quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Lei do agrotóxico deve instituir rastreamento de embalagens

Publicado por Cenário MT em 20/12/12, este artigo comenta sobre rastreabilidade de embalagens vazias de agrotóxicos. Crescente em mercados desenvolvidos, como União Europeia e Estados Unidos, a rastreabilidade de agrotóxicos também deve fazer parte da metodologia de produção das propriedades brasileiras. Seguiu na tarde de terça-feira (18) para apreciação do plenário do Senado o Projeto de Lei da Câmara (PLC) n º 55/07, que dispõe, entre outros assuntos, sobre a destinação final de resíduos e embalagens de agrotóxicos utilizados na produção de alimentos. Durante apreciação da Comissão de Agricultura (CRA), o senador Blairo Maggi falou sobre a importância em modernizar a produção de alimentos no Brasil. O rastreamento das embalagens utilizadas, por exemplo, é uma medida simples, que guarda relação entre a preservação ambiental e a produtividade. O parlamentar assegura que o Brasil já é o país que mais recolhe embalagem no mundo inteiro. “Só o estado de Mato Grosso recolhe mais embalagens que toda a França. Um total de 97% das propriedades mato-grossenses já atua com o modelo proposto. Na prática, cabe a cada funcionário se responsabilizar pelo destino final do lixo produzido durante o cultivo”, ilustrou Maggi. O sistema consiste em rastrear, por meio de código de barras ou microchip, cada embalagem que será utilizada no cultivo. Compete, assim, a cada um ‘dar baixa’ no lixo produzido. De acordo com o senador, além de preservar o meio ambiente, o rastreamento evita que se acumule o que no futuro poderá se transformar em lixo tóxico. Está, portanto, diretamente ligado à produtividade das propriedades e qualidade dos alimentos. “O lixo tóxico destrói vegetais e prejudica a qualidade dos alimentos produzidos. Também existe o risco no consumo quando o há no cultivo quantidade de resíduos acima do permitido”, ressaltou. Certificado de qualidade Para garantir a qualidade da produção agrícola brasileira, os produtos comercializados dentro e fora do país já apresentam, segundo Maggi, descrição dos procedimentos adotados durante a produção. “Durante as negociações, os compradores de nossas commodities tomam conhecimento do certificado de origem dos grãos. As propriedades de onde vieram, por onde e por quem foram transportados, inclusive navios por onde passaram. É uma forma de garantir a produção responsável de alimentos”, esclareceu.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Câmara Setorial debate uso de defensivos para os Minor Crops

Notícia veiculada pelo Agrolink apresenta debate para uso de defensivo para as culturas com menor representatividade em termos de área cultivada. Os representantes da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Hortaliças aguardam a apreciação e regularização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) do uso de defensivos agrícolas para as hortaliças, como pimentão, pepino e morango, consideradas Minor crops. Eles estiveram reunidos nessa quinta-feira (6), em Brasília. O presidente da Câmara Setorial e presidente da Confederação Brasileira das Associações e Sindicatos em Entrepostos de Abastecimento, Waldir de Lemos, afirmou que 'o produtor brasileiro está precisando de uma solução urgente para os Minor crops no combate às pragas e doenças'. Carlos Schmidt, presidente do Instituto Brasileiro de Horticultura (Ibrahort), que congrega toda a cadeia produtiva brasileira, apresentou as principais ações para 2013. Entre as medidas estão a disseminação das boas práticas agrícolas e a minimização do uso intensivo dos defensivos agrícolas nas hortaliças, de forma que o alimento chegue mais saudável possível para o consumidor nas cidades, além de estimular o associativismo. Schmidt disse também que é intenção do Ibrahort fazer o levantamento do perfil socioeconômico dos olerícolas, saber quem produz, onde produz, o que produz e onde ele comercializa sua produção. Outro assunto debatido durante a reunião da Câmara Setorial foi a exigência da padronização das embalagens usadas nas centrais de abastecimento. 'Há uma grande deficiência entre os minis e pequenos agricultores para a utilização de embalagens higienizadas e rotuladas que permitem a rastreabilidade das hortaliças', diz o presidente da Cadeia Produtiva, Waldir de Lemos.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

DEFENSIVOS: Restrições à pulverização aérea das lavouras preocupam os produtores

Matéria produzida pelo jornal Valor Econômico, traz à tona a preocupação dos agricultores com as restrições a aplicação aéra de defensivos. A um mês do início da entrada em vigor das restrições parciais à pulverização aérea nas lavouras brasileiras, sojicultores alertam que o prejuízo pode chegar a um valor de R$ 3 bilhões somente nesta temporada 2012/13 em razão de um possível ataque de lagartos e percevejos e o decorrente incremento das perdas na produção. Restrições - As restrições foram estabelecidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) com a justificativa de que o uso de algumas substâncias são prejudiciais a insetos polinizadores, em especial às abelhas. Apesar da pressão do setor produtivo, a autarquia informou ao Valor que não pretende rever a medida, pelo menos não por sua iniciativa. Princípios químicos - As restrições impostas implicam a proibição de aplicação aérea dos quatro princípios químicos mais usados pelos sojicultores hoje para o combate a pragas. Além disso, só será permitida a pulverização com aviões na lavoura de soja até fevereiro em todo o país - para o Centro-Oeste o prazo é janeiro -, sendo somente uma aplicação durante todo o ciclo da planta. Passados os prazos, os produtos somente poderão ser usados em aplicações terrestres. Solicitação formal - A única possibilidade de a proibição não entrar em vigor em janeiro é o Ministério da Agricultura solicitar formalmente um adiamento. "Até o momento nada chegou para nós. Quem tem que pedir uma prorrogação é o ministério. Foram eles que decidiram o prazo para suspensão, as culturas, as datas e todos os detalhes", disse Márcio Freitas, coordenador-geral de Avaliação e Controle de Substâncias Químicas do Ibama. Discussões - Segundo José Carlos Vaz, secretário-executivo do ministério, há discussões em curso com o Ibama para a realização de "ajustes" no calendário de aplicações de defensivos. "Estamos na expectativa de conseguir um tratamento que equilibre as expectativas do Ibama e dos produtores. Na semana que vem devemos realizar diversas reuniões para discutir o assunto", afirmou Vaz. Perdas em valor - Levantamento feito pela Associação dos Produtores de Soja (AprosojaBrasil) e pela Embrapa Soja prevê que as perdas em valor da produção até 2020 poderão alcançar R$ 14 bilhões. O setor produtivo já estimava prejuízos na ordem de 4 milhões de toneladas de soja em 2012/13, com um impacto de R$ 3 bilhões, que seria provocado por perdas sem "a utilização correta dos defensivos". Impacto - O presidente da Aprosoja Brasil, Glauber Silveira, afirmou que o estudo mostra o impacto da proibição "no pior cenário possível". "Imagine um ataque de pragas em fevereiro e com muita chuva? Ninguém conseguirá fazer a aplicação terrestre. Além disso, quem só tem aviões, como fará?", questiona. Para ele, a proibição veio em cima da hora, quando os produtos já estavam comprados e a indústria não possui capacidade para produzir substitutos. Condições - Publicada no Diário Oficial da União (DOU) em 19 de julho, a medida cautelar do Ibama colocou uma séria de condições para a aplicação aérea de defensivos e proibiu o uso dos ingredientes ativos Imidacloprido, Fipronil, Tiametoxan e Clotianidina. Segundo dados do Ibama, os quatro princípios ativos correspondem a 10% do consumo brasileiro de defensivos, ou quase 7 mil toneladas de um total de 74 mil toneladas em 2011. Cálculo inadequado - Apesar de a quantidade das substâncias corresponder a somente uma fração da total usada, produtores explicam que esse cálculo não é adequado. "A quantidade usada de inseticidas é muito menor do que a de outros agrotóxicos como, por exemplo, o glifosato. Enquanto no glifosato são aplicados quatro litros por hectare, inseticidas são algo em torno de meio litro", exemplificou Silveira. Caráter temporário - Por pressão do setor produtivo, foi publicada em 3 de outubro no DOU, um ato conjunto do Ministério da Agricultura e do Ibama autorizando, em caráter temporário, o uso de produtos agrotóxicos que contenham Imidacloprido, Tiametoxan e Clotianidina para arroz, cana-de-açúcar, soja e trigo até o dia 30 de junho de 2013, obedecendo a períodos específicos de aplicação por região e por cultura. Além disso, antes da aplicação, os produtores deverão notificar os apicultores localizados em um raio de 6 quilômetros com antecedência mínima de dois dias. Cronograma - Das quatro culturas autorizadas, apenas a soja deverá seguir um cronograma de aplicação. No Centro-Oeste brasileiro a pulverização aérea foi autorizada entre 20 de novembro e 1º de janeiro de 2013. No Norte, de 1º janeiro a 20 de fevereiro. No Sul, de 1º de dezembro de 2012 a 15 de janeiro de 2013. No caso específico da soja, a aplicação deverá ser restrita a uma única pulverização aérea durante todo o ciclo da cultura para o controle de pragas agrícolas, em especial, os percevejos. Nas áreas de produção de sementes de soja, foram permitidas duas aplicações. Canaviais - No caso de canaviais, a aplicação fica restrita a uma única vez, 30 dias antes da colheita, para o controle de cigarrinha- da- raiz, quando não for possível a entrada de equipamentos terrestres. Discordância - O setor produtivo discorda da proibição e alega que o ato conjunto publicado no dia 3 de outubro não resolve o problema. "Além de abrir a possibilidade de uma única pulverização em toda a safra, a metade do recomendado na bula dos produtos é incapaz de resolver um caso mais grave de infestação, e a única janela estabelecida de pulverização, que se concentra entre novembro e janeiro, não contempla um país de dimensões continentais como o Brasil", afirmou Glauber Silveira. Impraticável - A Embrapa Soja produziu um documento em que mostra que os períodos definidos no ato conjunto para a proibição são impraticáveis. O documento, datado do dia 9 de novembro e assinado pelo chefe geral da Embrapa Soja, Alexandre José Cattelan, e pelo pesquisador da unidade, Décio Luiz Gazzoni, diz que a regra é prejudicial ao país e o prejuízo chegaria a "dezenas de bilhões de dólares". Janela - Ainda de acordo com o documento, a janela de plantio muda entre as regiões, o que torna impossível definir uma data de proibição para todo o país. "Em Mato Grosso, a semeadura começou em setembro, enquanto outras localidades do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, fazem a semeadura em dezembro. Além disso, parte do território brasileiro situa-se no Hemisfério Norte, como Amapá e Roraima. Nesses Estados, a semeadura é feita no que seriam os meses de inverno restante do país". No fim, o estudo sugere que o ideal seria definir quando a floração ocorre e proibir a aplicação apenas nesses períodos. Substituição - Segundo o coordenador-geral de Avaliação e Controle de Substâncias Químicas do Ibama, o setor produtivo reclama sem razão. "A restrição não é contra a pulverização aérea e sim contra quatro produtos que causam morte de animais polinizadores. A solução para o setor produtivo é começar a busca por substâncias substitutas", explicou Márcio Freitas. Na semana passada, o órgão publicou um comunicado às empresas fabricantes para que sejam entregues estudos sobre os produtos. "Vamos reavaliar esses produtos e já pedimos às empresas fabricantes que entreguem novos estudos para decidirmos se vamos liberar seu uso ou não", disse. Restrição maior - As pesquisas que estão sendo feitas pelo Ibama podem levar a uma restrição maior do que a atual, pois estudos feitos pelo órgão indicam que os princípios ativos são prejudiciais. "O estudo que estamos fazendo pode indicar a proibição além do uso aéreo. Apesar de sermos sensíveis aos produtores, as perdas de produção são problema do Ministério da Agricultura. Nossa responsabilidade é com o meio ambiente", garantiu Freitas. (Valor Econômico)