quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Mapa divulga lista de itens fora do padrão

Pimentão, alface e morango são os alimentos com maior presença de multirresíduos de agrotóxicos dentre 23 produtos de origem vegetal pesquisados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) na safra 2010/2011. Conforme resultado do Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes em Produtos de Origem Vegetal apresentado na última quarta-feira (16), apenas 27,5% das amostras coletadas de pimentão se enquadraram no nível de conformidade do Ministério. Mato Grosso não participou desta coleta, conforme Instrução Normativa nº 25/2011. Referente à safra 2011/2012 devem ser recolhidas 2,160 amostras, em 21 estados brasileiros, mas a localização não foi divulgada.
Alface e morango também apresentaram grande quantidade das amostras fora dos padrões, com índice de 54,2% e 48,8%, respectivamente. Cem por cento das amostras de tomate, batata, arroz, feijão e café estavam dentro dos padrões. Outros alimentos que se destacaram pelo alto índice de conformidade são maçã (99,13%), mamão (97,57%) e milho (96,15%), assim como banana, manga, melão e uva, com mais de 90% de conformidade. Outros alimentos pesquisados foram laranja (76,67%), amendoim (78,95%), castanha-do-brasil (66,67%), trigo (73,33%), soja (68%) e pimenta-do-reino (83,87%).
No caso dos grãos, a análise monitorou também a presença da substância aflatoxina, causada por fungos e favorecida pelo excesso de umidade. Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes em Produtos de Origem Vegetal existe desde 2009 com objetivo de orientar as ações do governo na fiscalização e correção no uso dos agrotóxicos. Em Mato Grosso, uma das principais regiões produtoras de hortifruti é o município de Campo Verde, onde 7 assentamentos rurais fornecem o suficiente para suprir 40% da demanda por esses alimentos em Cuiabá, segundo o presidente da Cooperativa Agropecuária Fartura Orgânica (Cooperfar), José Guilherme Pereira.
Na região são colhidos maracujá, banana, morango, alface, rúcula, repolho, tomate, pimentão, mamão, abóbora, quiabo, entre outros. No assentamento Santo Antônio da Fartura, por exemplo, são plantados 120 hectares e cerca de 15% da produção dispensa aplicação de agrotóxicos. Pereira, que também é produtor no assentamento rural, diz que a participação dos alimentos orgânicos não é maior pela dificuldade de adaptação e comercialização, por não haver um mercado consolidado no Estado. “Apenas 2 supermercados compram orgânico daqui e é difícil manter, porque a produtividade é menor que do convencional”.
Produtor acrescenta que o cultivo do tomate, pimentão e mamão requer maior utilização de agrotóxicos, enquanto que a produção de abóbora, repolho e banana são os alimentos que menos necessitam de aplicações químicas durante o desenvolvimento das plantas.

http://www.agrolink.com.br/noticias/ClippingDetalhe.aspx?CodNoticia=162906