segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Em Cambé, agricultores não aplicam agrotóxico nas lavouras de soja.

O programa é desenvolvido pelo Iapar, Embrapa, Itaipu, Ocepar, Faep, Fetaep e Instituto Emater e Secretaria de Agricultura do Paraná. O aparecimento de pragas e doenças na soja causa preocupação e gastos para os produtores. No entanto, em algumas propriedades que contam com a assistência dos técnicos do Instituto Emater as despesas com produtos químicos vêm sendo reduzida drasticamente. Com a adoção do Manejo Integrado de Pragas (MIP) e do Manejo Integrado de Doenças (MID), um grupo de produtores da microbacia Cafezal, em Cambé, até agora não usou uma gota de veneno nas lavouras. Nem mesmo a temida helicoverpa exigiu insumo químico nas cinco áreas monitoradas que totalizam cem hectares de soja. Enquanto isso, os vizinhos já fizeram três aplicações, o que aumentou seus custos de produção. Tanto o MIP quanto o MID são ações do programa Plante seu Futuro, programa do governo estadual que pretende levar aos produtores tecnologias que ajudem a reduzir os custos, melhorar a qualidade final da produção agropecuária paranaense, bem como do ambiente produtivo. O programa é desenvolvido pelo Iapar, Embrapa, Itaipu, Ocepar, Faep, Fetaep e Instituto Emater. No último dia 21, técnicos e produtores participaram de uma reunião para avaliar os trabalhos que vem sendo desenvolvidos na microbacia do Cafezal, de Cambé. O rio abastece Londrina e Cambé, por meio de um sistema de captação da Sanepar e exige cuidado das propriedades próximas, para evitar a contaminação das águas. Em média os agricultores fazem seis aplicações de agrotóxicos na cultura da soja no município de Cambé, a cada safra. Duas aplicações são feitas para combater as lagartas, duas para eliminar os percevejos e duas para evitar o aparecimento de doenças. Parte desse agrotóxico acaba nos rios da bacia, o que tem contribuído para aumentar a poluição do ambiente e eliminar os inimigos naturais que fazem o controle das pragas da soja. Técnicos da Emater, por meio do monitoramento semanal das lavouras, verificam a incidência de pragas e doenças, seu nível de dano econômico, porcentagem de desfolha e, em conjunto com o produtor, verificam se há ou não necessidade de aplicação de agrotóxicos. Na Bacia do Cafezal os técnicos monitoram semanalmente cinco áreas de agricultores familiares. As lavouras, que somam 100 hectares, foram implantadas em outubro e estão na fase vegetativa. Segundo os técnicos, até agora foram encontradas lagartas pequenas da família heliothinea, espécie helicoverpa, principalmente nas folhas mais novas em todas as lavouras a partir de dez dias de germinação. Apesar disso, a praga não está causando danos às lavouras. Os técnicos orientam os produtores a não fazer nenhuma aplicação por enquanto, e continuar monitorando as áreas. Para a surpresa de muitos técnicos as lagartas desapareceram vinte dias depois de registradas as primeiras ocorrências. Segundo os pesquisadores da Embrapa, a maioria dos insetos foi parasitada por inimigos naturais que fizeram o controle das pragas. “É isso o que estamos observando nas áreas monitoradas, com o sumiço das lagartas helicoverpas, à medida que as lavouras vão se desenvolvendo sem a aplicação de qualquer agrotóxico”, disse Alcides Bodnar, da unidade do Instituto Emater de Cambé. Segundo ele, quando o agricultor aplica o agrotóxico, não só elimina as lagartas como também todos os seus inimigos naturais. Na propriedade do agricultor Roberto Schulz, ao lado da Igreja de Bratislava, foi instalada uma armadilha luminosa para monitorar a entrada de mariposas das várias espécies de lagartas. Assim, seria possível fazer uma correlação com a possível infestação de lagartas. “Há duas safras instalamos também um coletor de esporos da ferrugem da soja para sabermos com exatidão quando os esporos estão presentes, para daí definirmos a melhor época de aplicação de fungicidas, evitando aplicações calendarizadas”, observou Bodnar. Nas cinco áreas acompanhadas pelos técnicos do Instituto Emater os produtores vão iniciar, nesta semana, o controle biológico com a soltura do Tricograma pretiosum, uma pequena vespa que parasita ovos de mariposas de lagartas que atacam a soja. Mais uma forma de evitar o uso de agrotóxicos nas lavouras e reduzir os custos de produção, aumentando a margem de lucro do produtor. Fonte: http://www.uagro.com.br/editorias/agricultura/soja/2013/11/29/em-cambe-agricultores-nao-aplicam-agrotoxico-nas-lavouras-de-soja.html

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Software auxilia no controle do uso de agrotóxicos

SOFTWARE DA EMBRAPA AUXILIA NO CONTROLE DO USO DE AGROTÓXICOS Um programa de computador desenvolvido pela Embrapa vai ajudar os agricultores a controlarem a quantidade ideal de agrotóxicos que deve ser aplicada à lavoura. É o sistema Gotas – versão 2.2, que auxilia a calibrar a deposição de substâncias químicas para que o uso seja mais eficiente, evitando danificar as culturas e prevenindo o desperdício. “O Gotas foi desenvolvido para auxiliar os agricultores a obterem os parâmetros adequados de deposição de agrotóxicos nos alvos desejados”, explica o pesquisador Aldemir Chaim da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), que idealizou o programa com apoio da Embrapa Informática Agropecuária (Campinas, SP). Entre as funcionalidades incorporadas nesta versão, destacam-se uma ferramenta para recortar determinada área da amostra selecionada; possibilidade de salvar o experimento em formato compatível para uso dos resultados em planilha de cálculo; recursos para salvar e recuperar o experimento inteiro, com todas as imagens das amostras analisadas; e uma ferramenta para eliminar as amostras indesejadas. Para alvo de amostragem, é recomendada a utilização de cartão comercial sensível à água, disponível no mercado. Esse cartão, com imagem digitalizada, é processado pelo programa que oferece vários parâmetros de deposição. Com isso, o agricultor poderá decidir sobre a melhor combinação de bicos de pulverização, consumo de calda, velocidade de aplicação etc., que deem o máximo de deposição no alvo desejado. A calibração de deposição de gotas de pulverização é importante tanto para a aplicação de produtos químicos como para produtos biológicos. A tecnologia é recomendada pela Embrapa como uma das ações para controle da Helicoverpa armigera, lagarta que tem surpreendido produtores e pesquisadores pelo seu poder de destruição, causando prejuízos, principalmente, às lavouras de milho, soja e algodão. O programa Gotas é de acesso gratuito e está disponível na Rede AgroLivre. Também foi produzido um manual de utilização, que orienta sobre as especificações técnicas necessárias para o funcionamento do software. Fonte: OCB

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Novo biopesticida contra Helicoverpa armigera chega ao Brasil

A Certis acaba de anunciar o lançamento de seu biopesticida Gemstar no Brasil, prometendo o controle da Helicoverpa armigera no algodão e na soja. Para a introdução da tecnologia no País, a empresa norte-americana trabalhou em colaboração com parceiros brasileiros e fará a distribuição através das empresas Bio Controle (de Indaituba/SP) e Ihara Indústrias Químicas (Sorocaba/SP). O ingrediente ativo do Gemstar é um nucleopolyhedrovirus natural que infecta as larvas. “Como o vírus é muito específico para esse tipo de hospedeiras, ele não atinge insetos benéficos, peixes, animais selvagens, animais ou seres humanos, e o seu uso não agride o meio ambiente. O Gemstar tem sido usado com sucesso por produtores em vários países ao redor do mundo para controlar a H. armigera em milho, sorgo, hortaliças e algodão”, afirma a Certis dos EUA. O mecanismo de ação é simples: as lagartas que atacarem uma cultura pulverizada com Gemstar são infectadas pela ingestão de partículas de vírus depositados sobre a planta. A larva para de comer, enquanto o vírus se multiplica rapidamente dentro dela, destruindo seus órgãos internos. Quando a Helicoverpa armigera se desintegra, libera bilhões de novas partículas virais que acabam sendo ingeridas por outras lagartas (da mesma geração ou de posteriores) na mesma área. “A população de Helicoverpa armigera no Brasil chegou a níveis sem precedentes na agricultura daquele País”, diz Mike Dimock, Ph.D. e diretor da Certis Research EUA. “A situação, no entanto, mostra como os biopesticidas tornaram-se ferramentas importantes no manejo de pragas na atualidade. O Gemstar emprega um novo modo de ação que é altamente eficaz no controle da lagarta H. armigera. O produto pode ser utilizado na agricultura orgânica e nos programas de manejo de resistência. Por ser isento de resíduos, os produtores brasileiros poderão exportar sua colheita tratada com Gemstar a praticamente qualquer lugar do mundo”, explica. Fonte: Agrolink

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

BHC: Um problema a menos no Paraná

Reportagem publicada em 7 de Agosto em A Gazeta do Povo destaca o recolhimento de agrotóxico proibido há mais de 30 anos. Mais de 1 milhão de quilos de um agrotóxico proibido, perigoso para a saúde humana e para o meio ambiente e que estava armazenado em mais de 2 mil propriedades rurais do Paraná, foram coletados e destruídos. A quantidade recolhida é bem maior que a estimativa, que apontava a existência de 665 mil quilos do produto conhecido como BHC estocados, muitas vezes inadequadamente, desde 1985, quando foi banido. Pioneiro - O programa de recolhimento adotado pelo Paraná é considerado pioneiro – já está sendo copiado por São Paulo e deve ser “exportado” para outros países. A iniciativa começou a ser executada em 2009, a partir da criação de uma lei e do cadastramento de agricultores que declararam ter produtos proibidos. A etapa do recolhimento demorou e só foi concluída em maio de 2013. No meio do processo de coleta, os organizadores souberam de casos de proprietários rurais que não se cadastraram e decidiram dar uma nova chance. O prazo para a autodeclaração começou em fevereiro de 2013 e termina no dia 15 de agosto. Nova fase - Nessa nova fase, 65 agricultores afirmaram ter mais 275 mil quilos de agrotóxicos – que devem começar a ser recolhidos até o final do ano. Depois da data-limite para o cadastramento, quem mantiver agrotóxicos proibidos na propriedade está sujeito à autuação por fiscais. Além de multa, o agricultor pode responder a processo por crime ambiental, se for considerado que houve má fé. Quem não aproveitar a oportunidade da estrutura pública oferecida para facilitar a coleta, ainda terá de arcar com os gastos para dar destinação correta ao produto. Equipamento de segurança - Quem se cadastra, recebe equipamentos de segurança para fazer o acondicionamento do agrotóxico e licença ambiental para transportá-lo até um ponto de coleta. Quando a quantidade é superior a dois mil quilos, uma empresa especializada vai buscar o produto na propriedade, conta o engenheiro agrônomo Udo Bublitz, responsável pelo programa no Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). O agrotóxico é levado para usinas autorizadas, em São Paulo, e incinerado. As cinzas inertes são depositadas num aterro químico. O investimento até agora foi de R$ 9 milhões. Cancerígeno - Rui Müller, coordenador estadual do programa de recolhimento, destaca que o BHC é cancerígeno e altamente persistente na natureza. Ele conta que várias análises apontaram a presença do produto em leito de rios. Do total de 1,2 milhão de quilos recolhidos, 85% eram de BHC e o restante de outros agrotóxicos proibidos. Auxílio - O Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev) auxilia no programa e paga a metade das despesas. Para João Cesar Rando, diretor-presidente da Inpev, a união de forças entre poder público e iniciativa privada é um diferencial do programa. Ele destaca, ainda, que atualmente existem produtos alternativos menos danosos e mais eficientes para uso agrícola. Três décadas entre proibição e recolhimento - Quase três décadas se passaram entre a proibição e o recolhimento do BHC. A demora causou danos. Muitas fazendas foram vendidas com veneno enterrado. Funcionários responsáveis por armazenar o produto – e que sabiam onde estava guardado – não mais trabalham nas propriedades. Apenas agricultores conscientes e precavidos puderam se adequar à lei sem causar riscos ao ambiente e à população. Alívio - Entre os agricultores que conseguiram se livrar do BHC está Sérgio Otaguiri, diretor da Cooperativa Integrada em Londrina. “Isso tudo é do tempo que o meu pai tocava a fazenda”, comenta sobre os aproximadamente 120 quilos de agrotóxico que tinha guardado em uma tulha. “Para nós foi um alívio porque não tinha o que fazer”, diz. Ele soube de histórias de produtores que, com medo de serem autuados pela posse do produto, enterraram o agrotóxico. Problema - Para o agricultor londrinense Ernesto Bremer, o problema era o agrotóxico Paration, também proibido. Ele vendeu o sítio e “herdou” o produto. Foi informado pela Emater que deveria levar os três tambores lacrados a um armazém. “Foi um alívio”, resume. Até uma senhora, que tinha uns poucos quilos para combater pulgas e cupins num apartamento em Curitiba, ligou para a Emater para pedir a remoção do produto. (Gazeta do Povo)

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Ervas daninhas desafiam poder da biotecnologia

O capim-arroz é particularmente devastador em arrozais, onde os prejuízos às vezes chegam a 100% Essa erva-daninha desenvolveu resistência a muitos herbicidas usados por agricultores para controlar ervas daninhas, e cada planta pode produzir até 1 milhão de sementes, que se alojam no solo esperando a chance de crescer. No fim das contas, o capim-arroz e as muitas outras ervas daninhas do mundo resultam em uma redução de 10% na produtividade das lavouras. Só nos EUA, causam um prejuízo estimado em US$ 33 bilhões por ano. Os herbicidas podem reduzir o dano, mas a resistência se desenvolve em poucos anos a partir da introdução de um novo defensivo químico. Agora, alguns cientistas argumentam que podemos encontrar formas mais eficazes de combater as ervas daninhas estudando sua evolução. “São plantas incrivelmente bem-sucedidas. Elas evoluíram para tirar proveito de nós”, disse Ana Caicedo, da Universidade de Massachusetts. O capim-arroz mudou drasticamente em relação a seus ancestrais, desenvolvendo tolerância ao solo encharcado dos arrozais. Ele também evoluiu para ficar parecido com o arroz. “O pessoal da biotecnologia não tem nem ideia sobre como fazer uma planta se parecer com outra planta”, disse R. Ford Denison, biólogo evolucionista da Universidade de Minnesota. “No entanto, mil anos de seleção em um pedacinho da Terra foram suficientes para dar ao capim-arroz a capacidade de mimetismo com a lavoura -e a tolerância à inundação.” Certos traços ajudam as espécies selvagens a se tornarem ervas daninhas -elas crescem rapidamente, por exemplo, e produzem muitas sementes. Outras ervas evoluem a partir da união de plantas selvagens com cultivos agrícolas. Na década de 1970, beterrabas selvagens da Europa lançaram pólen que fertilizou beterrabas açucareiras cultivadas em fazendas. Também cultivos agrícolas podem virar ervas daninhas. “Domesticamos uma planta a partir do estado selvagem, e ela, de alguma forma, se ‘desdomestica’ -o que eu acho bastante interessante”, disse Caicedo. Entre esses cultivos desgarrados está uma erva daninha conhecida como arroz vermelho. O arroz domesticado foi selecionado geneticamente de modo a reter suas sementes quando colhido. Já o arroz vermelho desenvolveu sementes frágeis, que caem no chão ao serem colhidas, às vezes ficando dormentes. Essas sementes dormentes podem posteriormente brotar. “É um traço fantástico para uma erva daninha”, disse Caicedo. O DNA das ervas “desdomesticadas” adquire novas mutações em diferentes genes. “Você tem um novo conjunto de truques genéticos”, disse Norman Ellstrand, da Universidade da Califórnia, em Riverside. O último século trouxe uma série de herbicidas químicos que logo se tornaram ineficazes. Hoje, 217 espécies de ervas são resistentes a pelo menos um herbicida, segundo a Pesquisa Internacional de Ervas Resistentes a Herbicidas. Na década de 1970, havia grande esperança em torno de um novo herbicida chamado glifosato, vendido pela Monsanto como Roundup. Os primeiros estudos revelaram que as ervas daninhas não desenvolviam resistência a ele, o que despertou a expectativa de que finalmente os agricultores haviam escapado da evolução. Na década de 1980, a Monsanto ampliou a popularidade do glifosato lançando cultivos agrícolas geneticamente modificados que portavam um gene que lhes conferia resistência ao herbicida. Em vez de usar diversos herbicidas diferentes, muitos agricultores poderiam agora usar apenas um. No entanto, por meio da evolução, as ervas daninhas acabaram se tornando resistentes ao glifosato. Meses atrás, a consultoria agrícola Stratus informou que metade das fazendas americanas tinha em 2012 ervas daninhas resistentes ao glifosato. Em 2011, eram 34%. Alguns pesquisadores argumentam que as ervas daninhas podem ser combatidas com a combinação de dois genes de resistência em uma só planta cultivada, de modo que os agricultores poderiam aplicar dois herbicidas ao mesmo tempo. A chance de que uma erva tenha resistência aos dois produtos químicos seria minúscula. Mas na revista “Trends in Genetics”, uma equipe franco-americana de cientistas apresentou um contra-argumento: pulverizar um produto químico pode motivar a evolução de um sistema de reação a todo tipo de estresse, capaz de defender a planta contra mais de um herbicida. David Mortensen, biólogo da Universidade Estadual da Pensilvânia e especialista em ervas daninhas, previu que essas plantas criariam uma nova geração de ervas resistentes. Ele e seus colegas estão investigando o controle das ervas daninhas por meio do plantio de cultivos como o centeio de inverno, capaz de matar as ervas bloqueando a luz solar e liberando toxinas. “Você espalha a pressão da seleção em vários pontos e tenta evitar a criação de resistências.” Referência: www.universoagro.com.br

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Pragas 'importadas' ameaçam lavouras

Reportagem publicada na Folha de São Paulo chama a atenção para a possibilidade de invasão de pragas exóticas às lavouras brasileiras. Uma dezena de novas pragas tem reais chances de invadir as lavouras brasileiras nos próximos anos, segundo pesquisadores brasileiros. Para proteger o campo do risco de um ataque que possa causar prejuízos econômicos ao país, a Embrapa e a SBDA (Sociedade Brasileira de Defesa Agropecuária) listaram os principais candidatos a invasões. A relação, obtida com exclusividade pela Folha, revela ameaças a diferentes culturas e modelos de produção -da soja à mandioca, de exportadores à agricultura familiar. A seleção das pragas mais ameaçadoras considerou a probabilidade de ocorrer a invasão e a relevância econômica das plantações que podem ser atacadas, segundo Marcelo Lopes da Silva, pesquisador da Embrapa que participou do estudo. Ele ressalta, porém, que o número de pragas consideradas quarentenárias -com real possibilidade de entrar no país- é muito maior. 'O Brasil reconhece cerca de 600 pragas quarentenárias e não sabemos como combater a maioria delas. Precisamos de inteligência na defesa sanitária', afirma. A preocupação de cientistas e do governo se intensificou após os estragos que uma praga exótica (trazida do exterior) provocou às lavouras do cerrado. AMEAÇAS O maior fluxo de turistas no Brasil, por causa de eventos como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, a intensificação do comércio global e a abertura de novas rotas rodoviárias para países vizinhos também aumentam as chances de entrada de pragas, diz Evaldo Vilela, presidente da SBDA e professor da Universidade de Viçosa (MG). 'Identificamos 122 pragas só na região de fronteira que, se introduzidas, vão ameaçar a produção agrícola, aumentar os custos e o uso de defensivos, além de afetar a biodiversidade', afirma. Aumentar a vigilância na fronteira e nos aeroportos é uma das ações preventivas que precisam ser reforçadas, segundo os pesquisadores. 'A quantidade de fiscais não atende à necessidade do Brasil', diz Cosam Coutinho, diretor do departamento de sanidade vegetal do Ministério da Agricultura. Segundo ele, haverá concurso neste ano para o cargo. Há também ações de longo prazo. Identificadas as pragas que podem causar mais impactos à agricultura, a Embrapa se dedicará ao desenvolvimento, por meio de melhoramento genético, de sementes resistentes aos invasores, segundo Coutinho. Silva, da Embrapa, aponta ainda a necessidade de maior agilidade na aprovação de agrotóxicos para novas pragas. 'O sistema brasileiro é muito severo e demorado. É preciso ter estratégias especiais para emergências.' Para ser comercializado, um agrotóxico precisa ser aprovado pelo Ministério da Agricultura, que faz uma análise sobre a eficiência do produto no campo, pela Anvisa, que avalia os riscos para a saúde, e pelo Ibama (ambiente). Fonte: Folha de S. Paulo

terça-feira, 2 de julho de 2013

Atualização Receita Agrowin - Junho / 2013

Está disponível a nova versão do Sistema de Receituário Agronômico referente ao mês de junho de 2013. As principais mudanças efetuadas estão descritas a seguir:


PRODUTOS INCLUÍDOS NO SISTEMA:

Kaligreen: Fungicida de contato do grupo químico dos Bicarbonatos à base de Hidrogenocarbonato de Potássio 80%. Recomendado para o controle de Sphaerotheca fuliginea em pepino e Oidium mangiferae em manga.

Preciso: Herbicida seletivo do grupo químico da Glicina substituída à base de Glifosato 74,7%. Recomendado para o controle de diversas espécies de plantas infestantes em algodão, ameixa, arroz, banana, cacau, café, cana de açúcar, citros, maçã, milho, nectarina, pastagens, pera, pêssego, soja, trigo e uva.

Siptran: Herbicida seletivo do grupo químico da Triazina à base de Atrazina 50%. Recomendado para o controle de diversas espécies de plantas infestantes em cana de açúcar e milho.


PRODUTOS ALTERADOS NO SISTEMA:

- Acaramik: Conferido via nova bula. Extensão de uso para as culturas de algodão, batata, café, crisântemo, feijão, mamão, melão, pimentão, rosa e tomate. Alteradas frases de recomendação.

- Amulet: Alterada Classificação Toxicológica para II - Altamente tóxico.

- Brasão: Conferido via nova bula. Extensão de uso para a cultura da batata. Alteradas frases de recomendação.

- Certero: Conferido via nova bula. Alterada a dose para cana de açúcar.

- Evidence 700 WG: Conferido via nova bula. Extensão de uso para Leptocybe invasa em eucalipto. Alteradas frases de recomendação.

- Fordor 750 WG: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação.

- Grimectin: Conferido via nova bula. Extensão de uso para as culturas do café, feijão, mamão e melão.

- Larvin 800 WG: Conferido via nova bula. Extensão de uso para Heliothis virescens em algodão e para Pseudoplusia includens em soja.

- Source: Alterada Classificação Toxicológica para II - Altamente tóxico.

- Standak: Alterada Classificação Toxicológica para II - Altamente tóxico.

- Taj: Alterada Classificação Toxicológica para II - Altamente tóxico.


PRODUTOS RETIRADOS DO SISTEMA:

- Acetamiprid CCAB 200 SP: Teve seu registro suspenso conforme publicação no DOU nº 107 de 06 de junho de 2013.

- Ferus: Teve seu registro cancelado conforme publicação no DOU nº 104 de 03 de junho de 2013.

- Mancozeb BR: Teve seu registro suspenso conforme publicação no DOU nº 104 de 03 de junho de 2013.

- Mentox 600 CE: Teve seu registro cancelado conforme publicação no DOU nº 177 de 14 de setembro de 2011.

- Scepter 70 DG: Teve seu registro cancelado conforme publicação no DOU nº 104 de 03 de junho de 2013.

- Tarkill SC: Teve seu registro suspenso conforme publicação no DOU nº 104 de 03 de junho de 2013.

- Warrant: Teve seu registro cancelado conforme publicação no DOU nº 119 de 24 de junho de 2013.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Novas pragas em milho Bt

Matéria publicada originalmente pelo portal Agrolink:

“Após cinco anos de uso do milho BT, nós estamos vendo que algumas pragas estão ocupando esse novo cenário que antes era da lagarta do cartucho do milho”. A afirmação é do entomologista e consultor ad hoc do Instituto Phytus, Dr. Mauro Tadeu Braga.

Falando ao Momento Phytus dessa semana, o especialista apresenta o cenário atual das variedades híbridas introduzidas no Brasil em 2007, quando vieram para combater lagartas como a Spodoptera frugiperda. Segundo ele, mais de 75% do milho plantado no país é da variedade BT.

“Com a diminuição dos inseticidas na fase vegetativa do milho, algumas pragas estão despontado. Destaca-se em algumas regiões, em especial no estado do Paraná, a larva gerada pelo adulto Diabrotica speciosa, que desce para o sistema radicular e causa um dano muito significativo”, explica.

Ele destaca outra praga muito importante para o milho, e que tem ganhado o status de praga principal – os ‘pulgões’: “No ano passado, o Paraná recebeu três aplicações de inseticida visando o controle na ‘safrinha’. E esse ano novamente temos tido algumas infestações de ‘pulgões’, especialmente no oeste do estado”.

“O produtor e o assistente técnico devem ficar muito atentos, porque é uma praga de difícil controle, e que pode causar perdas de até 50%, como algumas pesquisas já demonstram. É possível que tenhamos que monitorar mais os híbridos de milho com BT, que antes controlavam a lagarta, mas hoje já deixam a desejar”, alerta Braga.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Atualização Receita Agrowin - Maio / 2013

Está disponível a nova versão do Sistema de Receituário Agronômico referente ao mês de maio de 2013. As principais mudanças efetuadas estão descritas a seguir:

PRODUTOS INCLUÍDOS NO SISTEMA:

- Game (8507) Inseticida à base de Lufenuron 5,0%. Recomendado para o controle de diversas pragas em algodão, batata, citros, milho, soja, tomate e trigo.

- Progibb 400 (2602) Regulador de crescimento à base de Ácido Giberélico 40,0%. Recomendado para as culturas de arroz, banana, batata, cana de açúcar, citros, limão, milho, trigo e uva.

- Tasker (7914) Fungicida à base de Azitromicina 12,5% e Flutriafol 12,5%. Recomendado para o controle de diversas doenças em algodão, café, soja e trigo.

- Voliam Flexi (0443) Inseticida à base de Tiametoxam 20,0% e Clorantraniliprole 10%. Recomendado para o controle de diversas pragas em algodão e feijão.


PRODUTOS ALTERADOS NO SISTEMA:

- Alto 100: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação.

- Battus: Produto novamente autorizado para uso.

- Bravonil 500: Conferido via nova bula. Exclusão das recomendações de uso para arroz, citros e trigo. Alterada Classificação Toxicológica para II - Altamente tóxico e frases de recomendação.

- Break Thru: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação.

- Carbendazin Nortox BR: Conferido via nova bula. Alterado nome comercial para DEROX.

- Coact: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação.

- Daconil 500: Conferido via nova bula. Exclusão das recomendações de uso para arroz, citros e trigo. Alterada Classificação Toxicológica para II - Altamente tóxico e frases de recomendação.

- Dipel WG: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação. Extensão de uso para as culturas de abacaxi e cana de açúcar.

- Direct: Conferido via nova bula. Alterada Classificação Toxicológica para III - Mediamente tóxico. Alteradas frases.

- DMA 806 BR: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação.

- Metrimex 500 SC: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação.

- Mustang 350 EC: Conferido via nova bula. Alteradas frases de recomendação. Inclusão da modalidade pré-plantio para a Spodoptera frugiperda em milho e Euschistus heros em soja.

- Roundup WG: Conferido via nova bula. Alterada Classificação Toxicológica para III - Mediamente tóxico. Alteradas frases de recomendação.

- Sumyzin 500: Conferido via nova bula. Inclusão das culturas de cana de açúcar, eucalipto e pinus. Alterada Classificação Toxicológica para II - Altamente tóxico. Alterado intervalo de segurança em soja para 10 dias e alteradas frases de recomendação.

Resistência de pragas a plantios transgênico com tecnologia Bt

As culturas transgênicas com a tecnologia Bt, principalmente milho e algodão, são eficientes no controle de lagartas. Porém é necessário seguir as recomendações técnicas para esses cultivos, observando principalmente as áreas de refúgio. Essas áreas são mantidas com variedades não transgências e devem corresponder a 10% do total da lavoura. O objetivo dessas áreas é evitar que as pragas desenvolvam resistência ao Bt. Muitos agricultores, no entanto, não mantém essas áreas. Um estudo publicado na Nature Biotechnology e republicado pelo Correio Braziliense mostra que em 2011 encontraram cinco espécies resistentes ao Bt em uma amostra de 77 estudos realizados em oito países. A maioria das pragas resistentes foi encontrada nos países onde os produtores não destinam um percentual da área ao refúgio.

O artigo completo poderá ser lido aqui.