quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Percevejos causam prejuízo econômico às plantações de soja

Matéria divulgada sobre trabalho de mapeamento na avaliação do dano econômico de percevejos na soja.


Pesquisadoras da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP, em Piracicaba, estão desenvolvendo um mapeamento dos genes de percevejos predadores da soja, que normalmente causam grande prejuízo econômicos às lavouras. É o caso das espécies Nezara viridula (L.), Piezodorus guildinii (West.) e Euschistus heros (F.), por exemplo, que se alimentam diretamente dos grãos, afetando rendimento e a qualidade das sementes da oleaginosa. A agrônoma Michelle da Fonseca Santos e a bióloga Milene Möller atualmente trabalham analisando os genes associados à resistência da soja ao grupo de percevejos sugadores de vagens, bem como a expressão gênica esses animais. “A resistência de plantas é uma tática de controle de insetos-praga desejável, entretanto as cultivares de soja resistentes a insetos recomendadas para o cultivo, no Brasil, são adaptadas somente à região Sudeste”, comenta Michelle, que ainda ressalta que este é “um trabalho mundialmente inédito”. Desta forma, este trabalho irá beneficiar os melhoristas de soja na obtenção de cultivares resistentes ao complexo de percevejos, contribuindo para o aumento na produtividade da cultura. A obtenção de cultivares agronomicamente competitivas e resistentes ao complexo de percevejos é alvo de programas de melhoramento genético no Brasil, mas, entretanto, até agora esses programas não têm apresentado sucesso, devido à resistência aos percevejos apresentar controle poligênico. A soja constitui-se na fonte de proteína mais consumida mundialmente, sendo o Brasil o segundo maior produtor mundial dessa leguminosa. De acordo com dados publicados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na safra 2010/2011, a produção brasileira foi de 72 milhões de toneladas, em uma área cultivada de 24 milhões de hectares. Além disso, a soja é responsável por, aproximadamente, 25% das exportações brasileiras, representando importante fonte de capital para o País. Parceria O trabalho de Michele e Milene está sendo orientado pelo professor José Baldin Pinheiro, do Departamento de Genética (LGN) da Esalq, dentro do programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas. O projeto recebe financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp) e Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), em parceria com a Fulbright. Na Estação Experimental do LGN, localizada no município de Anhembi (SP), a população de mapeamento foi avaliada quanto a reação aos insetos em condições de infestação natural. Posteriormente, a mesma foi genotipada no Laboratório de Diversidade Genética e Melhoramento de Plantas, usando marcadores TRAP, AFLP e SSR.

Agência USP com Comunicação da Esalq
Fonte: Agrolink-RS

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