quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Anvisa constata uso de agrotóxicos inadequados em diversos alimentos

Matéria publicada sobre estudos da ANVISA em relação a contaminação de alimentos com agrotóxicos.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) constatou que os produtores rurais têm usado agrotóxicos não autorizados no plantio de determinados alimentos. Em 2010, a Vigilâncias Sanitária avaliou 2.488 amostras de alimentos, sendo que 28% apresentaram resultado insatisfatório para a presença de resíduos dos produtos. Deste total, 605 (24,3%) amostras estavam contaminadas com agrotóxicos não autorizados.

Quando o uso de um agrotóxico é autorizado no país, os órgãos responsáveis por essa liberação, indicam para que tipo de plantação ele é adequado e em que quantidade pode ser aplicado. Em 42 amostras (1,7%), o nível de agrotóxico estava acima do permitido. Em 37% dos lotes avaliados, não foram detectados resíduos de agrotóxicos.

"Os resultados insatisfatórios devido à utilização de agrotóxicos não autorizados resultam de dois tipos de irregularidades, seja porque foi aplicado um agrotóxico não autorizado para aquela cultura, mas cujo [produto] está registrado no Brasil e com uso permitido para outras culturas, ou seja, porque foi aplicado um agrotóxico banido do Brasil ou que nunca teve registro no país, logo, sem uso permitido em nenhuma cultura", conclui o relatório do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos de Alimentos (Para).

O pimentão lidera a lista dos alimentos com grande número de amostras contaminadas por agrotóxico. Em quase 92% das amostras foram identificados problemas. Em seguida, aparecem o morango e o pepino, com 63% e 57% das amostras com avaliação ruim.

Em uma amostra de pimentão, foram encontrados sete tipos diferentes de agrotóxicos irregulares. A batata foi o único alimento sem nenhum caso de contaminação nas 145 amostras analisadas.

A agência reguladora constatou também que, das 684 amostras consideradas insatisfatórias, 208 (30%) tinham resíduos de produtos que estão sendo revistos pela Vigilância Sanitária ou serão banidos do país, como é o caso do endossulfan e do metamidófos, que serão proibidos no Brasil nos próximos dois anos.

Em 2010, foram avaliados resíduos de agrotóxicos em 18 tipos de alimentos em 25 estados e no Distrito Federal. São Paulo não participou do programa.

A lista com os dez alimentos com mais amostras contaminadas com resíduos de agrotóxicos é a seguinte: 1) pimentão; 2) morango; 3) pepino; 4) cenoura; 5) alface; 6) abacaxi; 7) beterraba; 8) couve; 9) mamão; e, 10) tomate.


PRODUTOR USA MENOS AGROTÓXICOS DO QUE A 10 ANOS

Apesar do avanço das vendas de defensivos -- que deve chegar a 11% de crescimento este ano em relação a 2010 --, o uso do produto diminuiu em comparação há dez anos, segundo o engenheiro agrônomo Octávio Nakano, do Departamento de Entomologia, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq).

"Não é o simples fato de existir praga na lavoura que leva à aplicação de inseticidas", disse. Hoje em dia, antes de o produtor se decidir pela aplicação de defensivos, é feito o controle da infestação por meio do sistema chamado de manejo integrado de pragas (MIP), conforme explica Nakano.

"A agricultura está passando por uma boa fase, com redução muito grande de intoxicações e de acidentes com operários. Além disso, os defensivos, hoje, são muito menos perigosos do que os que eram utilizados há dez anos", pontuou o acadêmico.

Nakano lembra que a maior cautela contra os ataques biológicos envolve as culturas de soja, algodão e citros. No entanto, para evitar perdas nas colheitas, conforme esclareceu, os produtores contam hoje com modernas ferramentas, entre as quais o GPS (sigla em inglês de Global Positioning System), aparelho que permite acompanhar a evolução populacional de pragas pelo mapeamento da área plantada.

Outro recurso, no caso da soja, por exemplo, são as sementes geneticamente modificadas, ou transgênicas, mais resistentes aos ataques por lagartas. Segundo o agrônomo, os defensivos representam em torno de 15% dos custos de produção e, com o manejo integrado, o percentual cai para algo em torno de 12%. Na avaliação de Nakano, atualmente, há uma maior consciência ecológica, mas busca-se também reduzir o uso para baratear a produção.

Também há os investimentos por parte da indústria do setor. Em busca de fórmulas que levem a produtos mais seguros para o meio ambiente e menos tóxicos, os fabricantes de defensivos gastam, anualmente, entre 10% a 12% do faturamento em pesquisa e desenvolvimento (P&D), de acordo com o gerente técnico da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), Luiz Carlos Ribeiro. Ele lembrou que o maior volume de investimentos deve-se também ao fato de haver no país diferentes tipos de clima, o que favorece o surgimento de pragas, ervas daninhas, insetos e fungos.

Para Ribeiro, no entanto, falta uma política de assistência para o uso correto dos defensivos entre os pequenos produtores, o que deixa esses usuários dependentes apenas de orientações repassadas por vendedores ou representantes de cooperativas. O executivo observou ainda que, com tecnologia, o Brasil vem conseguindo aumentar a produtividade. "Estamos produzindo cada vez mais quantidade de grãos e, praticamente, sem derrubar mais árvores e, com a recuperação que o governo federal realiza em áreas degradadas, poderemos dobrar o plantio", ponderou.

De acordo com estudos da empresa de consultoria alemã Klefmann, o Brasil aumentou sua produtividade sem ampliar a área plantada. Além disso, os estudos apontam que, por produto colhido, o país usa menos defensivos do que a Argentina, União Europeia (UE), China, França, Rússia e o Japão, mesmo tendo maior incidência de pragas, doenças e ervas daninhas.

O pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), Mauro Lopes, disse que o Brasil tem liderado o crescimento da produção agrícola no mundo todo, em torno de 4% ao ano, e deverá ter uma expansão de 40% até 2050, segundo projeções da FGV e de outras instituições, como a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Esse avanço, conforme analisa, implica uso crescente de defensivos. "Eu não vejo a possibilidade de substituir o inseticida agroquímico, embora tenha havido um avanço com sucesso indiscutível do controle biológico", avalia Lopes.

Na opinião do consultor Flávio Hirata, de uma empresa de consultoria do agronegócio, os agrotóxicos considerados danosos à saúde humana e ao meio ambiente deverão ser retirados do mercado até em função do movimento que há no Brasil e no resto do mundo para que isso ocorra. "A própria Anvisa já baniu alguns produtos do mercado brasileiro", adverte.

Hirata lembra que não há como manter o desenvolvimento agrícola sem o uso dos defensivos, mas pondera que essa utilização deve ser racional até porque "o agricultor coloca na ponta do lápis quanto custa o produto e o benefício".

FONTE
Agência Brasil
Carolina Pimentel e Marli Moreira - Repórteres
Nádia Franco e Lana Cristina - Edição

Ferrugem surge em lavouras do PR e GO

Reportagem publicada pela Gazeta do Povo Online - Curitiba/PR - CAMINHOS DO CAMPO, sobre os primeiros focos de ferrugem asiática na safra atual.

O primeiro foco de ferrugem asiática confirmado nesta safra, em área comercial, foi registrado em lavoura de soja de Cristalina, em Goiás (Centro-Oeste). A informação é da Embrapa Soja, que coordena do consórcio nacional antiferrugem. O Paraná, por sua vez, registrou o primeiro foco em soja voluntária, em Nova Aurora (Oeste).

Apesar de a ferrugem ter surgido em plantas que nasceram de grãos que germinaram espontaneamente (sem ter sido plantados), a presença do fungo causador da ferrugem no Paraná preocupa os produtores e exige reforço na vigilância das lavouras. O agrônomo da Cooperativa Coopacol Fernando Fávero relatou que as plantas atacadas estavam na fase de enchimento de grãos (R5). Ele recomenda atenção redobrada, uma vez que as primeiras lavouras semeadas na região já floresceram. O florescimento favorece a ferrugem.

Para a pesquisadora Cláudia Godoy, da Embrapa Soja, os produtores precisam intensificar o monitoramento das lavouras para realizar o controle da ferrugem no momento adequado. “A floração da lavoura é uma época em que as linhas de soja se fecham e fica mais favorável para que a infecção se inicie nas folhas de baixo das plantas, em função do sombreamento e da maior umidade”, explica.

Percevejos causam prejuízo econômico às plantações de soja

Matéria divulgada sobre trabalho de mapeamento na avaliação do dano econômico de percevejos na soja.


Pesquisadoras da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP, em Piracicaba, estão desenvolvendo um mapeamento dos genes de percevejos predadores da soja, que normalmente causam grande prejuízo econômicos às lavouras. É o caso das espécies Nezara viridula (L.), Piezodorus guildinii (West.) e Euschistus heros (F.), por exemplo, que se alimentam diretamente dos grãos, afetando rendimento e a qualidade das sementes da oleaginosa. A agrônoma Michelle da Fonseca Santos e a bióloga Milene Möller atualmente trabalham analisando os genes associados à resistência da soja ao grupo de percevejos sugadores de vagens, bem como a expressão gênica esses animais. “A resistência de plantas é uma tática de controle de insetos-praga desejável, entretanto as cultivares de soja resistentes a insetos recomendadas para o cultivo, no Brasil, são adaptadas somente à região Sudeste”, comenta Michelle, que ainda ressalta que este é “um trabalho mundialmente inédito”. Desta forma, este trabalho irá beneficiar os melhoristas de soja na obtenção de cultivares resistentes ao complexo de percevejos, contribuindo para o aumento na produtividade da cultura. A obtenção de cultivares agronomicamente competitivas e resistentes ao complexo de percevejos é alvo de programas de melhoramento genético no Brasil, mas, entretanto, até agora esses programas não têm apresentado sucesso, devido à resistência aos percevejos apresentar controle poligênico. A soja constitui-se na fonte de proteína mais consumida mundialmente, sendo o Brasil o segundo maior produtor mundial dessa leguminosa. De acordo com dados publicados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na safra 2010/2011, a produção brasileira foi de 72 milhões de toneladas, em uma área cultivada de 24 milhões de hectares. Além disso, a soja é responsável por, aproximadamente, 25% das exportações brasileiras, representando importante fonte de capital para o País. Parceria O trabalho de Michele e Milene está sendo orientado pelo professor José Baldin Pinheiro, do Departamento de Genética (LGN) da Esalq, dentro do programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas. O projeto recebe financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp) e Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), em parceria com a Fulbright. Na Estação Experimental do LGN, localizada no município de Anhembi (SP), a população de mapeamento foi avaliada quanto a reação aos insetos em condições de infestação natural. Posteriormente, a mesma foi genotipada no Laboratório de Diversidade Genética e Melhoramento de Plantas, usando marcadores TRAP, AFLP e SSR.

Agência USP com Comunicação da Esalq
Fonte: Agrolink-RS

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Mapa divulga lista de itens fora do padrão

Pimentão, alface e morango são os alimentos com maior presença de multirresíduos de agrotóxicos dentre 23 produtos de origem vegetal pesquisados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) na safra 2010/2011. Conforme resultado do Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes em Produtos de Origem Vegetal apresentado na última quarta-feira (16), apenas 27,5% das amostras coletadas de pimentão se enquadraram no nível de conformidade do Ministério. Mato Grosso não participou desta coleta, conforme Instrução Normativa nº 25/2011. Referente à safra 2011/2012 devem ser recolhidas 2,160 amostras, em 21 estados brasileiros, mas a localização não foi divulgada.
Alface e morango também apresentaram grande quantidade das amostras fora dos padrões, com índice de 54,2% e 48,8%, respectivamente. Cem por cento das amostras de tomate, batata, arroz, feijão e café estavam dentro dos padrões. Outros alimentos que se destacaram pelo alto índice de conformidade são maçã (99,13%), mamão (97,57%) e milho (96,15%), assim como banana, manga, melão e uva, com mais de 90% de conformidade. Outros alimentos pesquisados foram laranja (76,67%), amendoim (78,95%), castanha-do-brasil (66,67%), trigo (73,33%), soja (68%) e pimenta-do-reino (83,87%).
No caso dos grãos, a análise monitorou também a presença da substância aflatoxina, causada por fungos e favorecida pelo excesso de umidade. Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes em Produtos de Origem Vegetal existe desde 2009 com objetivo de orientar as ações do governo na fiscalização e correção no uso dos agrotóxicos. Em Mato Grosso, uma das principais regiões produtoras de hortifruti é o município de Campo Verde, onde 7 assentamentos rurais fornecem o suficiente para suprir 40% da demanda por esses alimentos em Cuiabá, segundo o presidente da Cooperativa Agropecuária Fartura Orgânica (Cooperfar), José Guilherme Pereira.
Na região são colhidos maracujá, banana, morango, alface, rúcula, repolho, tomate, pimentão, mamão, abóbora, quiabo, entre outros. No assentamento Santo Antônio da Fartura, por exemplo, são plantados 120 hectares e cerca de 15% da produção dispensa aplicação de agrotóxicos. Pereira, que também é produtor no assentamento rural, diz que a participação dos alimentos orgânicos não é maior pela dificuldade de adaptação e comercialização, por não haver um mercado consolidado no Estado. “Apenas 2 supermercados compram orgânico daqui e é difícil manter, porque a produtividade é menor que do convencional”.
Produtor acrescenta que o cultivo do tomate, pimentão e mamão requer maior utilização de agrotóxicos, enquanto que a produção de abóbora, repolho e banana são os alimentos que menos necessitam de aplicações químicas durante o desenvolvimento das plantas.

http://www.agrolink.com.br/noticias/ClippingDetalhe.aspx?CodNoticia=162906

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Variação do clima pode trazer doenças ao café

Reportagem divulgada pela assessoria de imprensa da Cocamar alerta para os efeitos da variação de clima em relação a incidências de doenças na lavoura cafeeira.


Segundo o especialista José Braz Matiello, a ferrugem preocupa, mas a cercosporiose é a principal enfermidade dos cafezais paranaenses

A variação do clima pode originar enfermidades ao café. O pesquisador do Ministério da Agricultura, José Braz Matiello, afirma que uma das doenças que exigem mais atenção é a ferrugem, que pode reduzir de 20% a 50% a produtividade se não tratada de acordo. Esse mal ataca mais em anos de carga alta, principalmente quando há bastante incidência de chuva.

A ferrugem também é mais comum no sistema adensado e superadensado, em que a umidade é maior que em plantios normais. O controle da doença deve ser efetuado via foliar com fungicidas, podendo também ocorrer via solo, que é mais eficiente. "Os prejuízos causados pela ferrugem são a desfolha prematura, bem como a seca dos ramos laterais e a floração. A produção é mais afetada no ano seguinte", explica Matiello, acrescentando que a variedade Icatu tem apresentado mais resistência.CERCÓSPORA - Segundo o pesquisador, a cercosporiose é o principal problema dos cafezais paranaenses. Está diretamente relacionada ao calor, nutrição das plantas (falta de nitrogênio), excesso de insolação, falta de água e queda na temperatura. A doença provoca a queda prematura dos frutos e maturação acelerada, que aumenta o número de grãos chochos e mal formados. O controle também é feito com fungicidas via foliar.

A doença apresenta manchas circulares de coloração marrom escura, com uma lesão cinza claro no centro e anel amarelado ou roxo em volta.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Novo princípio ativo disponível no mercado

A Basf conseguiu a liberação na Europa para um novo princípio ativo, o Xemium, do grupo químico das carboxamidas. É um fungicida que promete a flexibilização do manejo de doenças em cereais, garantindo ganhos de produtividade e melhoria de qualidade da produção.


Segue artigo completo extraído do site Agrolink.


O ingrediente ativo mais procurado Xemium desenvolvido pela BASF protege o cultivo de cereais e outras culturas importantes no ataque de fungos

Em outubro de 2011, a divisão de Proteção de Cultivos da BASF recebeu a aprovação das autoridades responsáveis por registros na França, Alemanha e Grã-Bretanha para que os primeiros produtos usem o novo ingrediente ativo fungicida Xemium no plantio de cereais. O Xemium oferece um potencial de pico de vendas de mais de € 200 milhões ao ano; o ingrediente ativo foi desenvolvido pela BASF e pertence à classe das carboxamidas. A empresa já submeteu o pedido de registro mundialmente para estre ingrediente ativo estratégico de sua linha de desenvolvimento de produtos. O Xemium se diferencia pelo seu alto nível de eficácia e distribuição sem igual na planta. Ele permite um aumento na produtividade da colheita, além de melhorar a qualidade da colheita ao mesmo tempo.

“Ficamos muito satisfeitos de poder oferecer aos agricultores da Europa uma solução avançada para combater as infecções fúngicas em cereais, a tempo para a safra atual“, destacou Jürgen Oldeweme, responsável pela Unidade Mundial de Segurança e Registro de Produtos da divisão de Proteção de Cultivos da BASF.

Com a França, a Alemanha e a Grã-Bretanha, três importantes mercados europeus produtores de cereais que receberam os registros do Xemium, que submeteram seus pedidos de registro em 2009. Ao mesmo tempo em que ocorreram os registros, a nova unidade produtiva do Xemium ficou a cargo de Ludwigshafen. Isto garantirá que os agricultores tenham o acesso imediato ao fornecimento de produtos contendo o ingrediente ativo inovador já no próximo período de plantio.

Um dos primeiros produtos a trazer e sua composição o fungicida Xemium é o Adexar®, uma combinação que reúne o ingrediente ativo epoxiconazole que tem sido objeto de ensaios e testes há vários anos. O Adexar® proporciona aos agricultores uma proteção segura contra todas as doenças relevantes em cereais. “Aliado ao ingrediente ativo Xemium, hoje nós temos a condição de oferecer aos agricultores produtos capazes de controlar as doenças em cereais com flexibilidade e sustentabilidade e, dessa forma, um portfólio de produtos avançados e modernos”, explicou Ulf Groeger, Gerente de Marketing e Gerente do Projeto Xemium da BASF.

Os inúmeros anos de experiência da BASF com a classe química das carboxamidas, que funcionam através do mecanismo de ação SDHI (inibidor da enzima succinato desidrogenase), contribuíram para o desenvolvimento do Xemium como mais um ingrediente ativo inovador e de alta performance, muito parecido com o já reconhecido ingrediente ativo Boscalid®. Em uma série de ensaios amplamente elaborados, que foi realizada em colaboração com institutos de pesquisas independentes de cooperativas agrícolas, o Xemium demonstrou excelentes propriedades preventivas contra infecções fúngicas e uma eficácia de longo prazo. Para os agricultores, os resultados se traduzem em maior flexibilidade nos momentos de aplicação, maior produtividade e melhor qualidade.

Além da aprovação de registro do ingrediente ativo na Europa para aplicação em cereais, espera-se também a aprovação para as culturas de soja, milho, videiras, frutas e legumes. Em 2010, a BASF entrou com pedidos de outros registros para o Xemium mundialmente. As aprovações de registro das respectivas autoridades nacionais devem ser concedidas nos próximos anos.

Divisão de Proteção de Cultivos da BASF

Com vendas de € 4.033 milhões em 2010, dos quais € 1.030 milhões são da Região América Latina, África e Oriente Médio, a Divisão de Proteção de Cultivos da BASF é uma das líderes em defensivos agrícolas e uma forte parceira da agroindústria ao fornecer fungicidas, inseticidas e herbicidas altamente estabelecidos e inovadores. Os agricultores usam os produtos e serviços da BASF para melhorar a rentabilidade e a qualidade de suas colheitas. Os produtos da BASF também são usados em saúde pública, controle de pragas estruturais/urbanas, plantas ornamentais e gramados, controle de vegetação e silvicultura. A BASF tem por objetivo transformar conhecimento em sucesso imediato. A Divisão de Proteção de Cultivos da BASF visa ser a empresa líder em inovações, otimizando a produção agrícola, melhorando a nutrição e, desta forma, aumentando a qualidade de vida da população mundial em constante crescimento. Mais informações podem ser obtidas no endereço www.agro.basf.com.br.

 As informações são da Agência XPress Comunicação.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Controle biológico de pragas como alternativa de controle


Notícia transcrita do portal Dia de Campo.


Quando o problema na lavoura está relacionado às pragas, existem diversas formas de controle, como o já conhecido uso de produtos químicos ou a utilização de técnicas de manejo adequadas. Entre essas técnicas está o controle biológico que consiste em utilizar insetos predadores para acabar com o problema de pragas na cultura. Além de mais barata, a técnica diminui riscos de resíduos em lavouras como as de frutas e hortaliças. Segundo Carlos Gava, pesquisador da Embrapa Semiárido, a técnica consiste em reproduzir, na área do produtor, o que acontece no campo. Ele explica que na ecologia de insetos, existe um grupo que reúne parasitas e predadores de outros insetos.


— O que fazemos é buscar os que são mais eficientes e liberá-los no campo do produtor. Existem três formas de fazer isso. Uma delas é aproveitar os insetos que já existem no campo e usar algumas estratégias para aumentar a população deles. A outra é buscar em alguma região do país ou do mundo algum inseto que seja interessante e introduzi-lo onde ele não ocorre. A terceira delas é a técnica chamada inseto estéril, que substitui a população de machos nativos por uma população introduzida de machos estéreis — conta.


Gava afirma que existem alguns insetos caracterizados como predadores inespecíficos, mas ressalta que é interessante que o produtor utilize insetos já testados, como algumas joaninhas que podem atacar qualquer inseto. Por isso, o agricultor deve buscar pessoas que já tenham um histórico de uso da técnica, na sua região, e que possam fazer uma boa recomendação.
Já quando o assunto é como manter esses predadores próximos à cultura, o entrevistado diz que o ideal é que o produtor utilize refúgios, ou seja, deixe algumas áreas com vegetação nativa próximas às áreas de cultivo, onde o inimigo natural poderá permanecer durante as entressafras.


— O custo dessa técnica é muito reduzido, pois não há a necessidade do uso de defensivos. Caso haja essa necessidade, o produtor deve ajustar o tipo de produto a ser utilizado com técnica de controle biológico, usando então produtos menos agressivos — orienta.


De acordo com o pesquisador, antes de adotar o controle biológico, o produtor deve buscar muita informação sobre o agente de controle que vai usar. Além disso, como já dito anteriormente, ele deve saber que, se não houver um refúgio natural para que esse predador se esconda nos períodos em que não há presas, ele vai desaparecer.


— Algumas culturas, como hortaliças e frutas, apresentam sérios problemas de carência no final do ciclo. Então, existem nichos para os quais o controle biológico se torna a única alternativa. Se o produtor utilizar herbicidas no final do ciclo dessas culturas, ele terá problemas de resíduos e contaminação do consumidor — explica Gava.


O entrevistado chama a atenção mais uma vez para a informação prévia. Ele conta que, em alguns casos, existem fabricantes que oferecem suporte técnico ao produtor, mas em outros não.


— Portanto, o produtor sempre deve procurar órgãos de pesquisas, extensões, universidades, algum engenheiro agrônomo ou alguém na área que já tenha um conhecimento prévio sobre a técnica antes de começar a usar — orienta.


Para mais informações, basta entrar em contato com a Embrapa Semiárido através do número (87) 3862-1711.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Justiça mantém decisão da Anvisa sobre banimento do agrotóxico Metamidofós

O Tribunal Regional Federal suspendeu a liminar que autorizava a empresa Fersol Indústria e Comércio S/A a continuar produzindo o agrotóxico metamidofós no país, apesar de a Resolução RDC 01/2011 da Anvisa determinar a retirada do produto do mercado brasileiro. A decisão do Tribunal Regional da Primeira Região foi proferida no dia 5 de setembro.

A desembargadora federal Selene Maria de Almeida, relatora do processo, acatou a argumentação da Anvisa de que os riscos do ingrediente ativo metamidofós foram amplamente comprovados em estudos científicos independentes realizados em vários países e que a alegação da Fersol contraria o entendimento da autoridade sanitária, atendendo apenas ao interesse econômico da empresa.

Em seu parecer, a desembargadora conclui: “a alegação da empresa de que se trata de substância segura, etc., é questão que contraria o entendimento da agência especializada e demanda ampla dilação probatória, não se justificando a pretendida inversão de ordem, com a presunção de que a utilização do produto traga alguma proteção à população, pois tal conduta apenas atende ao interesse econômico da empresa, não se justificando obstar a atuação da Agência Sanitária do país no cumprimento de suas atribuições”.

Histórico

A Resolução RDC 01/2011, determinou, em janeiro deste ano, a retirada programada do agrotóxico metamidofós até 30 de junho de 2012. A decisão da Anvisa foi baseada em estudos toxicológicos que apontam o metamidofós como responsável por prejuízos ao desenvolvimento embriofetal. Além disso, o produto apresenta características neurotóxicas, imunotóxicas e causa toxicidade sobre os sistemas endócrino e reprodutor, conforme referências científicas e avaliação elaborada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

De acordo com o cronograma de retirada programada do produto do mercado brasileiro, as empresas só poderiam produzir agrotóxicos com o ingrediente ativo metamidofós com base nos quantitativos históricos de comercialização de anos anteriores de cada empresa e com base nos estoques já existentes no país de matérias-primas, produtos técnicos e formulados, até 30 de junho de 2011. A comercialização destes produtos só poderá ser feita até 31 de dezembro de 2011 e a utilização, até 30 de junho de 2012.

Em junho de 2011, a empresa Fersol Indústria e Comércio S/A entrou com ação judicial, solicitando a tutela antecipada para suspender os efeitos da RDC no 1/2011 da Anvisa, pedido deferido em 4 de julho. Com a decisão do Tribunal Regional da Primeira Região, a Fersol deve obedecer ao que preconiza a resolução da Anvisa e proceder à retirada do agrotóxico Metamidofós, conforme estipulado na norma.

Atualmente, o referido inseticida pode ser utilizado para controle de pragas nas culturas de algodão, amendoim, batata, feijão, soja, tomate para uso industrial e trigo. O metamidofós já havia passado por reavaliação da Anvisa no ano de 2002. Na ocasião, haviam sido excluídas várias culturas agrícolas e o modo de aplicação costal, devido à não segurança do agrotóxico para os agricultores expostos.

Confira a integra da RDC 01/2011 da Anvisa no link http://www.in.gov.br/visualiza/index.jspdata=17/01/2011&jornal=1&pagina=56&totalArquivos=104

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Aumenta a preocupação com regras da UE para defensivos

Abordagem da Sindag publicada no Valor Econômico alerta para o impacto que poderá provocar nas exportações brasileiras para a Europa se forem mantidas a revisão das regras para o uso de agroquímicos naquela região.

Se for levada ao pé da letra, a revisão das regras para o uso de pesticidas na União Europeia poderá prejudicar 59% das exportações agropecuárias do Brasil para o continente em 2014, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag). O banimento de centenas de agroquímicos no mercado europeu não envolve apenas a própria produção da UE, mas também os resíduos eventualmente encontrados nas exportações para a região. Dessa forma, os insumos que forem proibidos não poderão ser aplicados nas vendas brasileiras ao bloco. A revisão foi definida em 2008. De 1.111 produtos analisados, foram permitidos 215. Os cortes serão realizados gradualmente, até 2014.

Prejuízos - Para o Sindag, os produtores do Brasil serão penalizados porque vários defensivos usados no país serão banidos pelo novo regulamento. Segundo cálculos da entidade, 36 dos 49 inseticidas utilizados pelos produtores brasileiros de soja serão proibidos. Para combater a ferrugem asiática, por exemplo, os sojicultores só terão como opção fungicidas com o grupo químico estrobirulinas - que, de acordo com a entidade, são cada vez menos eficientes.

Defensivos propícios - Segundo Silvia de Toledo Ligabó, executiva do Sindag, uma das opções para driblar as restrições europeias é negociar a liberação de defensivos propícios para países tropicais, já que a maioria dos produtos barrados não são usados na UE.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Nova tecnologia controla pragas e plantas daninhas do algodão

Destaque para matéria divulgada pela empresa Monsanto sobre nova cultivar de algodão com tecnologia inovadora.

Combinação de diferenciais amplia os benefícios das tecnologias individuais desenvolvidas e aprovadas pela Monsanto no Brasil.

Os cotonicultores brasileiros têm um motivo bastante especial para comemorar perspectivas mais otimistas nas próximas safras. A Deltapine, marca mundial de algodão da Monsanto, apresentou recentemente o primeiro cultivar com duas tecnologias na mesma planta. Trata-se da Tecnologia Bollgard RR™, que confere ao algodão tolerância aos herbicidas à base de glifosato e controle de três importantes pragas que atacam a cultura.

Segundo Luiz Márcio Bernardes, gerente de Marketing e Estratégia de Algodão da Monsanto do Brasil, a combinação das características amplia os benefícios das tecnologias individuais desenvolvidas e aprovadas. "Estamos bastante otimistas com o retorno que temos observado dos agricultores, já que, com o novo produto, maximizam-se as opções e a flexibilidade de manejo. Quem planta algodão já poderá adotar uma única cultivar, contendo resistência a insetos e tolerância ao glifosato, mais adaptada às necessidades da sua produção, descomplicando o cultivo nas lavouras de algodão."

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Simplificação do registro de agrotóxicos no Paraná

O Secretário de Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara, assinou no último dia 25 assinou uma resolução que simplifica o registro de agrotóxicos no Estado. Até esta data, todos os produtos aprovados nos Ministérios da Agricultura, Anvisa e Ibama necessitavam fazer uma segunda bateria de exames para provar a eficiência agroeconômica dos mesmos. Segundo a Eng. Agrônoma Carla Maria Pereira Paiva, da Seab, a legislação que obrigava essa segunda bateria de exames no Paraná data de 1983, época em que a legislação federal apresentava falhas, e visava suprir essas lacunas. Porém, a legislação federal sofreu revisões em 1989 e em 2002, e os testes exigidos no Paraná tornaram-se repetitivos.

Com esta mudança, muitos produtos que não eram registrados no Paraná pois as empresas não tinham interesse em passar seus produtos pelo segundo processo de registro poderão fazê-lo agora. A Seab também intensificará a fiscalização de agrotóxicos nas propriedades, uma excelente medida, já que apenas a fiscalização do comércio não garante o uso correto dos agrotóxicos.

Maiores detalhes desta nova resolução poderão ser obtidas aqui.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Brasil: um Planeta Faminto e a Agricultura Brasileira

Esse video mostra de uma forma bastante dinâmica e informativa, alguns aspectos da evolução da agricultura brasileira. Muito bom. Vale a pena conferir. Segue o link:


http://youtu.be/aoiP-WK3V8o

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Novo método para diagnóstico de doença no maracujá

Duas pesquisadoras da USP, a professora Maria Lúcia Carneiro Vieira e a doutoranda Carla de Freitas de Munhoz, descobriram um método para diagnosticar precocemente mudas de maracujá infectadas com a bactéria Xanthomonas axonopodis. Esta bactéria não possui um controle químico efetivo, e o quando constatada no campo pode provocar a destruição de toda a lavoura. Com o diagnóstico precoce é possível eliminar apenas as plantas contaminadas, antes que a doença se espalhe por todo o pomar.

Mais uma iniciativa interessante e prática dos pesquisadores nacionais.

Maiores informações sobre este trabalho poderão ser obtidas no site da Fapesp.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Brasil tem um dos menores investimentos com defensivos por área plantada

Interessante essa notícia publicada no site Agrolink em 17/06/2011. Estudo revela que o mais recente estudo da consultoria alemã Kleffmann mostra que, entre os grandes países agrícolas, o Brasil apresenta um dos menores investimentos com defensivos por tonelada produzida e por área plantada.

Um dos poucos países, entre os grandes produtores agrícolas, cuja competitividade tem condições de atender a demanda mundial por alimentos, fibras e energia renovável, o Brasil ainda se vê diante de um desafio: a necessidade de incrementar o uso de modernas tecnologias na produção rural. É o que revelam os recentes números, por exemplo, do mercado mundial de defensivos agrícolas. O estudo acaba de ser divulgado pela da consultoria alemã Kleffmann Group, líder mundial em pesquisas para o agronegócio.

Segundo o levantamento entre os grandes países produtores, em 2004 o Brasil já detinha um dos melhores números em relação a produtividade por área plantada; naquele ano, o agricultor brasileiro apresentava um dos menores investimentos com defensivos por tonelada produzida e por área plantada.

"De 2004 a 2007, entre os países maiores usuários de defensivos, o Brasil foi o que mais elevou a produção, sem aumentar a área plantada", observa Lars Schobinger, diretor-presidente da Kleffmann no Brasil.

"Consequentemente, o uso relativo de defensivos, por área e principalmente por tonelada produzida, evoluiu menos que nos demais países."Expressivos ganhos de produtividade.

O indicador da sustentabilidade na produção agrícola brasileira se evidencia no seguinte dado: entre 2004 e 2009, o investimento em defensivos agrícolas registrou alta de apenas 1,5%, em dólar por tonelada de produto colhido. No mesmo período, o Brasil foi o que registrou a maior evolução na produção de alimentos, ampliando em 44,5% o volume. "Este incremento no Brasil se verificou mesmo com o país aumentando apenas 4% em área plantada. Portanto, o que ocorreu foi um expressivo ganho de produtividade", destaca Lars Schobinger.

Ou seja, uma leitura superficial - quando não propositadamente distorcida - do mercado mundial de defensivos agrícolas tem levado à uma conclusão absolutamente equivocada: a de que o Brasil é o país que mais utiliza esses produtos. Não é o que dizem os números. Na verdade, o uso no Brasil é muito menor que o observado nos principais países agrícolas - mesmo sabendo-se que a agricultura brasileira, sob clima tropical, exige muito maior uso da tecnologia para controlar as pragas.

E acordo com o levantamento da Klefflemann, quando se ordena os oito principais países pelo uso de defensivos por produto agrícola colhido, o ranking, em ordem decrescente, é o seguinte. Argentina; União Europeia; China; França; Rússia; Japão; Brasil e Estados Unidos.

Tecnologias e recursos naturais

O fato de os agricultores brasileiros estarem entre aqueles que confiam na tecnologia como fator vital de produtividade indica que o país começa a se preparar para liderar a agricultura mundial dentro de uma década, conforme prevê a FAO.

De acordo com órgão, o Brasil é um dos poucos países, entre os grandes produtores agrícolas mundiais, cuja competitividade é capaz de superar o desafio de prover a demanda de alimentos, fibras e energia nas próximas décadas. Para tanto, será indispensável o uso de recursos tecnológicos - como sementes, fertilizantes, defensivos, mecanização e informatização - que melhorem a produtividade e poupem recursos naturais.

Agricultura tropical e controle de pragas

BASF amplia oferta de soluções para a agricultura

Notícia veiculada pela asessoria de imprensa da BASF, divulga novas opções em biofungicida e ferômônio para proteção de hortifrutis. Importante notícia para um mercado carente de opções em alternativas de controle.

Empresa apresenta duas novas opções para o manejo fitossanitário em Hortifruti: o biofungicida Serenade® e o feromônio sintético Cetro®

A Unidade de Proteção de Cultivos da BASF inova mais uma vez e disponibiliza mais duas soluções para o manejo fitossanitário em Hortifruti: o biofungicida Serenade® e o feromônio de confusão sexual Cetro®. Inicialmente, Serenade poderá ser utilizado nas culturas de cebola, maçã e morango. “O biofungicida oferece aos produtores vantagens e benefícios no controle de importantes doenças e terá papel importante em estratégias de programas inteligentes de controle de doenças da BASF”, explica o coordenador de Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos Biológicos da BASF para América Latina, Fabrizio Carbone Romano. Seu princípio ativo é uma bactéria gran-positiva Bacillus subtilis. Trata-se de um agente biológico não patogênico, comum no solo e na água. O produto tem como característica principal inibir o desenvolvimento de outros agentes biológicos nocivos às plantas e presentes na natureza.

Indicado para o manejo de resistência de fungos e possibilitando flexibilidade de aplicação em intervalos mais curtos de pré-colheita e de reentrada no campo, Serenade®, além do excelente controle de doenças, ajuda a proporcionar elevada produtividade e melhor qualidade das lavouras, além de melhor gerenciamento dos limites máximos de resíduos. O produto já demonstrou seu amplo espectro de controle em mais de 50 culturas ao longo de seus mais de 6.000 testes de campo realizados pelo mundo. “O biofungicida adequa-se perfeitamente aos programas direcionados à cadeia de valor alimentar, desenvolvidos pela BASF. Com ele, reafirmamos nosso posicionamento como empresa líder em inovação e com foco no cliente, trazendo soluções para os produtores e consumidores” comenta o gerente de Marketing para Hortifruti da BASF, Eduardo Eugênio.

A comercialização do Serenade® no Brasil é resultado da parceria entre a BASF e a empresa AgraQuest. O acordo prevê licença, fornecimento e distribuição do biofungicida para aplicações foliares e drench (colo da planta) em cultivos agrícolas de inúmeros países da Europa, África, Oriente Médio, Ásia e América Latina. Os direitos incluem a distribuição exclusiva em países não cobertos pelas atuais parcerias da AgraQuest.

Já Cetro® é um ferômonio sintético com tecnologia desenvolvida pela BASF para o controle populacional da Mariposa Oriental ou Broca-dos-ponteiros (Grapholita molesta). O produto age causando desorientação ou confusão sexual dos machos interrompendo o seu ciclo e evitando a reprodução da praga. Seu uso é recomendado em pomares de maçã, pêssego, nectarina, ameixa, pêra entre outras frutas nas quais incide esta importante praga.

Cetro® reproduz o efeito do feromônio sexual produzido pela fêmea de Grapholita molesta na natureza. Acondicionado em dispensers, permite uma homogênea distribuição no campo e a liberação controlada e uniforme do feromônio por toda a área. Com a confusão sexual dos machos estabelecida pelo feromônio nos pomares, a cópula não ocorre, interrompendo a reprodução, reduzindo a população da praga e, consequentemente, os prejuízos para o produtor. Esta é uma forma de proporcionar o aumento de rentabilidade, pois seu efeito duradouro mantém a população da praga sob controle até a fase da colheita.

Dentre as vantagens de Cetro® vale ressaltar que o produto não gera resistência da praga, é de fácil aplicação e não causa efeitos negativos nos inimigos naturais. Outra vantagem está no fato do produto ajudar a proporcionar uma colheita de frutos mais sadios, que atendem às normas de tolerância de exportação.

“Serenade® e Cetro® vão ao encontro das necessidades dos agricultores, com destaque aos produtores de maçã da região Sul do País, que respondem por quase 100% da produção nacional. Nosso objetivo com os dois lançamentos é fornecer alternativas viáveis que colaborem para agregar valor ao produto final”, argumenta Eduardo.

Pesquisas apontam que a safra 2010/11 de maçã na Serra Catarinense foi altamente afetada pelo clima. A colheita dos 1,95 mil produtores da região de São Joaquim será de aproximadamente 387 mil toneladas, um volume 20% menor do que a estimativa inicial de 423,5 mil toneladas. “Daí a importância em oferecer soluções mais completas e que auxiliem o produtor em sua produtividade e rentabilidade” conclui Eduardo.

O que se tem observado é que o consumo de frutas e hortaliças no mercado interno vem aumentando nos últimos tempos. Prova disso foi um estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que revelou que 18,9% da população já optam por cinco ou mais porções por dia, 2,6 vezes mais que há três anos.
Serenade® é marca registrada da AgraQuest, Inc., comercializada pela BASF.

Restrições no Estado do Paraná:

Cetro e Serenade, uso temporariamente restrito para o neste estado

Os produtos Cetro e Serenade estão devidamente registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento sob os nº 03811 e 03911 respectivamente.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Aprovada lista de especificação para produtos fitossanitários

Matéria publicada no site Agrolink no dia 02/06/2011, traz informações importantes sobre produtos para prevenção e controle de pragas e doenças na agricultura orgânica

Instrução Normativa que aprova as primeiras ‘especificações de referência’ para produtos fitossanitários para orgânicos foi assinada pelos secretários de Defesa Agropecuária e de Desenvolvimento Agropecuário

A Instrução Normativa que aprova as primeiras “especificações de referência” para produtos fitossanitários – insumos para prevenção e controle de pragas e doenças da agricultura orgânica - foi assinada pelos secretários de Defesa Agropecuária (SDA), Francisco Jardim, e de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (SDC), Erikson Chandoha, na manhã desta quarta-feira (1), em Brasília. A lista com os produtos liberados será divulgada até o final desta “Semana Nacional dos Orgânicos” no Diário Oficial da União (DOU). A cerimônia de assinatura aconteceu durante a reunião da Câmara Temática de Agricultura Orgânica.

Após a publicação da norma, o produtor poderá protocolar pedido no Ministério da Agricultura, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para conseguir o registro do insumo criado. Após a aprovação da solicitação, uma faixa branca com as letras em preto deverá ser colocada no rótulo e na bula com os dizeres: “Produto fitossanitário com o uso aprovado para a agricultura orgânica”. É a garantia para o comerciante e para o consumidor de que o produto é testado e aprovado pelo governo federal.
O fabricante só poderá criar e comercializar produtos fitossanitários com as substâncias autorizadas pelo Ministério da Agricultura, definidas pela Instrução Normativa nº 64/208.

“Pretendemos aprovar até o final deste ano cerca de 90 especificações. Com isso, avançaremos na disponibilidade de insumos no mercado para a agricultura orgânica”, afirmou o secretário da SDC, Erikson Chandoha.

Para o secretário da SDA, Francisco Jardim, o setor agrícola de orgânicos cresce cada vez mais graças à integração entre o Ibama, Ministério do Meio Ambiente, Anvisa e Ministério da Agricultura. “Hoje, temos no Brasil mais de 1,8 milhão de hectares utilizados para o cultivo de produtos orgânicos. Chegamos a esse patamar devido à atenção e aos cuidados que o setor está recebendo dos órgãos do governo”, destacou Jardim.

No Distrito Federal existem cerca de 180 produtores orgânicos, responsáveis por inserir R$ 8 milhões na economia local. “O impacto na economia pode crescer ainda mais, pois cerca de 600 produtores orgânicos devem ser cadastrados”, afirma o secretário do SDC.

Durante a reunião da Câmara Temática dos Orgânicos foi anunciada também a proposta de expansão dos núcleos de estudos em agroecologia. A intenção do Ministério da Agricultura é criar uma parceria com o Ministério da Educação e incentivar a criação de cursos ligados ao setor para formar mais técnicos da área nas instituições de ensino. O objetivo é atender a todos os produtores que tiverem interesse em cultivar orgânicos.

Houve, ainda, o lançamento do caderno do Plano de Manejo Orgânico, e dos livros “Orientações técnicas para produção de leite de cabra em sistema orgânico” e “Produção de ovos em sistema orgânico”, os dois últimos da Embrapa. À tarde, representantes do setor vão discutir as diretrizes da Política Nacional dos Produtos Orgânicos.

Aprosoja alerta para o início do vazio sanitário em MT

Matéria veiculada pela Aprosoja do Mato Grosso traz aviso sobre o Vazio Sanitário naquele estado.

Tem início no próximo dia 15 de junho, com término definido para 15 de setembro, o vazio sanitário da cultura da soja, no Estado de Mato Grosso. Durante este período não será permitida a existência de plantas vivas de soja em áreas sob sistema de irrigação, em áreas de cultivo tradicional ou qualquer outra modalidade de cultivo. A medida busca a eliminação de todas as plantas de soja e proibição do plantio para evitar que o fungo causador da ferrugem asiática se multiplique.

De acordo com o supervisor de campo da Aprosoja, o engenheiro agrônomo Rodrigo Fenner, com o período proibitivo é interrompido o ciclo do fungo hospedeiro da ferrugem asiática, principal doença fúngica que ataca a soja no Cerrado. Ele explicou que os produtores não podem manter plantas vivas em suas propriedades. As mesmas devem ser eliminadas com produtos químicos ou outro meio.

Segundo informações do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (INDEA), as unidades regionais já estão se preparando para as fiscalizações nesse período. Já foi realizado o levantamento de plantadas da soja, objetivando a fiscalização. Somente são autorizados os plantios da oleaginosa nesse período, para fins de pesquisa, mas com rigoroso controle. O produtor que não obedecer ao vazio estará sujeito ao pagamento de multas.

Conforme determinação do INDEA, ficam os proprietários, arrendatários ou detentores a qualquer título de áreas cultivadas com soja sob sistema de irrigação ou não, obrigados a eliminarem as plantas vivas de soja “cultivadas” ou “guaxas” em áreas de seu domínio, imediatamente antes do período de “vazio sanitário”, inclusive, as “plantas vivas” de soja ao redor de seus armazéns e à beira das estradas dentro da área de seu domínio.

Ferrugem da Soja

A ferrugem da soja também conhecida como ferrugem asiática é uma doença causada por fungos. Os primeiros sintomas se manifestam nas folhas com o aparecimento de minúsculos pontos escuros. Posteriormente ao aparecimento das lesões ocorre a desfolha da planta que evita a formação dos grãos com redução da produtividade. O desenvolvimento da doença é extremamente rápido e ela se espalha com facilidade pelo vento e causa grandes prejuízos à produção.

O objetivo é evitar ou retardar ao máximo o aparecimento do fungo causador da ferrugem asiática, doença que ataca a cultura e causa sérios prejuízos econômicos aos produtores.

Vazio sanitário da soja começa dia 15 no Paraná

Alerta enviado no dia 02/06/2011 pelo site Agrolink sobre o início do período do vazio sanitário da Soja

A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento avisa que de 15 de junho a 15 de setembro estará proibido o plantio ou a manutenção de plantas vivas de soja no Paraná. Este é o período do vazio sanitário, quando não deve haver plantas de soja em propriedades rurais, estradas e carreadores. O objetivo é evitar ou retardar ao máximo o aparecimento do fungo causador da ferrugem asiática, doença que ataca a cultura e causa sérios prejuízos econômicos aos produtores.

Quem não atender às determinações poderá ser autuado e multado em valores que variam de R$ 50 a R$ 5 mil, conforme estabelece a lei 11.200/97, de Defesa Sanitária Vegetal. Os casos mais graves de desrespeito podem levar à interdição da propriedade rural e à proibição de acesso ao crédito rural. No ano passado, o Defis emitiu 134 autos de infração, a partir de ações de fiscalização abrangendo uma área de 4.236 hectares, 30 quilômetros de rodovias e 190 quilômetros de ferrovias.

O vazio sanitário foi instituído por lei no Paraná pela resolução 120 de 2007, atendendo uma solicitação dos próprios produtores, que viram nessa medida uma forma eficaz de evitar a disseminação do fungo que provoca a ferrugem asiática e ataca principalmente a safra normal da soja durante o verão. Os fungos sobrevivem durante o inverno nas plantas remanescentes de soja viva, em áreas cultivadas, em carreadores e estradas.

Fungo

O vazio sanitário é uma estratégia no manejo da ferrugem asiática que vem sendo adotada em 11 estados produtores de soja. Na ausência de plantas vivas, a tendência é reduzir o fungo, explicou a engenheira agrônoma Maria Celeste Marcondes, responsável pela área de Grandes Culturas do Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária (Defis) da Secretaria da Agricultura.

A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) é parceira na divulgação do vazio sanitário no Paraná, confeccionando 300 mil folhetos de alerta sobre o período da proibição. Os folhetos estão sendo distribuídos nas barreiras interestaduais do Estado, nas concessionárias de pedágio e transportadoras de soja.

Esses folhetos fazem um alerta principalmente aos transportadores de soja, para que verifiquem bem se as carrocerias dos caminhões estão bem vedadas e que tomem os devidos cuidados para não derrubar grãos nas estradas. "Todos esses procedimentos são essenciais para evitar o nascimento de plantas nas margens das estradas, as quais podem vir a ser hospedeiras do fungo que provoca a ferrugem asiática na soja", afirmou Maria Celeste.

Monitoramento

Durante o período do vazio sanitário os produtores devem fazer o monitoramento da propriedade e eliminar todas as plantas vivas de soja, mesmo aquelas que nascem entre outras culturas e nas margens das estradas vicinais e carreadores de acesso à propriedade. A eliminação de plantas vivas ou remanescentes deverá ser feita até 14 de junho pela pessoa física ou jurídica nas instalações onde houve cultivo, colheita, armazenagem, beneficiamento, comércio, industrialização, movimentação ou transporte de soja. Após esta data, os infratores podem ser autuados.

O Paraná é o segundo maior produtor de soja do País, com um volume de produção de 15,26 milhões de toneladas de grãos e área plantada de 4,5 milhões de hectares.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Metamidofós - retirada programada

Ultimamente a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) tem atuado mais intensamente na proibição da produção e comercialização de agrotóxicos com princípios ativos banidos em outros países. O último caso refere-se ao METAMIDOFÓS, que terá sua comercialização suspensa em 31 de dezembro de 2011, conforme Resolução 01, de 14 de janeiro de 2011. O Metamidofós é um organofosforado muito utilizado na agricultura nacional, porém já foi banido de vários países, como União Europeia, China, Indonésia, Costa do Marfim, Samoa, Paquistão e Japão, principalmente devido aos seus efeitos neurotóxicos.


Existem vários princípios ativos alternativos ao uso do metamidofós, porém em muitos casos será necessário que a aplicação seja realizada no início da infestação, obrigando aos agricultores e agrônomos a monitorar as propriedades com mais frequência e, consequentemente, profissionalizando a atividade.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Senado aprova dois anos para início da produção após registro de novos produtos

Matéria publicada no "Informativo PR Cooperativas", retransmitida da Confederação Nacional da Agricultura, chama a atenção para a exigência prevista em Lei de que as empresas que registram produtos agrotóxicos no Brasil, iniciem a produção e comercialização dois anos após o registro dos produtos. Essa medida visa basicamente evitar que as empresas registrem produtos apenas para se valorizaram e não efetivamente colocar produtos no mercado que poderiam aumentar a competitividade.

A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado Federal aprovou, na última quarta-feira (24/05), o Projeto de Lei do Senado (PLS) 88/11, que estabelece prazo de dois anos para o início da produção e comercialização de novos agrotóxicos no Brasil após o registro dos produtos. O objetivo da proposta, de autoria da presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, é alterar a legislação vigente, que não define prazos para a fabricação e a venda destes insumos. A matéria também prevê a suspensão do registro caso a fabricação e a venda não comece no período definido pelo projeto.

Concentração - Ao defender a proposta, a senadora Kátia Abreu alega haver alta concentração no segmento, prejudicando a ampliação da concorrência. Ela defende a oferta de mais defensivos no mercado para baratear os custos de produção da atividade rural. "Muitas empresas que registram seus produtos se preocupam apenas em aumentar o seu valor comercial. Não estão interessadas em colocar o produto no mercado. O registro serve mais para compor o ativo patrimonial do que para incrementar a concorrência", justifica a presidente da CNA. A relatora do PLS na CAS foi a senadora Ana Amélia (PP-RS), que encaminhou parecer favorável à matéria.

Custos de produção - Na avaliação da presidente da CNA, a baixa disponibilidade de produtos comercializados é um dos vários problemas enfrentados pelos produtores rurais em relação aos insumos, que estão entre os itens que mais pesam nos custos de produção da agricultura. A senadora Kátia Abreu afirma que as seis maiores empresas de agrotóxicos no País, controlam 85% do mercado. O Brasil hoje responde por 16% do mercado mundial, movimentando cerca de US$ 7,2 bilhões.

Tramitação - O PLS está agora na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado, onde será relatada pelo senador Acir Gurgacz (PDT-RO). A matéria será analisada em decisão terminativa, ou seja, se aprovada na CRA, não precisará ser votada em Plenário e será encaminhada diretamente à Câmara dos Deputados.

Paraná quer modernizar Lei Estadual de Agrotóxicos

Importante notícia publicada no Guaranotícias de Guarapuava/PR que trata de revisão e modernização da Lei Estadual de Agrotóxicos do Paraná, no sentido de permitir aos agricultores paranaenses o acesso a determinados produtos usados no cultivo de lavouras que tradicionalmente não recebem o registro de produtos no estado.

O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, assinou nesta sexta-feira (27), em Paranavaí, uma resolução que determina a revisão e a modernização da Lei Estadual dos Agrotóxicos, em vigor desde 1983. Será proposta a mudança dos procedimentos para o cadastramento de agrotóxicos no Paraná, o que vai facilitar a compra desses produtos principalmente pelos produtores de mandioca, frutas e arroz. O assunto será analisado por um grupo de trabalho que deverá apresentar uma proposta até o dia 11 de julho.
A resolução foi assinada durante encontro de produtores rurais e indústrias do segmento mandioqueiro com o governador Beto Richa. Segundo Ortigara, o documento abre para os produtores do segmento a oportunidade de acompanhar o avanço da tecnologia em agrotóxicos para lavouras.
Atualmente, muitos agrotóxicos disponíveis no mercado não podem ser vendidos no Paraná por falta de um segundo cadastro dos produtos, exigida pela Lei Estadual de Agrotóxicos. Com isso, os produtores perdem competitividade em relação à produção de outros estados ou então acabam por incorrer em irregularidades, como a utilização indevida de receituário agronômico, aplicando em um produto agrotóxico indicado para outro.
De acordo com Ortigara, as indústrias evitam arcar com os custos de um segundo registro no Paraná, uma vez que já investiram para fazer o registro exigido pela lei federal. A lei federal determina que, para aprovação dos agroquímicos, eles devem ser submetidos ao crivo dos ministérios da Agricultura, Saúde e Meio Ambiente, que fazem as análises dos produtos.
O grupo de trabalho instituído pela Secretaria da Agricultura é constituído por representantes de órgãos públicos – como Embrapa, Iapar, Emater, Departamento de Fiscalização e da Sanidade Agropecuária (Defis), universidades – e privados, como sindicatos de produtores e cooperativas. Segundo Ortigara, até o dia 11 de julho o grupo deverá apresentar uma proposta para mudar os procedimentos do cadastramento.
Ortigara garantiu que a modernização da lei dos agrotóxicos não mudará o cadastramento dos produtos exigidos no Estado. A intenção é redirecionar o foco da legislação para o agricultor e os procedimentos de aplicação. “Vamos rever a legislação para que o produtor faça a dosagem adequada, observe as carências do produto conforme recomendam as indústrias, faça a regulagem adequada nos bicos pulverizadores. São procedimentos que darão mais garantia ao produtor na aplicação dos produtos e evitarão excessos”, justificou.
De acordo com o secretário, ao alterar o sistema de cadastramento a lei também contribuirá para evitar o contrabando de agrotóxicos, que aumentou muito nos últimos anos.
Para Ortigara, a lei paranaense de agrotóxicos é uma uma das mais avançadas do País e foi referência para outros estados brasileiros. A legislação contribuiu para eliminar do mercado agrotóxicos com fórmulas à base de pó, que prejudicavam produtores, lavouras e o meio ambiente.
“Passados quase 30 anos de sua promulgação, a lei precisa passar por ajustes para se adequar novamente aos avanços da tecnologia, pois já existem produtos mais modernos e eficientes que devem ser utilizados em pequenas dosagens e causam menor impacto ao meio ambiente”, esclareceu.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

REGISTRO DE AGROQUIMICOS PARA ORGÂNICOS SERÁ DIFERENCIADO

Achei bem interessante a reportagem de Safras & Mercado, publicada em 25/05/2011, que trata das particularidades que um fabricante deverá seguir para o registro de produtos fitossanitários voltados à agricultura orgânica. É um tema que envolve bastante discussão e agora recebeu uma instrução normativa específica. Leia a íntegra:

O registro para comercialização de insumos utilizados na prevenção e controle de pragas e doenças da agricultura orgânica - produtos fitossanitários - terá critérios específicos, diferentes dos convencionais. A medida foi estabelecida pela Instrução Normativa Conjunta n 1, publicada hoje, no Diário Oficial da União. Assinam a norma o Ministério da Agricultura, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). "Os produtos orgânicos serão analisados separadamente dos convencionais. Com isso, espera-se que o trâmite de análise seja mais rápido e o produtor obtenha o registro em prazo mais curto", explica a Chefe de Serviço de Estudos Normativos de Produção Orgânica do Ministério da Agricultura, Tereza Cristina de Oliveira Saminêz. "Para iniciar o processo, basta o produtor preencher o formulário e entregar em uma das Comissões da Produção Orgânica nas Unidades da Federação", afirma O fabricante deve solicitar "o estabelecimento de especificação de referência" do insumo criado para, depois, obter autorização para comercialização. O produto fitossanitário deverá conter apenas substâncias autorizadas pelo Ministério da Agricultura, definidas pela Instrução Normativa n 64/2008. Para solicitar o estabelecimento de especificação de referência, é necessário preencher e assinar o formulário de solicitação e encaminhá-lo a qualquer Comissão da Produção Orgânica. O endereço das comissões está disponível no site www.agricultura.gov.br/desenvolvimento-sustentavel/organicos. As características, formulação e indicação de uso do produto deverão ser informadas na ficha. As comissões são formadas por representantes dos setores público e privado, que analisam os estudos apresentados. As solicitações aprovadas nas Comissões serão encaminhadas à Coordenação de Agroecologia do Ministério da Agricultura que, juntamente com os órgãos públicos responsáveis pelo registro, vai analisar a solicitação e, se necessário, pedir informações complementares. Na semana dos produtos orgânicos, que acontece entre 29 de maio e 5 de junho, está prevista a publicação de Instrução Normativa com os estabelecimentos de especificações já analisadas e aprovadas pelo ministério. Com base nesta publicação, o interessado deverá protocolar pedido no Ministério da Agricultura, Anvisa e Ibama para conseguir o registro. Depois de analisado e aprovado, deverá ser colocada na embalagem uma faixa branca com as letras em preto no rótulo e na bula informando: "produto fitossanitário com o uso aprovado para a agricultura orgânica". Esta será a garantia tanto para o comerciante, quanto para o consumidor de que o produto é testado e aprovado pelo governo federal. As informações são do Mapa. A 7ª Semana dos Alimentos Orgânicos no Brasil chama a atenção para as formas de identificação do produto orgânico: o selo brasileiro oficial e a declaração de cadastro do agricultor familiar. O evento é organizado regionalmente, pelas Superintendências Federais de Agricultura nas unidades da federação. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento é responsável pela articulação nacional entre as regiões e as instituições governamentais e privadas envolvidas. Hoje, existem 9.700 produtores orgânicos cadastrados no Ministério da Agricultura. (por Guilherme Araújo)

terça-feira, 17 de maio de 2011

Atualização Receita Agrowin - abril / 2011


No mês de abril vários produtos foram alterados no Receita Agrowin. Abaixo constam as alterações realizadas.

- Baytan SC: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação.

- Butiron: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação.

- Cipermetrina Nortox 250 EC: Conferido via nova bula. Extensão de uso para Alabama argillaceae, Heliothis virescens e Pectinophora gossypiella em algodão e para as culturas de arroz, batata, citros, feijão, mandioca e tomate. Alteradas frases de recomendação.

- Clorimuron Master Nortox: Conferido via nova bula. Extensão de uso para as culturas de eucalipto e pinus. Alteradas frases de recomendação.

- Dimetoato 500 EC Nortox: Conferido via nova bula. Extensão de uso para Diabrotica speciosa e Myzus persicae em tomate. Alteradas frases de recomendação.

- Dipel: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação.

- Endosulfan 350 EC Milenia: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação.

- Finale: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação.

- Galop: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação.

- Herbimix SC: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação.

- Impact Duo: Conferido via nova bula. Extensão de uso para Ramularia areola em algodão, Cercospora coffeicola e Hemileia vastatrix em café e Phaeoisariopsis griseola em feijão. Alteradas frases de recomendação.

- Naja: Conferido via nova bula. Alterada Classificação Toxicológica para I – Extremamente Tóxico. Alteradas frases de recomendação.

- Nativo: Conferido via nova bula. Extensão de uso para Phakopsora gossypii em algodão, Tilletia barclayana em arroz, Cercospora zeae-maydis em milho e Corynespora cassiicola em soja. Alteradas frases de recomendação.

- Quatermon: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação.

- Thionex 350 EC: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação.

- Warrant 700 WG: Conferido via nova bula. Extensão de uso para Leucoptera coffeella em café, Mahanarva fimbriolata em cana de açúcar e Cornitermes bequaerti e Syntermes molestus em eucalipto. Alteradas frases.

Agrotóxico genérico visa produtos chineses

Achei interessante essa matéria publicada no DCI - Diário do Comércio & Indústria, que mostra a mobilização da AENDA, associação que reúne os fabricantes de produtos agrotóxicos genéricos do país, pela regulação da entrada, fabricação e comercialização de produtos que vem de fora do país, principalmete da China.


As gigantes do setor de agroquímicos no Brasil ganharam um importante aliado na briga contra a chegada dos agrotóxicos genéricos ilegais ao País, principalmente os oriundos da China. O projeto de lei do senado aprovado na última quinta-feira (12), PLS 190/2010, que estabelece regras para o registro dos agrotóxicos genéricos, sua fabricação e comercialização no Brasil, atende a uma reivindicação do setor na briga desigual com os produtos importados, que chegam ao País com preços até 60% mais baixos. De acordo com a Associação Brasileira dos Defensivos Genéricos (Aenda), o projeto, que precisa ser aprovado pelo plenário do Senado e pela Câmara dos Deputados, reprod uz o Decreto-Lei n. 4074/2002 e vem regulamentar a comercialização dos produtos pelas empresas estrangeiras que atuam no Brasil. Nos últimos anos, segundo a Aenda, as indústrias agroquímicas passaram a oferecer no mercado nacional agrotóxicos genéricos com preços de 20% a 30% mais baixos. Mesmo assim os valores são maiores, o que faz com que a disputa com os chineses seja desigual. A Aenda, em nota, afirmou que toda discussão que envolve os agrotóxicos genéricos não altera de forma significativa o cenário atual pois não inclui alterações no tempo para a emissão de certificação para se produzir os produtos genéricos no País. "Hoje uma empresa no Brasil precisa esperar cerca de 38 meses para receber o certificado de um produto; nos Estados Unidos o tempo se limita a cerca de três semanas, e isso reduz a nossa capac idade de concorrer com os importados chineses". A importação de agrotóxicos originárias da China passou de 2.109 toneladas em 2001 para 32.911 toneladas no ano passado.

Cresce apreensão de agrotóxicos no RS

Importante matéria do Correio do Povo sobre o crescimento de apreensão de agrotóxicos ilegais. A matéria comenta também sobre os danos e as consequências aos usuários que fazem prática desse mercado para abastecer suas lavouras.


Maior controle e denúncias colaboram para o recuo do contrabando. O controle mais eficaz do trânsito e o aumento de denúncias garantiram a redução da entrada de agrotóxicos ilegais no Rio Grande do Sul, uma das principais portas de entrada desses produtos no país. Entre os meses de janeiro e abril, foram apreendidos no Estado 2.124 quilos, 71,9% a mais do que os 1.235 quilos do mesmo período do ano passado. Conforme dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag), o RS fica atrás somente do Paraná, com 6.245 kg, e Mato Grosso, com 5 mil kg. Ao todo, no Brasil, foram apreendidos 15,6 mil quilos, uma elevação de 20% no mesmo período. Os estados da Região Sul e o Ma to Grosso do Sul são os mais visados pelos contrabandistas porque fazem fronteira com o Uruguai e o Paraguai. Além de maior rigor na inspeção, a indústria mantém campanhas de esclarecimento há dez anos. Mas, segundo o gerente do Sindag, Fernando Marini, infelizmente, o custo mais baixo ainda pesa na decisão de muitos. "É preciso comprar em locais de confiança com a receita agronômica e a nota fiscal que indica o local para devolução das embalagens vazias." A Secretaria da Agricultura que fiscaliza a produção, o transporte e uso de agrotóxicos na lavoura, quer fechar o cerco aos ilegais. Conforme o diretor do Departamento de Sanidade Vegetal José Cândido Mota, está em elaboração um projeto em que microscópios, acoplados a notebooks, e um kit para detectar moléstias vegetais a partir do DNA serão usados na análise. Hoje, sem a tecnologia, é impossível cumprir a legislação federal, que determina a destruição da lavoura. Com isso, o produto acaba sendo apreendido pela Polícia Federal, que toma as providências legais, e o usuário tem de responder a processo administrativo na secretaria. "Precisamos aparelhar o setor para identificar o nível de agrotóxico a campo, porque até agora se tem amostragem nos produtos já na etapa da comercialização." Mota alerta aos agricultores que produtos ilegais podem contaminar a produção, além de não garantir o resultado esperado. Ele acrescenta que o uso, mesmo em pequena quantidade, pode comprometer toda a lavoura.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Aprovado projeto de lei de agrotóxicos genéricos

Matéria publicada no Diário do Comércio e Indústria relata a aprovação pelo Senado o projeto de lei para agrotóxicos genéricos que altera a Lei dos Agrotóxicos do país.

A Comissão de Agricultura do Senado aprovou ontem, em caráter terminativo, o projeto de lei que regulamenta a produção de agrotóxicos genéricos no Brasil. O relator da matéria, senador Waldemir Moka (PMDB-MS), disse que a proposta irá estimular a produção deste tipo de substância e implicará na queda dos preços dos alimentos no País, além de fortalecer a competitividade do setor. O projeto segue para a Câmara dos Deputados.

De autoria do ex-senador Heráclito Fortes, o projeto de lei que regulamenta a produção de agrotóxicos genéricos altera a Lei dos Agrotóxicos. No relatório, Moka explicou que o projeto impõe a adoção da nomenclatura do princípio ativo do produto técnico no receituário agronômico, e, nas compras feitas pelo Poder Público, deverá ser dada preferência ao defensivo agrícola genérico quando houver igualdade de preços.

O relator acrescentou ainda que o Brasil usa, por ano, mais de 600 mil toneladas de defensivos agrícolas no plantio, o que causa impacto direto no preço dos alimentos. "É suficiente, para nos posicionarmos favoravelmente ao projeto, a expectativa dos efeitos positivos advindos da redução dos custos de produção pela disponibilidade de produtos defensivos concorrentes", conforme trecho do texto.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Retirada do Endossulfan do mercado nacional

No dia 16 de agosto do ano passado foi publicado no Diário Oficial da União uma resolução da ANVISA (Resolução 28, de 09 de agosto de 2010) com o cronograma para a retirada do princípio ativo Endossulfan do mercado nacional. Este princípio ativo já encontra-se banido de vários países. Estranhamente, o prazo para proibição total de seu uso e comercialização se estende até 31 de julho de 2013, mesmo sabendo-se dos perigos que o uso do produto traz para a população e para o meio ambiente, conforme documento elaborado pela IPEN e pela Convenção de Estocolmo.

No dia 31 de julho deste ano serão canceladas as importações de produtos que contenham o princípio ativo. Na mesma data em 2012 será cancelada a produção de produtos que contenham Endossulfan na sua formulação e, finalmente, no dia 31 de julho de 2013 será cancelada a comercialização de todos os produtos que contenham este princípio ativo em sua composição.

Esta publicação também alterou a Monografia do Princípio Ativo, liberando-o para uso apenas para as culturas de algodão, café, cana de açúcar e soja exclusivamente através de equipamento tratorizado, proibindo a aplicação através de equipamento manual / costal e aérea, e o uso está autorizado apenas para os Estados da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Um outro aspecto quase sem destaque desta resolução é a obrigatoriedade dos agricultores em assinar um termo de responsabilidade no momento da compra do produto, tornando-o ciente dos riscos do produto e do seu compromisso em utilizar o produto estritamente como consta na receita agronômica e na bula. Este termo de responsabilidade deve ser fornecido pelos fornecedores dos produtos, pois seu texto deve ter sido aprovado pela ANVISA.

Sabendo-se disto, fica o recado aos agrônomos e técnicos agrícolas em recomendar o uso de produtos a base de Endossulfan apenas nos casos onde não é possível utilizar outro produto, sempre buscando alternativas de controle.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

A importância das plantas daninhas na agricultura

Achei interessante esse artigo do Portal Dia de Campo, escrito por Rafael Vivian, que aborda um outro lado sobre a importância das plantas daninhas na agricultura, não sendo vista apenas como invasora das lavouras, mas também o lado do benefício.

A importância das plantas daninhas na agricultura

Podem ser utilizadas para controle da erosão em áreas degradadas, processos de fitorremediação, tratamentos fitoterápicos e alimento para inimigos naturais

O surgimento das plantas daninhas ocorreu junto com o desenvolvimento da agricultura, há cerca de 12 mil anos. No início, havia maior equilíbrio entre as diversas espécies. Com o crescimento da população e, conseqüentemente, maior interferência humana nos cultivos, iniciou-se um processo gradual de seleção. As espécies sem interesse agrícola passaram a ser indejesadas e sua multiplicação e alta capacidade de adaptação permitiu-lhes sobreviver a diversos ambientes, tornando-se necessário a adoção de medidas de controle.

Atualmente, não há dúvidas de que a presença de plantas daninhas cause prejuízos aos agricultores. Em média, cerca de 20-30% do custo de produção de uma lavoura se deve ao custo do controle das plantas daninhas. Geralmente, apresentam crescimento rápido e facilidade de disseminação, produzem grande número de sementes e crescem em condições adversas.

Seus prejuízos estão diretamente relacionados às perdas na produtividade e na qualidade dos produtos. Um exempo típico é o que ocorre com sementes de picão-preto (Bidens pilosa) no cultivo do algodoeiro. Muitas espécies também são extremamente danosas em campos de sementes, pois podem impedir a sua certificação. Em áreas de pastagem, espécies como cafezinho (Palicourea marcgravii) e oficial-de-sala (Asclepias curassavica) intoxicam os animais levando-os à morte.

Outras espécies podem, também, parasitar plantas. Exemplo comum no Brasil ocorre com a erva-de-passarinho (Phoradendron rubrum) em citros, ocasionando perdas na produção e morte das plantas. Em outros países, ocorre o parasitismo em plantas de milho ocasionado pela erva-de-bruxa (Striga lutea), espécie daninha de difícil controle devido ao seu desenvolvimento abaixo da superfície do solo.

Indiretamente, as plantas daninhas também podem afetar as lavouras, sendo hospedeiras de pragas e doenças. No caso das guanxumas (Sida ssp.), a maioria é hospedeira do vírus do mosaico-dourado do feijoeiro, transmitido pela mosca-branca. O capim-massambará (Sorghum halepense), hospedeiro do vírus do mosaico da cana-de-açúcar, está geralmente presente em canaviais. Demais prejuízos indiretos ocorrem pela dificuldade de colheita na presença de plantas daninhas como corda de viola (Ipomoea sp), carrapicho (Cenchrus echinatus), unha de gato (Acassia plumosa) e mucuna (Mucuna pruriens) ou mesmo pela dificuldade de manejo após o cultivo, depreciando o valor da terra, a exemplo do que ocorre pela tiririca (Cyperus rotundus).

Além das áreas agrícolas, o manejo de plantas daninhas é importante, também, em áreas industriais, ferrovias, espaços públicos ou mesmo em represas para geração de energia elétrica. Nesses corpos d’água, espécies como taboa (Typha angustifolia) e aguapé (Eichornia crassipes) proliferam rapidamente. Durante o processo de passagem da água pelas turbinas, a massa densa dessas espécies interrompe o fluxo normal, danifica e onera a manutenção dos equipamentos. Outras plantas como salvínia (Salvinia molesta) e alface d água (Pistia stratiotes) aumentam as perdas de água, pois reduzem o seu aproveitamento.

Entretanto, muitos benefícios também podem ser obtidos pelo conhecimento e uso correto de plantas daninhas. Devido a sua velocidade de crescimento, muitas são usadas no controle da erosão em áreas degradadas, como o que ocorre com as gramíneas (Brachiaria brizantha, B. decumbens, B. ruziziensis e Panicum maximum). Outras são utilizadas nos processos de fitorremediação, permitindo a retirada ou degradação de compostos residuais no solo, ou seja, além de absorver água e nutrientes que as fazem crescer, algumas espécies são capazes de absorver elementos poluentes, funcionando como filtros biológicos, como exemplo para Stizolobium aterrimum, Lupinus albus e Canavalia ensiformes, entre outras.

Muitas espécies consideradas daninhas podem ainda servir na medicina para tratamento fitoterápico a partir da infusão de folhas, a exemplo do uso popular de quebra-pedra (Phyllanthus niruri) ou da urtigueira (Urtica dioica), ou fornecendo inúmeros compostos para sua extração. Algumas plantas daninhas servem também de alimento para inimigos naturais ou mesmo para as abelhas melíferas, como o assapeixe (Vernonia polyanthes) e a vassourinha de botão (Borreria verticillata).

Desta forma, com tantas vantagens e desvantagens, devemos utilizar boas práticas de gestão das plantas daninhas, principalmente no ambiente agrícola. O manejo integrado é uma das práticas que se inicia com a escolha do local de semeadura e da variedade, a qual deve ser adequada à fertilidade e ao pH do solo. A densidade de semeadura e o espaçamento correto também facilitam o seu manejo durante o cultivo. O manejo químico, apesar de importantíssimo, deve levar em consideração a dinâmica das plantas, as práticas culturais e o sistema de semeadura utilizado, assim como, a tecnologia disponível.

O manejo após o cultivo é outra questão importantíssima na redução da infestação e que deve ser considerado na gestão de plantas daninhas.Todavia, o que se observa é o uso inadequado das tecnologias e perda de controle de muitas espécies daninhas. Um exemplo é o que ocorreu com a introdução da soja resistente ao glifosato. Com o uso contínuo e exagerado deste herbicida, biótipos resistentes das espécies buva (Conyza bonariensis), capim amargoso (Digitaria insularis), azevém (Lolium multiflorum) e leiteiro (Euphorbia heterophylla) já foram selecionados e outras espécies também apresentam tolerância como trapoeraba (Commelina benghalensis) e erva quente (Spermacoce latifolia), entre outras.

Recentemente, a Embrapa, em conjunto com a iniciativa privada, está trabalhando no lançamento de soja resistente ao grupo químico das imidazolinonas, como nova alternativa no manejo de plantas daninhas. Porém, a orientação de uso da tecnologia deverá ser repassada para os produtores, para não ocorrer novos casos de resistência.

A partir do proposto, o manejo integrado deve combinar métodos de controle preventivo e curativo, sem se esquecer do conhecimento prático das características de cada espécie de planta daninha. Novos programas de controle devem ser avaliados para garantir o avanço tecnológico, que deverá focar, principalmente, na determinação das características biológicas e nos mecanismos de competição entre as espécies. Por meio da gestão integrada de plantas daninhas é possível reduzir sua interferência nos cultivos agrícolas, sem comprometer as demais áreas.