segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Em Cambé, agricultores não aplicam agrotóxico nas lavouras de soja.

O programa é desenvolvido pelo Iapar, Embrapa, Itaipu, Ocepar, Faep, Fetaep e Instituto Emater e Secretaria de Agricultura do Paraná. O aparecimento de pragas e doenças na soja causa preocupação e gastos para os produtores. No entanto, em algumas propriedades que contam com a assistência dos técnicos do Instituto Emater as despesas com produtos químicos vêm sendo reduzida drasticamente. Com a adoção do Manejo Integrado de Pragas (MIP) e do Manejo Integrado de Doenças (MID), um grupo de produtores da microbacia Cafezal, em Cambé, até agora não usou uma gota de veneno nas lavouras. Nem mesmo a temida helicoverpa exigiu insumo químico nas cinco áreas monitoradas que totalizam cem hectares de soja. Enquanto isso, os vizinhos já fizeram três aplicações, o que aumentou seus custos de produção. Tanto o MIP quanto o MID são ações do programa Plante seu Futuro, programa do governo estadual que pretende levar aos produtores tecnologias que ajudem a reduzir os custos, melhorar a qualidade final da produção agropecuária paranaense, bem como do ambiente produtivo. O programa é desenvolvido pelo Iapar, Embrapa, Itaipu, Ocepar, Faep, Fetaep e Instituto Emater. No último dia 21, técnicos e produtores participaram de uma reunião para avaliar os trabalhos que vem sendo desenvolvidos na microbacia do Cafezal, de Cambé. O rio abastece Londrina e Cambé, por meio de um sistema de captação da Sanepar e exige cuidado das propriedades próximas, para evitar a contaminação das águas. Em média os agricultores fazem seis aplicações de agrotóxicos na cultura da soja no município de Cambé, a cada safra. Duas aplicações são feitas para combater as lagartas, duas para eliminar os percevejos e duas para evitar o aparecimento de doenças. Parte desse agrotóxico acaba nos rios da bacia, o que tem contribuído para aumentar a poluição do ambiente e eliminar os inimigos naturais que fazem o controle das pragas da soja. Técnicos da Emater, por meio do monitoramento semanal das lavouras, verificam a incidência de pragas e doenças, seu nível de dano econômico, porcentagem de desfolha e, em conjunto com o produtor, verificam se há ou não necessidade de aplicação de agrotóxicos. Na Bacia do Cafezal os técnicos monitoram semanalmente cinco áreas de agricultores familiares. As lavouras, que somam 100 hectares, foram implantadas em outubro e estão na fase vegetativa. Segundo os técnicos, até agora foram encontradas lagartas pequenas da família heliothinea, espécie helicoverpa, principalmente nas folhas mais novas em todas as lavouras a partir de dez dias de germinação. Apesar disso, a praga não está causando danos às lavouras. Os técnicos orientam os produtores a não fazer nenhuma aplicação por enquanto, e continuar monitorando as áreas. Para a surpresa de muitos técnicos as lagartas desapareceram vinte dias depois de registradas as primeiras ocorrências. Segundo os pesquisadores da Embrapa, a maioria dos insetos foi parasitada por inimigos naturais que fizeram o controle das pragas. “É isso o que estamos observando nas áreas monitoradas, com o sumiço das lagartas helicoverpas, à medida que as lavouras vão se desenvolvendo sem a aplicação de qualquer agrotóxico”, disse Alcides Bodnar, da unidade do Instituto Emater de Cambé. Segundo ele, quando o agricultor aplica o agrotóxico, não só elimina as lagartas como também todos os seus inimigos naturais. Na propriedade do agricultor Roberto Schulz, ao lado da Igreja de Bratislava, foi instalada uma armadilha luminosa para monitorar a entrada de mariposas das várias espécies de lagartas. Assim, seria possível fazer uma correlação com a possível infestação de lagartas. “Há duas safras instalamos também um coletor de esporos da ferrugem da soja para sabermos com exatidão quando os esporos estão presentes, para daí definirmos a melhor época de aplicação de fungicidas, evitando aplicações calendarizadas”, observou Bodnar. Nas cinco áreas acompanhadas pelos técnicos do Instituto Emater os produtores vão iniciar, nesta semana, o controle biológico com a soltura do Tricograma pretiosum, uma pequena vespa que parasita ovos de mariposas de lagartas que atacam a soja. Mais uma forma de evitar o uso de agrotóxicos nas lavouras e reduzir os custos de produção, aumentando a margem de lucro do produtor. Fonte: http://www.uagro.com.br/editorias/agricultura/soja/2013/11/29/em-cambe-agricultores-nao-aplicam-agrotoxico-nas-lavouras-de-soja.html

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