução. “São plantas incrivelmente bem-sucedidas. Elas evoluíram para tirar proveito de nós”, disse Ana Caicedo, da Universidade de Massachusetts. O capim-arroz mudou drasticamente em relação a seus ancestrais, desenvolvendo tolerância ao solo encharcado dos arrozais. Ele também evoluiu para ficar parecido com o arroz. “O pessoal da biotecnologia não tem nem ideia sobre como fazer uma planta se parecer com outra planta”, disse R. Ford Denison, biólogo evolucionista da Universidade de Minnesota. “No entanto, mil anos de seleção em um pedacinho da Terra foram suficientes para dar ao capim-arroz a capacidade de mimetismo com a lavoura -e a tolerância à inundação.” Certos traços ajudam as espécies selvagens a se tornarem ervas daninhas -elas crescem rapidamente, por exemplo, e produzem muitas sementes. Outras ervas evoluem a partir da união de plantas selvagens com cultivos agrícolas. Na década de 1970, beterrabas selvagens da Europa lançaram pólen que fertilizou beterrabas açucareiras cultivadas em fazendas. Também cultivos agrícolas podem virar ervas daninhas. “Domesticamos uma planta a partir do estado selvagem, e ela, de alguma forma, se ‘desdomestica’ -o que eu acho bastante interessante”, disse Caicedo. Entre esses cultivos desgarrados está uma erva daninha conhecida como arroz vermelho. O arroz domesticado foi selecionado geneticamente de modo a reter suas sementes quando colhido. Já o arroz vermelho desenvolveu sementes frágeis, que caem no chão ao serem colhidas, às vezes ficando dormentes. Essas sementes dormentes podem posteriormente brotar. “É um traço fantástico para uma erva daninha”, disse Caicedo. O DNA das ervas “desdomesticadas” adquire novas mutações em diferentes genes. “Você tem um novo conjunto de truques genéticos”, disse Norman Ellstrand, da Universidade da Califórnia, em Riverside. O último século trouxe uma série de herbicidas químicos que logo se tornaram ineficazes. Hoje, 217 espécies de ervas são resistentes a pelo menos um herbicida, segundo a Pesquisa Internacional de Ervas Resistentes a Herbicidas. Na década de 1970, havia grande esperança em torno de um novo herbicida chamado glifosato, vendido pela Monsanto como Roundup. Os primeiros estudos revelaram que as ervas daninhas não desenvolviam resistência a ele, o que despertou a expectativa de que finalmente os agricultores haviam escapado da evolução. Na década de 1980, a Monsanto ampliou a popularidade do glifosato lançando cultivos agrícolas geneticamente modificados que portavam um gene que lhes conferia resistência ao herbicida. Em vez de usar diversos herbicidas diferentes, muitos agricultores poderiam agora usar apenas um. No entanto, por meio da evolução, as ervas daninhas acabaram se tornando resistentes ao glifosato. Meses atrás, a consultoria agrícola Stratus informou que metade das fazendas americanas tinha em 2012 ervas daninhas resistentes ao glifosato. Em 2011, eram 34%. Alguns pesquisadores argumentam que as ervas daninhas podem ser combatidas com a combinação de dois genes de resistência em uma só planta cultivada, de modo que os agricultores poderiam aplicar dois herbicidas ao mesmo tempo. A chance de que uma erva tenha resistência aos dois produtos químicos seria minúscula. Mas na revista “Trends in Genetics”, uma equipe franco-americana de cientistas apresentou um contra-argumento: pulverizar um produto químico pode motivar a evolução de um sistema de reação a todo tipo de estresse, capaz de defender a planta contra mais de um herbicida. David Mortensen, biólogo da Universidade Estadual da Pensilvânia e especialista em ervas daninhas, previu que essas plantas criariam uma nova geração de ervas resistentes. Ele e seus colegas estão investigando o controle das ervas daninhas por meio do plantio de cultivos como o centeio de inverno, capaz de matar as ervas bloqueando a luz solar e liberando toxinas. “Você espalha a pressão da seleção em vários pontos e tenta evitar a criação de resistências.” Referência: www.universoagro.com.br

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Pragas 'importadas' ameaçam lavouras

Reportagem publicada na Folha de São Paulo chama a atenção para a possibilidade de invasão de pragas exóticas às lavouras brasileiras. Uma dezena de novas pragas tem reais chances de invadir as lavouras brasileiras nos próximos anos, segundo pesquisadores brasileiros. Para proteger o campo do risco de um ataque que possa causar prejuízos econômicos ao país, a Embrapa e a SBDA (Sociedade Brasileira de Defesa Agropecuária) listaram os principais candidatos a invasões. A relação, obtida com exclusividade pela Folha, revela ameaças a diferentes culturas e modelos de produção -da soja à mandioca, de exportadores à agricultura familiar. A seleção das pragas mais ameaçadoras considerou a probabilidade de ocorrer a invasão e a relevância econômica das plantações que podem ser atacadas, segundo Marcelo Lopes da Silva, pesquisador da Embrapa que participou do estudo. Ele ressalta, porém, que o número de pragas consideradas quarentenárias -com real possibilidade de entrar no país- é muito maior. 'O Brasil reconhece cerca de 600 pragas quarentenárias e não sabemos como combater a maioria delas. Precisamos de inteligência na defesa sanitária', afirma. A preocupação de cientistas e do governo se intensificou após os estragos que uma praga exótica (trazida do exterior) provocou às lavouras do cerrado. AMEAÇAS O maior fluxo de turistas no Brasil, por causa de eventos como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, a intensificação do comércio global e a abertura de novas rotas rodoviárias para países vizinhos também aumentam as chances de entrada de pragas, diz Evaldo Vilela, presidente da SBDA e professor da Universidade de Viçosa (MG). 'Identificamos 122 pragas só na região de fronteira que, se introduzidas, vão ameaçar a produção agrícola, aumentar os custos e o uso de defensivos, além de afetar a biodiversidade', afirma. Aumentar a vigilância na fronteira e nos aeroportos é uma das ações preventivas que precisam ser reforçadas, segundo os pesquisadores. 'A quantidade de fiscais não atende à necessidade do Brasil', diz Cosam Coutinho, diretor do departamento de sanidade vegetal do Ministério da Agricultura. Segundo ele, haverá concurso neste ano para o cargo. Há também ações de longo prazo. Identificadas as pragas que podem causar mais impactos à agricultura, a Embrapa se dedicará ao desenvolvimento, por meio de melhoramento genético, de sementes resistentes aos invasores, segundo Coutinho. Silva, da Embrapa, aponta ainda a necessidade de maior agilidade na aprovação de agrotóxicos para novas pragas. 'O sistema brasileiro é muito severo e demorado. É preciso ter estratégias especiais para emergências.' Para ser comercializado, um agrotóxico precisa ser aprovado pelo Ministério da Agricultura, que faz uma análise sobre a eficiência do produto no campo, pela Anvisa, que avalia os riscos para a saúde, e pelo Ibama (ambiente). Fonte: Folha de S. Paulo

terça-feira, 2 de julho de 2013

Atualização Receita Agrowin - Junho / 2013

Está disponível a nova versão do Sistema de Receituário Agronômico referente ao mês de junho de 2013. As principais mudanças efetuadas estão descritas a seguir:


PRODUTOS INCLUÍDOS NO SISTEMA:

Kaligreen: Fungicida de contato do grupo químico dos Bicarbonatos à base de Hidrogenocarbonato de Potássio 80%. Recomendado para o controle de Sphaerotheca fuliginea em pepino e Oidium mangiferae em manga.

Preciso: Herbicida seletivo do grupo químico da Glicina substituída à base de Glifosato 74,7%. Recomendado para o controle de diversas espécies de plantas infestantes em algodão, ameixa, arroz, banana, cacau, café, cana de açúcar, citros, maçã, milho, nectarina, pastagens, pera, pêssego, soja, trigo e uva.

Siptran: Herbicida seletivo do grupo químico da Triazina à base de Atrazina 50%. Recomendado para o controle de diversas espécies de plantas infestantes em cana de açúcar e milho.


PRODUTOS ALTERADOS NO SISTEMA:

- Acaramik: Conferido via nova bula. Extensão de uso para as culturas de algodão, batata, café, crisântemo, feijão, mamão, melão, pimentão, rosa e tomate. Alteradas frases de recomendação.

- Amulet: Alterada Classificação Toxicológica para II - Altamente tóxico.

- Brasão: Conferido via nova bula. Extensão de uso para a cultura da batata. Alteradas frases de recomendação.

- Certero: Conferido via nova bula. Alterada a dose para cana de açúcar.

- Evidence 700 WG: Conferido via nova bula. Extensão de uso para Leptocybe invasa em eucalipto. Alteradas frases de recomendação.

- Fordor 750 WG: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação.

- Grimectin: Conferido via nova bula. Extensão de uso para as culturas do café, feijão, mamão e melão.

- Larvin 800 WG: Conferido via nova bula. Extensão de uso para Heliothis virescens em algodão e para Pseudoplusia includens em soja.

- Source: Alterada Classificação Toxicológica para II - Altamente tóxico.

- Standak: Alterada Classificação Toxicológica para II - Altamente tóxico.

- Taj: Alterada Classificação Toxicológica para II - Altamente tóxico.


PRODUTOS RETIRADOS DO SISTEMA:

- Acetamiprid CCAB 200 SP: Teve seu registro suspenso conforme publicação no DOU nº 107 de 06 de junho de 2013.

- Ferus: Teve seu registro cancelado conforme publicação no DOU nº 104 de 03 de junho de 2013.

- Mancozeb BR: Teve seu registro suspenso conforme publicação no DOU nº 104 de 03 de junho de 2013.

- Mentox 600 CE: Teve seu registro cancelado conforme publicação no DOU nº 177 de 14 de setembro de 2011.

- Scepter 70 DG: Teve seu registro cancelado conforme publicação no DOU nº 104 de 03 de junho de 2013.

- Tarkill SC: Teve seu registro suspenso conforme publicação no DOU nº 104 de 03 de junho de 2013.

- Warrant: Teve seu registro cancelado conforme publicação no DOU nº 119 de 24 de junho de 2013.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Novas pragas em milho Bt

Matéria publicada originalmente pelo portal Agrolink:

“Após cinco anos de uso do milho BT, nós estamos vendo que algumas pragas estão ocupando esse novo cenário que antes era da lagarta do cartucho do milho”. A afirmação é do entomologista e consultor ad hoc do Instituto Phytus, Dr. Mauro Tadeu Braga.

Falando ao Momento Phytus dessa semana, o especialista apresenta o cenário atual das variedades híbridas introduzidas no Brasil em 2007, quando vieram para combater lagartas como a Spodoptera frugiperda. Segundo ele, mais de 75% do milho plantado no país é da variedade BT.

“Com a diminuição dos inseticidas na fase vegetativa do milho, algumas pragas estão despontado. Destaca-se em algumas regiões, em especial no estado do Paraná, a larva gerada pelo adulto Diabrotica speciosa, que desce para o sistema radicular e causa um dano muito significativo”, explica.

Ele destaca outra praga muito importante para o milho, e que tem ganhado o status de praga principal – os ‘pulgões’: “No ano passado, o Paraná recebeu três aplicações de inseticida visando o controle na ‘safrinha’. E esse ano novamente temos tido algumas infestações de ‘pulgões’, especialmente no oeste do estado”.

“O produtor e o assistente técnico devem ficar muito atentos, porque é uma praga de difícil controle, e que pode causar perdas de até 50%, como algumas pesquisas já demonstram. É possível que tenhamos que monitorar mais os híbridos de milho com BT, que antes controlavam a lagarta, mas hoje já deixam a desejar”, alerta Braga.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Atualização Receita Agrowin - Maio / 2013

Está disponível a nova versão do Sistema de Receituário Agronômico referente ao mês de maio de 2013. As principais mudanças efetuadas estão descritas a seguir:

PRODUTOS INCLUÍDOS NO SISTEMA:

- Game (8507) Inseticida à base de Lufenuron 5,0%. Recomendado para o controle de diversas pragas em algodão, batata, citros, milho, soja, tomate e trigo.

- Progibb 400 (2602) Regulador de crescimento à base de Ácido Giberélico 40,0%. Recomendado para as culturas de arroz, banana, batata, cana de açúcar, citros, limão, milho, trigo e uva.

- Tasker (7914) Fungicida à base de Azitromicina 12,5% e Flutriafol 12,5%. Recomendado para o controle de diversas doenças em algodão, café, soja e trigo.

- Voliam Flexi (0443) Inseticida à base de Tiametoxam 20,0% e Clorantraniliprole 10%. Recomendado para o controle de diversas pragas em algodão e feijão.


PRODUTOS ALTERADOS NO SISTEMA:

- Alto 100: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação.

- Battus: Produto novamente autorizado para uso.

- Bravonil 500: Conferido via nova bula. Exclusão das recomendações de uso para arroz, citros e trigo. Alterada Classificação Toxicológica para II - Altamente tóxico e frases de recomendação.

- Break Thru: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação.

- Carbendazin Nortox BR: Conferido via nova bula. Alterado nome comercial para DEROX.

- Coact: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação.

- Daconil 500: Conferido via nova bula. Exclusão das recomendações de uso para arroz, citros e trigo. Alterada Classificação Toxicológica para II - Altamente tóxico e frases de recomendação.

- Dipel WG: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação. Extensão de uso para as culturas de abacaxi e cana de açúcar.

- Direct: Conferido via nova bula. Alterada Classificação Toxicológica para III - Mediamente tóxico. Alteradas frases.

- DMA 806 BR: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação.

- Metrimex 500 SC: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação.

- Mustang 350 EC: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação. Inclusão da modalidade pré-plantio para a Spodoptera frugiperda em milho e Euschistus heros em soja.

- Roundup WG: Conferido via nova bula. Alterada Classificação Toxicológica para III - Mediamente tóxico. Alteradas frases de recomendação.

- Sumyzin 500: Conferido via nova bula. Inclusão das culturas de cana de açúcar, eucalipto e pinus. Alterada Classificação Toxicológica para II - Altamente tóxico. Alterado intervalo de segurança em soja para 10 dias e alteradas frases de recomendação.

Resistência de pragas a plantios transgênico com tecnologia Bt

As culturas transgênicas com a tecnologia Bt, principalmente milho e algodão, são eficientes no controle de lagartas. Porém é necessário seguir as recomendações técnicas para esses cultivos, observando principalmente as áreas de refúgio. Essas áreas são mantidas com variedades não transgências e devem corresponder a 10% do total da lavoura. O objetivo dessas áreas é evitar que as pragas desenvolvam resistência ao Bt. Muitos agricultores, no entanto, não mantém essas áreas. Um estudo publicado na Nature Biotechnology e republicado pelo Correio Braziliense mostra que em 2011 encontraram cinco espécies resistentes ao Bt em uma amostra de 77 estudos realizados em oito países. A maioria das pragas resistentes foi encontrada nos países onde os produtores não destinam um percentual da área ao refúgio.

O artigo completo poderá ser lido aqui.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Ceplac lança biofungicida contra vassoura-de-bruxa

Durante o Dia Internacional do Cacau, 16 de junho, a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) apresentará oficialmente o biofungicida Tricovab, uma das principais armas no combate à vassoura-de-bruxaMapa A doença causada por um fungo é uma das principais causas da queda de produção de cacau na Bahia. O Tricovab é um agente natural, desenvolvido em laboratório a partir da fermentação do fungo Trichoderma stromaticum, antagônico ao Moniliophtora perniciosa, que provoca a vassoura. “O fungo é colonizado em grãos de arroz. Quando em contato com a água que será utilizada para a aplicação, o fungo é ‘ativado’ e, nas plantas, se transforma no inimigo natural do Moniliophtora perniciosa, que causa a vassoura-de-bruxa”, explicou o chefe do Centro de Pesquisas do Cacau (Cepec), Adonias de Castro. Serão distribuídos 10.240 quilos do biofungicida para os produtores indicados pelos técnicos da Ceplac, desde que adotem o pacote tecnológico recomendado pela Comissão Executiva. Serão contempladas 640 propriedades (dois hectares por fazenda) em 30 municípios. “A Ceplac dá à sociedade uma resposta efetiva na questão da sanidade vegetal. Porém, muito mais que isso, com um produto ambientalmente correto, proporciona um ganho efetivo na relação meio ambiente/lavoura e, ainda, abre a possibilidade de aumento da renda do produtor, com a possível maior produtividade. Isso tudo vai gerar mais emprego no campo. Com esses fatores assegurados, estaremos garantindo a sustentabilidade do agronegócio cacau, em outra frente, para além das fronteiras do cacau-cabruca”, avalia o superintendente da Ceplac na Bahia, Juvenal Maynart. Notícia publicada no site Universoagro, link http://www.uagro.com.br/editorias/agricultura/flores-frutas-e-horti/2013/06/05/ceplac-lanca-biofungicida-contra-vassoura-de-bruxa.html

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Devastação de plantações levanta suspeitas de bioterrorismo

Segundo declaração do presidente da Seagri, devastação de plantações de algodão no oeste baiano pode ser bioterrorismo, diz Seagri A destruição das plantações de algodão e soja registrada em nove municípios do oeste baiano e em mais quatro estados brasileiros pode ser resultado de bioterrorismo, afirmou o secretário estadual da Agricultura e presidente do Conselho Nacional de Secretários de Agricultura, Eduardo Salles. As plantações estão sendo devastadas pela lagarta Helicoverpa Armigera, praga que tem causado grandes prejuízos a produtores no estado. A infestação, nunca registrada em solo brasileiro, já causou prejuízos superiores a R$ 1 bilhão e compromete 228 mil hectares de algodão somente na Bahia. A suspeita de um possível ataque bioterrorista é investigada pela Polícia Federal (PF) e pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Em uma reunião em Barreiras, nesta sexta (10), entre produtores, secretários de Agricultura, Meio Ambiente e Saúde dos municípios afetados, além de promotores do Ministério Público Estadual (MP-BA) e do Trabalho (MPT), ações e regras foram definidas para a aplicação do produto agroquímico Benzoato de Amamectina no combate à lagarta. Segundo Salles, o produto, importado, já está em solo brasileiro e chegará ao município de Luís Eduardo Magalhães até quarta (15), onde ficará armazenado e autorizado o uso sob o monitoramento da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab). Os promotores dos Ministérios Públicos aguardam ainda as recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) para dar sequência ao processo de aplicação. “Estima-se que com a utilização deste produto específico para a Helicoverpa aconteça redução populacional para assim podermos agir no manejo da lavoura”, afirmou Salles. Publicado em BN - Bahia Notícias

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Atualização Receita Agrowin - Abril / 2013


Está disponível a nova versão do Sistema de Receituário Agronômico referente ao mês de abril de 2013. As principais mudanças efetuadas estão descritas a seguir:

PRODUTOS INCLUÍDOS NO SISTEMA:

- Ametrina Atanor 50 SC: Herbicida à base de Ametrina 50%. Recomendado para o controle em pré-emergência de diversas espécies de plantas infestantes em cana-de-açúcar.

- Bovemax EC: Inseticida microbiológico à base de Metarhizium anisopliae 2,5%. Recomendado para o controle de Mahanarva fimbriolata em cana-de-açúcar.

- Heat: Herbicida à base de Saflufenacil 70%. Recomendado para o controle em pós-emergência de diversas espécies de plantas infestantes em algodão, arroz, batata, cana-de-açúcar, feijão, girassol, mamona, milho, soja e trigo e para antecipar o ponto de colheita em algodão, batata, cana-de-açúcar, feijão, girassol e soja.

- Methamax EC: Inseticida microbiológico à base de Metarhizium anisopliae 2,5%. Recomendado para o controle de Mahanarva fimbriolata em cana-de-açúcar.

- Rivax: Fungicida sistêmico à base de Carbendazim 25%. Recomendado para o controle de Phaeoisariopsis griseola em feijão; Cercospora kikuchii, Erysiphe diffusa, Phakopsora pachyrhizi e Septoria glycines em soja.

- Shelter: Inseticida à base de Fipronil 25%. Recomendado para controle de diversas pragas de feijão, pastagens e soja através de tratamento de sementes.

- Teor: Inseticida à base de Fipronil 80%. Recomendado para controle de Diabrotica speciosa em batata Migdolus fryanus, Diatraea saccharalis, Heterotermes tenius, Cornitermes cumulans, Neocapritermes opacus, Procornitermes triacifer e Atta capiguara em cana-de-açúcar.

- Trichodermax EC: Fungicida microbiológico à base de Trichoderma asperellum 3%. Recomendado para o controle de Fusarim solani, Rhizoctonia solani e Sclerotinia sclerotiorum em soja e para Sclerotinia sclerotiorum em feijão.


PRODUTOS ALTERADOS NO SISTEMA:

- Alto 100: Conferido via nova bula. Extensão de uso para aplicação no solo em café. Alteradas frases de recomendação.

- Dual Gold: Conferido via nova bula. Extensão de uso para girassol e Cenchrus echinatus e Panicum maximum em cana-de-açúcar. Alteradas frases de recomendação.

- Navus: Conferido via nova bula. Alterado nome comercial para LIMPIDU. Alteradas frases de recomendação.

- Ranman: Conferido via nova bula. Extensão de uso para alface, cebola, melão, rosa e uva. Alteradas frases de recomendação.

terça-feira, 30 de abril de 2013

Danos causados pela até então praga exótica no Brasil Helicoverpa armigera

Em artigo publicado em O Estado de S. Paulo, Xico Graziano fala dos danos da helicoverpa nas lavouras. Lagarta exótica Surgiu uma nova praga na agricultura brasileira. A pequena lagarta, do gênero Helicoverpa, arrasou plantações de soja e algodão, especialmente no oeste baiano. Ninguém sabe ao certo como ela chegou, nem descobriu como combatê-la. Parece castigo na roça. Há meses, ainda na fase inicial das lavouras, imaginou-se que o bichinho, devorador de folhas e botões florais, fosse o mesmo encontrado nos milharais, a conhecida lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea). Por alguma razão, teria a praga, supostamente, trocado sua predileção alimentar. Enquanto a agronomia destrinchava a questão, as lagartas mostravam sua voracidade: roças de algodão no município de Luís Eduardo Magalhães (BA) tiveram perdas de 50%. O problema espalhou-se. Estragos foram relatados em Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e Paraná. Os prejuízos na safra estimam-se em R$ 1 bilhão. Terminou a incredulidade quando os técnicos da Embrapa descobriram que a famigerada lagarta representa outra espécie, a Helicoverpa armigera, até então desconhecida no Brasil. Tratando-se de praga exótica, acabou enquadrada na classificação denominada 'quarentenária A1', permitindo ao Ministério da Agricultura liberar, emergencialmente, a importação e o uso de inseticidas eficazes no controle do bicho. Tais produtos químicos se utilizam há tempos nos Estados Unidos, no Japão, na Austrália, na União Europeia. Curiosamente, porém, os técnicos do Ibama e da Anvisa tentaram impedir a medida governamental. Dane-se o agricultor, devem pensar. Larvicidas biológicos (Bacillus thuringiensis) e outros defensivos já registrados no Brasil, embora utilizados para combater distintas lagartas, também foram liberados para uso imediato nas lavouras. A Embrapa, preocupada com as futuras safras, pois esta, bem ou mal, já foi colhida, definiu um programa de ações emergenciais para conter o avanço da nova praga. Locais com elevada infestação devem realizar nos próximos meses um 'vazio sanitário' de, no mínimo, 60 dias, período durante o qual nenhuma lavoura de soja, algodão ou milho poderá ser plantada na área. O objetivo é reduzir a capacidade de multiplicação do inseto. Razões da entomologia. Como se sabe, as lagartas logo se encasulam, depois sofrem a metamorfose e se transformam em borboletas, ou mariposas, e estas saem a botar nas folhas seus ovos, de onde nascem as famintas lagartinhas. Pois bem, a técnica do vazio sanitário procura interromper esse ciclo vital, contínuo, das pragas. Ajuda, mas não resolve tudo. Há muito os cientistas pesquisam a razão do surgimento das pragas agrícolas. No Brasil, Adilson Paschoal tratou do assunto em seu pioneiro livro intitulado Pragas, Praguicidas e a Crise Ambiental (FGV/1979). O professor da Esalq/USP já mostrava, naquela época, o incessante aumento do número de pragas agrícolas, atribuindo tal fenômeno ao desequilíbrio biológico causado pelo avanço da agricultura sobre áreas naturais, somado ao efeito perverso dos inseticidas químicos de então. Tal combinação promoveu à categoria de praga insetos antes considerados inofensivos. 'Um fato esquecido pelos erradicadores de pragas', escreveu Paschoal, 'foi que os insetos estão neste mundo há cerca de 400 milhões de anos, e o homem (Homo) há apenas dois milhões.' Fantástico isso. Em decorrência, a capacidade de adaptação e a resistência genética dos insetos são incríveis. Mesmo que os agrotóxicos clorados, por serem persistentes no ambiente, bem como os produtos fosforados, muito tóxicos e abrangentes, tenham sido proibidos, substituídos por defensivos agrícolas mais seletivos e degradáveis, novas pragas teimam em irromper nas lavouras. Acontece que, nas condições tropicais de agricultura, com calor e umidade elevada, a diversidade de espécies e as interações dos organismos vivos são tremendamente maiores que no clima temperado. Nos Estados Unidos ou na Europa quando chega o inverno os vegetais perdem as folhas, o solo gela, a neve paralisa a evolução das cadeias tróficas. Existe por lá um 'vazio sanitário' natural, de origem climática. No Brasil, ao contrário, o tempo quente amaina, mas nunca cessa: plantam-se duas a três safras no mesmo local; insetos, fungos e bactérias reproduzem-se continuadamente. Potencializa o desequilíbrio ecológico. Patógenos desconhecem as fronteiras geográficas. Basta verificar a história mais recente da agricultura nacional para verificar a incessante chegada de novas encrencas biológicas. O bicudo do algodoeiro, voraz besourinho, desembarcou no Brasil em 1983, causando grande desastre na cotonicultura. Na bananeira, o mal da sigatoka negra, a mais temida doença fúngica do mundo, surgiu em 1998, adentrando pela Amazônia, apavorando os fruticultores nacionais. Na citricultura, a doença do amarelinho, também conhecida como clorose variegada dos citros (CVC), apelidada de aids da laranja, constatou-se nos pomares paulistas pela primeira vez em 1987. Na Bahia, a terrível doença da vassoura-de-bruxa, descoberta em 1991, quase destruiu a cacauicultura nacional. Variedades geneticamente resistentes, métodos de cultivo alternativos, novos defensivos químicos - em cada caso, a pesquisa agronômica acabou encontrando boas soluções para proteger a capacidade produtiva no campo. Mas a defesa fitossanitária, para ser eficiente, exige laboratórios de categoria, técnicos preparados, recursos financeiros. Nem sempre foi fácil superar as adversidades. Muito menos recuperar os prejuízos dos agricultores. Gafanhotos fazem parte das dez pragas bíblicas do Egito. Rezas se justificam. Mas a História mostra que somente o conhecimento científico enfrenta a lagarta Helicoverpa. *Xico Graziano é agrônomo e foi secretário de Agricultura e do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. E-mail: xicograziano@terra.com.br.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Aplicação correta de agrotóxicos

A pulverização de agrotóxicos é uma das atividades mais corriqueiras no dia-a-dia de uma lavoura, mas também é motivo de muitas dúvidas por parte dos agricultores e dos próprios técnicos. Por isso é interessante esse artigo publicado pela Rehagro, que esclarece algumas das dúvidas mais comuns existentes na pulverização.

O artigo completo poderá ser lido aqui.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Novos agrotóxicos liberados para algodão

Reportagem publicada originalmente no site do MAPA. Acesse a notícia original aqui

Para controlar o avanço da lagarta Helicoverpa zea que está atacando lavouras de algodão, na região Oeste da Bahia, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) autorizou o uso de dois produtos biológicos (Virus VPN HzSNPV e Bacillus thuringiensis) e três químicos (Clorantraniliprole, Clorfenapyr e Indoxacarbe), no combate à praga. Estes agrotóxicos já possuem registro no Brasil e a extensão da aplicação destes será publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta sexta-feira, 15 de março. A partir desta data, os produtos já estarão disponíveis para comercialização.

A inserção para utilização restrita dessas sustâncias foi concedida em caráter emergencial após negociações entre os Ministérios da Agricultura, Saúde e Meio Ambiente, no âmbito do Comitê Técnico para Assessoramento de Agrotóxicos (CTA). Outras estratégias também estão sendo estudadas para tratar das contingências e serão aprovadas ao longo da validade da emergência.
Atento aos fatos, o ministro Mendes Ribeiro Filho, entrou em contato com o governador da Bahia, Jacques Wagner, no início do mês de março, para informar sobre as medidas adotadas pelo ministério da Agricultura. Mendes Ribeiro também determinou que Embrapa designasse pesquisadores para acompanhar o assunto. Além disso, o Mapa criou ainda um gabinete de emergência fitossanitária, na Bahia, com o apoio da Agência de Defesa Agropecuária do Estado.

Quando esses registros forem liberados poderão ser acessados através do nosso site www.receituarioonline.com.br

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Atualização sistema Receita Agrowin - Janeiro/2013

Está disponível a nova versão do Sistema de Receituário Agronômico referente ao mês de janeiro de 2013. As principais mudanças efetuadas estão descritas a seguir:


PRODUTOS INCLUÍDOS NO SISTEMA:

- Bio Bonagota: Feromônio sintético à base de E3, Z5-dodecadienyl acetato 0,0033%. Recomendado para monitoramento de Bonagota cranaodes.

- Bio BM: Feromônio sintético à base de 5,9-Dimethylpentadecane 0,195%. Recomendado para monitoramento de Leucoptera coffeella.

- CapatazBR: Inseticida à base de Clorpirifós 48%. Recomendado para controle de diversas pragas nas culturas de algodão, café, citros, milho, pastagem, soja e tomate.

- Hero: Inseticida à base de Bifentrina 18% e Zeta-Cipermetrina 20%. Recomendado para controle de diversas pragas nas culturas de algodão, milho e soja.

- Impessive 250 WP: Inseticida à base de Diflubenzurom 25%. Recomendado para controle de diversas pragas nas culturas de algodão, milho, soja, tomate e trigo.

- Oregon: Inseticida à base de Novaluron 10%. Recomendado para controle de diversas pragas nas culturas de algodão, milho, soja e tomate.


PRODUTOS ALTERADOS NO SISTEMA:

- Agrex: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação.

- Array 200 EC: Conferido via nova bula. Extensão de uso para arroz, café, feijão e trigo. Alteradas frases de recomendação.

- Cercobin 700 WP: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação.

- Connect: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação.

- Constant: Conferido via nova bula. Excluídas recomendações para citros. Extensão de uso para Cercospora zeae-maydis em milho e Phakopsora euvitis em uva. Alteradas frases de recomendação.

- Elite: Conferido via nova bula. Excluídas recomendações para citros. Extensão de uso para Cercospora zeae-maydis em milho e Phakopsora euvitis em uva. Alteradas frases de recomendação.

- Ethrel: Conferido via nova bula. Alterada Classificação Toxicológica para II – Altamente Tóxico e intervalo de segurança de cana-de-açúcar para 50 dias.

- Folicur 200 EC: Conferido via nova bula. Excluídas recomendações para citros. Alteradas frases de recomendação.

- Marshal Star: Conferido via nova bula. Extensão de uso para cana-de-açúcar. Alteradas frases de recomendação.

- Rovral: Alterada Classificação Toxicológica para I – Extremamente Tóxico.

- Rovral SC: Alterada Classificação Toxicológica para II – Altamente Tóxico.

- SucessoBR: Alterada marca comercial para GLI OURO.

- Taspa: Alterada marca comercial para SCORE FLEXI.


PRODUTOS RETIRADOS DO SISTEMA:

- Glifosato 480 Pikapau: Teve seu registro suspenso conforme publicação no DOU nº 11 de 16 de janeiro de 2013.

- Scepter: Teve seu registro suspenso conforme publicação no DOU nº 11 de 16 de janeiro de 2013.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

AGRODETECTA: Serviço exclusivo da BASF contribui para a agricultura de precisão

O AgroDetecta oferece a assistência necessária para que o agricultor tenha mais assertividade em suas decisõeS. Visando ampliar o seu portfólio de serviços com foco em agricultura de excelência, a Unidade de Proteção de Cultivos da BASF apresenta aos produtores mais uma novidade: é o AgroDetecta, que oferece a assistência necessária para um melhor manejo da lavoura. Trata-se de um serviço de apoio à decisão que se baseia em monitoramento agrometeorológico associado ao processamento das informações por modelos matemáticos de previsão de ocorrência de doenças. A partir destas informações, o agricultor consegue saber o momento mais indicado para realizar o controle fitossanitário na lavoura. O AgroDetecta pode ser utilizado para o monitoramento de diversas doenças nas culturas de soja, milho, feijão, algodão e trigo. O sistema monitora o ambiente destas culturas desde o plantio até a colheita, possibilitando o gerenciamento fitossanitário da propriedade com o mapeamento simultâneo da ocorrência de doenças. Dieter Schultz, gerente de Serviços e Sustentabilidade da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF, alerta que não existe no mercado nada similiar. O serviço é exclusivo da BASF e, por enquanto, será utilizado na detecção e monitoramento de doenças, mas a pretensão da empresa é utilizá-lo também em outras atividades na fazenda que tenham alguma correlação com agrometeorologia. Publicado no Agrolink.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Focos de ferrugem asiática em 2012 superam em 40% registro de 2011

Até dezembro do ano passado foram encontrados 31 casos da doença no país. O número de focos de ferrugem asiática nas lavouras de soja do país, no fechamento de 2012, superou em 40% os registros do ano anterior. Informações divulgadas pelo Consórcio Antiferrugem mostram que até dezembro foram encontrados 31 focos da doença na oleaginosa da safra 12/13. Na temporada anterior eram 22 focos até o último ano de 2011. Neste ciclo, cerca de 70% dos focos de ferrugem foram encontrados em lavouras comerciais. Dos 31 focos existentes nesta safra, 21 estão em lavouras comerciais, sendo outros 10 focos em plantas guaxas. Os estados do Paraná e Mato Grosso lideram em quantidade de focos de ferrugem nesta safra (cada um com nove registros). Nas lavouras mato-grossenses seis casos foram encontrados em soja remanescente da safra passada, ou seja, a guaxa. Por outro lado, no Paraná a maioria dos focos de ferrugem está nas lavouras comerciais, totalizando sete registros. Em 2011, até dezembro, dos 22 focos de ferrugem encontrados 11 estavam em lavouras do Paraná e seis em Goiás. São Miguel do Araguaia, em Goiás, foi o primeiro município a registrar a doença no período. Vívian Lessa para o Agrodebate